quinta-feira, 28 de julho de 2016

Donald Trump em ascendência (Por Thiago Muniz)

A meteórica ascensão de Donald Trump - que vai bem nas pesquisas e poderá ser o próximo presidente dos Estados Unidos - representa uma ameaça real à paz e à democracia dos Estados Unidos e do mundo. 

Já comentei a retórica infame deste candidato racista, xenófobo, misógino, islamofóbico, que dissemina o ódio e a intolerância, e que se apresenta como a solução para os problemas americanos sem qualquer proposta objetiva, apenas pedindo que os eleitores confiem nele ("believe in me") .

Incomodado com o risco desse topetudo arrogante - apoiado majoritariamente por americanos de cor branca sem nível superior - ganhar as eleições, acompanhei até a madrugada de hoje o penúltimo dia da Convenção do Partido Democrata pela CNN.

Se revezaram no palanque montado na Filadélfia para uma platéia de 20 mil pessoas - é realmente uma festa da democracia - Joe Biden (Vice de Obama), Tim Kaine (candidato a vice na chapa de Hillary Clinton), o ex-prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg (que se afirma como independente, nem democrata nem republicano) e o presidente Barak Obama.

Nenhum deles conseguiu superar o cativante pronunciamento da "primeira dama" (ela está muito acima desse rótulo) Michelle Obama, na véspera. Mas todos apontaram com precisão cirúrgica - cada qual a seu modo - o risco que Trump representa.

Tente assistir aos pronunciamentos na internet (entre 15 e 20 minutos cada um, exceto o de Obama, que foi além). É realmente constrangedor que o Partido Republicano dê guarida a alguém com o perfil de Trump. Hillary, por sua vez, encontra grande resistência entre os democratas mais jovens, ainda inebriados com a campanha de Bernie Sanders (que tenta a duras penas convencer seu eleitorado a apoiar Hillary).

Ao citar Trump em seu discurso, Obama interrompeu as vaias da claque dirigidas ao bilionário dizendo: "Não vaiem. Votem!". Barack Obama é um dos melhores oradores que já ouvi. Na verdade, é mais do que isso. É o estadista mais elegante, carismático e educado do nosso tempo; não conheço nenhum que sequer remotamente se compare a ele. Os EUA vão sentir falta dele.

As eleições acontecem em novembro e o voto não é obrigatório. Na verdade, para quem compreende os riscos desta eleição, o voto é moralmente obrigatório.

O pior é que essa tendência está se espalhando muito rapidamente pelo globo, incluindo o Brasil. Se essa tendência se consolidar na forma de poder, certamente estaremos trilhando um caminho reto e direto para a destruição de tudo o que foi conquistado em termos de democracia, unificação de economias, integração de culturas e diversificação de pensamentos. 

Estamos caminhando a passos largos para o acirramento do velho discurso da "extinta guerra fria", para a provocação bélica entre "potências" e para o desenvolvimento de grupos e ideologias radicais que pregam a supremacia dessa ou daquela religião, cor, credo ou ideologia. 

O único resultado que vejo disso é regredirmos aos níveis de violência, massacres e guerras da metade do século XX. Que estejamos todos errados e que o mundo acorde que não temos mais tempo para isso nessa caminhada evolutiva da espécie humana.



















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Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




segunda-feira, 25 de julho de 2016

O descaso com a Baía de Guanabara (Por Thiago Muniz)

A Baía de Guanabara não é lixeira nem latrina.

Ecobarreiras e Ecobarcos jamais serão solução. Chega de vexame!

Falta um plano integrado de despoluição e saneamento, uma política de Estado (e não de governo) que mobilize a sociedade.

Os Jogos passam. A Baía fica.

O que virá depende de nós. Em outubro tem eleições.

Os 16 municípios que circundam a Baía terão novos prefeitos e vereadores.

O que eles acham do esgoto (18,4 mil litros por segundo) e do lixo flutuante (90 toneladas por dia) que despejam nesse magnífico ecossistema?

Isso só fará diferença para eles se fizer antes para você!

A cidade maravilhosa vai expor para o mundo inteiro tudo aquilo que o governo tenta esconder com enganações. A Educação abandonada ao longo dos anos fez com que se formasse gerações sem o mínimo respeito à Mãe Natureza.

E agora com esta ideia de Escola sem Partido vão dizer que ensinar sobre a preservação ambiental é fazer campanha do Partido Verde. Não consigo ver nenhuma melhora com políticos corruptos e educação sendo manejadas por este mesmos políticos. É muito difícil quem não teve educação, educar.

Os órgãos ambientais estão corrompidos. Um empresário de Cachoeiras de Macacu deu entrada no licenciamento no INEA de uma empresa de coleta de esgoto. Foi em 2012! Em maio de 2016 pediu a licença de operação . Disseram à ele que levaria no mínimo 6 meses mas entregaram a ele dois cartões de empresas que poderiam acelerar o processo. Pediram R$45.000,00.

Vergonhoso é saber que este povo joga tudo no rio, na baía e depois quando chove e inunda a área onde mora quer receber aluguel social... cuide da sua casa, por fora e por dentro.

Independente de ações elaboradas, patrocínios e milhões gastos, nada disso vai adiantar se o povo não deixar de jogar lixo nas águas, nas encostas, nas ruas e em tantos outros lugares que não são locais para lixo. O papel de bala que você joga no chão se tornará parte de toneladas de lixo se todo mundo fizer o mesmo. Façamos a nossa parte!

O mesmo que reclama do lixo é o que descarta irresponsavelmente. Já estive em várias capitais do país, o Rio só perde para São Paulo em termos de conscientização. O lixo não é responsabilidade do estado e sim de todas as comunidades do Rio e as piores não estão nos barracos em morros e sim condomínios fechados.

Hoje, as águas turvas e poluídas que receberão as provas de vela das Olimpíadas 2016 são o retrato do descaso: do lixo não coletado e do esgoto doméstico e industrial vindo de 16 cidades da Região Metropolitana do Rio, das quais 13 não o tratam devidamente.

Projetos de despoluição existem desde a década de 90, mas são extremamente lentos e incompletos na execução. Só nos últimos 20 anos, mais de R$ 10 bilhões em empréstimos foram gastos em programas de limpeza.

A promessa era de "coletar e tratar 80% de todos os esgotos" lançados na Baía até 2016. Mas o compromisso olímpico frustrou. Atualmente, só 49% do esgoto jogado na Baía recebe tratamento, segundo dados do governo. O restante tem passe livre para poluir.

Para abalar ainda mais a credibilidade da promessa, recentemente, uma análise da qualidade da água encomendada pela agência de notícias AP encontrou níveis perigosamente altos de vírus e bactérias de esgoto humano em locais de competições olímpicas e paralímpicas. A notícia, naturalmente, assustou os atletas olímpicos e especialistas internacionais.

Agora, o governo diz que precisa de mais 15 anos (e de mais recursos) para recuperar toda a área. Na última quinta, o estado fluminense anunciou um novo plano de despoluição da Baía, que contará com a participação de sete universidades e três centros de pesquisas.

Desta vez, a meta é despoluir a Baía de Guanabara até 2030. A conferir.





















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domingo, 24 de julho de 2016

O que eu sinto sobre Olimpíadas (Por Thiago Muniz)

Desta vez não vou fazer críticas, desta vez não vou apontar falhas e erros estratégicos.

Hoje vou falar sobre o que eu sinto sobre os Jogos e o espírito Olímpico.

Bem, vamos lá...

O importante não é vencer, mas competir e com dignidade!”.

Este era o lema adotado pelo educador francês, Pierre de Frédy, o famoso, Barão de Coubertin.

As Olimpíadas não são uma competição para determinar quais os melhores atletas, selecionar os vencedores, coroar os maiores e mais extraordinários. Seu sentido é expor o que a humanidade pode fazer de melhor quando deseja ser o melhor.

Os Jogos Olímpicos mantêm a população de todo o mundo por pouco mais de duas semanas suspensa no ar. Dezessete dias de emoções a todo instante, no calor das disputas, na reação aos resultados.

No fundo, é o sentimento querendo entender o que isso tudo pode significar nos rumos da humanidade. Sempre a ideia de congraçamento num mundo concreto bem diferente.

Um homem que bate no outro, ou um país que ganha uma guerra, não prova que tem razão, mas apenas que é mais forte.

Depois fica o ressentimento, a raiva surda, o ódio velado germinando a vingança a explodir mais à frente em novo conflito. O sonho e a esperança são inesgotáveis em rechaçar a violência. “É a luta para se viver em paz”, como ensina a bela canção de João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro.

No perde e ganha da vida diária, a procura pelo caminho da luz. Primeiro com os filhos, agora com os netos, sempre procurei, sem encontrar, um lugar para as crianças se desenvolverem de maneira integral. Sem iniciar pelo “pé quebrado” das escolinhas desse ou daquele esporte. Ficar na atividade com a qual mais se identificam de modo natural. Não consigo.

O que mais me impressiona nos Jogos Olímpicos é o congraçamento de todas as nações. Há mais países representados nesta grande festa do esporte que na ONU.

As Olimpíadas são o prenúncio de um outro mundo possível, o mundo solidário no qual a humanidade viverá como uma grande família. Em uma família as pessoas são diferentes, possuem talentos e aptidões distintos, mas todos têm os mesmos direitos e oportunidades.

Assim deveriam viver os 7 bilhões deste planeta que ocupa a terceira órbita do sistema solar, e onde – dizem – há vida inteligente.





























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terça-feira, 12 de julho de 2016

Por partidos sem IGREJAS no Brasil (Por Thiago Muniz)

Entenda-se por ESTADO LAICO um país ou nação com uma posição neutra no campo religioso. Também conhecido como Estado secular, o Estado laico tem como princípio a imparcialidade em assuntos religiosos, não apoiando ou discriminando nenhuma religião.

Um Estado laico defende a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais.

Um país laico é aquele que segue o caminho do laicismo, uma doutrina que defende que a religião não deve ter influência nos assuntos do Estado. O laicismo foi responsável pela separação entre a Igreja e o Estado e ganhou força com a Revolução Francesa.

Cresceu o interesse dos partidos por candidatos membros e líderes de todas as Igrejas – cristãs ou não. Esse interesse não nasceu por acaso. O crescimento da Bancada Evangélica como força de decisão no Congresso Nacional é a razão para esse assédio dos partidos. A Frente Parlamentar de Liberdade Religiosa nasceu da união de senadores e deputados evangélicos formando uma bancada de interesse de todos.

Fundar igreja ou partido político são os dois melhores negócios do Brasil.
Os dois melhores negócios hoje no Brasil são abrir uma igreja ou fundar um partido político. Igreja é mais fácil. Você abre e logo de cara se livra de todo os impostos colocando seu carro e sua casa em nome da igreja. Não paga IPTU, IPVA, nada disso. Nem imposto de renda. Só isso já seria bastante.

Cada partido tem seu programa e sua doutrina de ação. Nos assuntos de interesse geral como o aborto, a homofobia, a discriminação de cultos, proibição de símbolos e imagens religiosas – deputados e senadores da Frente Parlamentar de Liberdade Religiosa, coordenada pelo o deputado mórmon Moroni Torgan DEM-CE –se articulam e trabalham como membros da Bancada Evangélica.

Na verdade a bancada não é formada só por evangélicos. Lá estão parlamentares evangélicos, católicos, espíritas, maçons, das religiões de matrizes africanas e parlamentares que defendem a liberdade religiosa. O crescimento desse conjunto tem atraído além dos partidos, também membros e líderes de Igrejas.

Uma tendência positiva. Torna-se nociva quando movida só pelo o orgulho e a vaidade de ser politico. Alguém popular em sua Igreja, associação de bairro, maçonaria, centro espírita – com a pretensão de disputar um cargo politico e ganhar. Puro engano. Além do conhecimento e vocação, precisará de muito dinheiro para bancar uma campanha política.

Os elementos que compõem a mídia politica são caros. Gráficas, sites, blogs, alimentação, transporte,combustível,montagem de escritório politico, equipe de assessores, redatores, profissionais de marketing e logísticas. Dinheiro. Muito dinheiro. Quem pensa que ganha politica postando fotos de reuniões de apoio nas redes sociais perde tempo e alguns trocados. Os poios políticos só funcionam com muito dinheiro.

Em política quase não existe amizade, fidelidade e lealdade. Há interesses vendidos a peso de ouro. Quem desejar receber apoio de Federações, associações, sindicatos, Igrejas, entidades públicas e privadas terá que investir muito dinheiro. Há guetos, comunidades,currais eleitorais e associações que se nutrem do dinheiro das campanhas.

Seus moradores são manipulados por interesses políticos. Os partidos plantam cabos eleitorais, fornece ambulância, cesta básica, remédios, e pagam médicos e dentistas para manter o povo no cabresto, escravos deles. 

Quem não tem dinheiro para manter essa esbórnia, perde a eleição, não cumpre o que prometeu e cai na desgraça da derrota. Para quem ganha abrem-se as portas da corrupção. Os derrotados perdem tudo. Perde a vergonha, fica devendo a Deus e ao diabo. Torna-se, como Caim, um forasteiro fugitivo dos credores.

Nas Igrejas cristãs, que estão envolvidas com política, não é diferente. Os líderes usam o púlpito para fazer politica. Os acordos com partidos e candidatos são feitos por seus líderes. Os membros ou votam nos candidatos indicados por eles ou são ameaçados com o fogo do inferno.

Nos acordos celebrados entre os partidos e os pastores entram carros, cargos, bolsas de estudo,construção de auditórios, escolas e prédios. Os encontros políticos, churrascos de apresentação de candidatos aos membros, panfletagem em cultos, reuniões públicas e discursos políticos fazem parte do processo interno das Igrejas cristãs. 

Nas relações entre partidos, candidatos e Igrejas, são feitos acordos que envolvem milhões. Quem oferecer mais leva. É negócio no atacado. Quem se aventurar a fazer varejo é massacrado pelo o sistema.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos – cujos membros são conhecidos por mórmons – não apoia oficialmente partidos e candidatos, garantindo total liberdade de escolha a seus membros sem a imposição dos seus líderes. Capelas, prédios, bases e de dados da Igreja são proibidos para uso político.

É uma posição única. Permite ao membro votar e ser votado sem o apoio oficial da Igreja. Mesmo assim, tem sido comum entre membros da Igreja o lançamento de candidatos aventureiros, claro que em o apoio da Igreja. Sem estrutura financeira e sem a preparação desejada. Ora pagos por partidos e políticos de fora ou como candidatos. 

Vários de uma mesma estaca ou ala – em disputas isoladas sem capacidade de se unirem em torno de um projeto politico sustentável. Ninguém se elege. Não seria melhor a união em torno do candidato com mais chance de vitória com apoio de todos? Fora da união e do planejamento todos serão derrotados. Perde-se tempo e dinheiro e nenhum candidato membro da Igreja se elegerá.

O fundamentalismo evangélico – com seu moralismo hipócrita – conta com toda a simpatia do presidente interino Michel Temer. Corremos o risco de, com seu apoio, vermos ruir mesmo aquelas modestas paredes levantadas ao longo das três décadas da nossa débil democracia.




















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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Jogos de Azar: Benefício ou Prejuízo para o país? (Por Thiago Muniz)

Pobre do País que aposta na liberação dos chamados "jogos de azar" como uma alternativa para o desenvolvimento. 

O lobby dos cassinos, bingos, jogo do bicho e videojogos vibra com a oportunidade aberta pela crise para aprovar o projeto que será votado esta semana, em regime de urgência, no Senado Federal.

Fala-se em aumento da arrecadação, geração de emprego e renda, e outros supostos trunfos que soam como o canto da sereia em meio a esse maremoto causado pela bancarrota econômica.

Ninguém explica, entretanto, porque essas modalidades de jogos se chamam "de azar". Ainda que seja um tanto óbvio, vale explicar: é que a probabilidade de se ganhar é reduzidíssima, quase infinitesimal. 

O ganho só é certo para o dono do negócio, que atrai mafiosos e se presta a ser uma sofisticada lavanderia de dinheiro sujo.

Também não se comenta o risco dessa provável liberação multiplicar a compulsão pelo jogo, atraindo uma legião de viciados que simplesmente não sabem quando parar e, por conta disso, dilapidam patrimônios, arruínam famílias, se perdem nos labirintos aflitivos da jogatina. 

O ambiente do jogo também costuma atrair agiotas, redes de prostituição e outras "externalidades" não contabilizadas pelos economistas.

Só quem já entrou num cassino e testemunhou as feições vampirizadas de muitos que por ali vão ficando sem se dar conta do dia da semana, da hora, se já anoiteceu ou está amanhecendo, sabe o tamanho da encrenca.

O jogo compulsivo foi inserido no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) junto com várias outras drogas de causam dependência (álcool, cocaína, etc).

Há alguém no Senado preocupado com isso? A ideia de votar o projeto em regime de urgência é do presidente da Casa, Renan Calheiros, cuja "sorte" permitiu se desvencilhar até aqui de múltiplas denúncias, acusações e processos. Será que os nobres senadores estão levando isso em conta? Só percebemos os supostos "bônus" desse negócio, sem considerar os seus riscos?

Enquanto o nosso senado vota a liberação do jogo, a educação vai sendo esquecida. Me lembrou ontem a manifestação dos pais e alunos do CAp-UERJ, sem aulas há quatro meses por conta da greve, em marcha pacífica pela rua Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, indo em direção a casa do governador. 

O chamado era: "Acorda, sociedade! Educação é prioridade!". Mas acho que estamos sob algum efeito entorpecente, já que não conseguimos enxergar que não há política pública em benefício da segurança e da saúde, que não passe pela educação. Uma pena!

Seja como for, as cartas estão na mesa. E a liberação do jogo nunca esteve tão favorável aos que apostam alto no azar. O Brasil merecia políticos mais competentes na busca de soluções para este momento difícil. 

Um exercício, que poucos fazem, para aprender um pouco mais sobre política, é observar detalhadamente quais são os Senadores e partidos que votam contra ou a favor de um projeto como esse. (e observar isso nos projetos que passam pela Câmara de Deputados também). Observar principalmente a autoria e relatores que aprovam ou desaprovam. É só procurar no Google.

Os jogos de cassino podem ser tão prejudiciais porque atacam justamente na chave do vício: o tempo entre a aposta e o resultado. Quanto menor esse tempo, mais viciante o jogo. Por isso ninguém se vicia em loteria, mas perde milhões na roleta. E agora veremos essas tristes histórias aqui no Brasil.

Assim como as drogas, o jogo ilegal movimenta enormes valores no Brasil, como é notório com o bicho, videopôquer, mesas clandestinas, etc. Em países onde o jogo é legalizado, em teoria ocorre um acompanhamento mais transparente destas atividades, diminuindo chances de fraudes e contravenção.

Tanto quanto a discussão moral, o retorno dos cassinos e bingos à legalidade no país talvez esteja na mesma órbita da descriminalização das drogas. Quem sabe até uma coisa leve à outra. A real é que o jogo no Brasil existe e está na mão de grupos que preferem que tudo fique como está.

Os agiotas, a prostituição relacionada ao jogo do bicho, a cassinos clandestinos? Isso já existe, mesmo sem a legalização. Inclusive pessoas viciadas em jogos... Não estou me colocando a favor, só estou aqui pensando que isso já existe, não sei se vai mudar tanto essa realidade que na verdade já está ai... Eu, por exemplo, conheço pessoas que perderam muito dinheiro com jogo... jogo ilegal.

As pessoas também poderiam usar o seu poder de escolha pra não entrar nessa... Se deixar levar tem suas consequências. Por isso, existe o tal do discernimento, que poucas usam.

Realmente Tim Maia estava certíssimo ao dizer que o Brasil não podia mesmo dar certo. E Charles de Gaulle ,quando disse que o Brasil não é um país sério, embora se diga que ele jamais teria dito a frase. Quando espiritualmente estivermos em melhor nível com certeza atrairemos melhores políticos, verdadeiramente interessados no bem comum. 

Por ora a afinidade ,pelo nível espiritual não só do Brasil, mas do mundo, atrai esse tipo de gente e de situações , que vão agir como agentes purificadores. Com sua permissão vou compartilhar seu artigo, por me alinhar com esta linha de pensamento.





























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É proibido fazer sucesso no Brasil (Por Thiago Muniz)

No Brasil, o pior que pode acontecer a muita gente é fazer sucesso. Isso se aplica aos esportistas, artistas, políticos e a quem mais quiser sepultar nosso bom e velho “complexo de vira-latas”.

Tom Jobim quem disse: “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal”. 

Aqui basta fazer sucesso que todo mundo cai de pau, principalmente a crítica especializada. Repare, quando alguém é bem sucedido, ou é ladrão; ou é corrupto; ou deu pra alguém; ou comeu alguém; ou é viado. Ou tudo isso junto.

A verdade é que, num país onde a incompetência graça, muitas vezes, os exemplos de sucesso pontuais, ao invés de funcionarem como uma espécie mola propulsora, inspirando outros a fazerem o mesmo; tem o efeito incômodo de ressaltar a inépcia alheia, de lhe apontar o dedo é dizer na sua cara:

- Viu, ele conseguiu! Por que você não consegue, seu bosta?

Se todos estivessem na merda juntos, poderiam simplesmente culpar a fatalidade pela situação; ou o governo; ou o efeito estufa; ou os grandes cartéis; ou a mídia; ou o Hugo Chaves; ou a Xuxa; ou o seu chefe. 

Como um e-mail que circulou há tempos na internet, quando alguma coisa dá errado, é bem mais fácil e prudente encontrar logo em quem colocar a culpa.

No fracasso, todos são solidários. Por isso, sempre que acontece uma tragédia dessas que mobilizam o país, quando as pessoas enchem a boca para ressaltar a solidariedade do brasileiro, eu ponho as minhas barbas de molho. 

De fato somos tão bonzinhos? 

Ou este é simplesmente um exemplo de solidariedade no fracasso, como se o povo dissesse:

- "Que bom que você tá na merda. E fico ainda mais feliz por você estar pior do que eu. Por isso eu vou te ajudar, me faz sentir superior, ao menos uma vez na vida. E vamos combinar? A gente promete que ninguém aqui vai se dar bem, a não ser roubando, aí, tudo bem. Ficar rico roubando a gente entende. Pelo menos, se continuar fudido posso dizer que é porque eu sou honesto. Mas ser bem sucedido fazendo alguma coisa honestamente, aí, não, aí é esfregar na minha cara a minha incompetência".

É, o sucesso incomoda. E, no fundo, eu desconfio é que o brasileiro seja mais um sádico invejoso, que solidário. 

Porque as pessoas adoram dar esmola nesses momentos de comoção nacional. Mas logo depois, a maioria esquece o que aconteceu, ninguém se mobiliza e quando acontece de novo a culpa é só do governo. 

E aí, eu posso dar esmolas de novo e dormir tranquilo porque eu fiz a minha parte.

Talvez seja por isso que eu tenha uma profunda preguiça com o teatro underground. Sei que ele tem um propósito: permitir o surgimento de novos talentos, experimentações de linguagem com produções de baixo custo, e um monte de peças que a gente preferia nunca ter visto. 

Mas o que dizer dos profissionais do underground? 

Aqueles que nascem, crescem e envelhecem fazendo o chamado teatro alternativo; que se orgulham de serem desconhecidos, ou conhecidos por poucos; que fazem do teatro alternativo uma bandeira, como um fim nele mesmo; que cospem e maldizem qualquer produção bem sucedida por não passar de teatro comercial? 

No fundo, toda essa atitude não será somente covardia, medo de tentar alcançar um público maior e fracassar? 

E o ódio pelas peças ditas comerciais apenas inveja porque eles conseguiram e você não?








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quinta-feira, 7 de julho de 2016

Os Jogos Olímpicos no Brasil e sua sucessão de erros (Por Thiago Muniz)

Muito se fala a respeito do potencial multiplicador de gastos governamentais em grandes obras públicas.

Em especial neste período de grandes eventos, como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, o assunto tem sido debatido, mas certamente menos do que mereceria em um país verdadeiramente preocupado com seu futuro.

O escritor francês Frédéric Bastiat (1801-1850) nos explica de forma didática esta dicotomia. No clássico “O que se vê e o que não se vê”, Bastiat traz uma anedota de uma criança que quebra a vidraça de uma loja, causando a consternação do seu proprietário.

Ato contínuo, temos a chegada de um estranho bem intencionado que anuncia que a destruição da vidraça deveria ser vista como um bem para a sociedade, dado o fato de que o proprietário da loja teria que contratar um vidraceiro; e este, por sua vez, gastaria esse dinheiro, digamos, na padaria; e o padeiro pagaria seus funcionários que disporiam de mais dinheiro para consumir algum bem ou serviço que fosse de seu interesse. 

A conclusão é de que, logo, o dinheiro gasto pelo proprietário da loja em uma nova vidraça viria a movimentar toda a economia da cidade. O moleque travesso deveria, portanto, ser aplaudido, e não castigado.

Mas é lógico que há um grave equívoco nessa história. Estamos vendo o dinheiro gasto com a nova vidraça, que certamente beneficiou o vidraceiro. Afinal este ganhou inesperadamente um novo cliente. Talvez até pela urgência em ter sua vidraça de volta, o proprietário da loja tenha tido que pagar mais caro do que normalmente o faria. Esse dinheiro pago ao vidraceiro é o que se vê.

O que não se vê são todas as diversas possibilidades não concretizadas que ainda estariam vivas se o lojista não tivesse sido forçado por força das circunstâncias a gastar dinheiro para ter basicamente o mesmo bem-estar.

Com o dinheiro gasto com uma nova vidraça ele poderia, por exemplo, ter adquirido um novo paletó, feito as compras do mês no supermercado, comprado remédios para sua mãe doente, e até pago a mensalidade do colégio de seu filho – atrasada há alguns meses.

É óbvio que qualquer pessoa e qualquer sociedade sempre vai preferir “ter mais” a que “ter menos”.

Em relação a Copa do Mundo e Olimpíadas, ao custo de mais de 100 bilhões de reais, o Brasil ganhou diversos estádios e arenas esportivas de última geração.

Mas esta é apenas uma parte da questão: o que se vê. Por outro lado, a alocação de recursos públicos escassos em empreendimentos com retorno público incerto deixaram em aberto uma série infindável de possibilidades que não puderam se tornar realidade porque, bem, os recursos são escassos. É o que não se vê.

Dada a falta de debates em torno do orçamento público e da própria função do Estado na nossa sociedade faz-se necessário reiterar: os mais de 100 bilhões investidos para viabilizar estes grandes eventos em nosso país fazem e farão uma falta tremenda no dia a dia dos brasileiros.

Para se ter uma ideia, este valor é pouco menos do que todo o orçamento da saúde no Brasil para o ano de 2016. O que não se vê, portanto, são as milhares de vidas que poderiam ser salvas com um investimento adequado em setores mais prioritários do que a construção de estádios e arenas.

Não por acaso, Bastiat chamava a atenção para o que ele considerava a diferença entre um bom e um mau economista: um se detém apenas no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto a diversas possibilidades que não podemos prever de pronto. O mesmo vale para o bom e, especialmente, o mau gestor público.

O COI detém em suas mãos o maior evento do planeta. Nada supera o interesse midiático dos Jogos Olímpicos de Verão. Quando um país decide se candidatar e posteriormente ser o anfitrião do megaevento, uma série de exigências são requeridas.

Muitos países desenvolvidos já desistiram de candidaturas olímpicas em função das pesadas exigências do COI. Inclusive muito se discute sobre como criar legados olímpicos, com tamanhos gastos e altos demais até para países muito ricos.

Os poucos exemplos de sucesso efetivo dos Jogos Olímpicos – como o caso de Barcelona 92, o mais famoso deles – trabalharam com pré requisitos estratégicos para atingir sua alta performance.

A equação é para lá de complexa: Equilíbrio nas fontes de financiamento, entre o setor público e a iniciativa privada e sua correta alocação dos recursos. Barcelona, por exemplo, teve 40% dos recursos públicos. 40% de empresas e 20% do fundo olímpico. O investimento, a valores de hoje, foi de incríveis 17 bilhões de euros.

O retorno para a economia da cidade foi quase 3 vezes esse valor,especialmente com a indução de diferentes setores da economia, profunda reestruturação da infraestrutura da cidade, especialmente a turística.

A cidade se transformou completamente e se posicionou definitivamente com um dos mais importantes destinos turísticos da Europa. Sua economia cada vez mais depende do turismo. Sem os Jogos jamais teria alcançado tal patamar.

Barcelona, assim como Sidney, Pequim e Londres aplicaram conceitos sólidos para retornar em muito seu pesado investimento. Mas até hoje nenhuma outra cidade atingiu o retorno da capital da Catalunha.

Brasil decidiu que iria embarcar em um arriscado jogo, sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

A conta, todos sabiam que seria salgada, algo bem superior aos R$ 55 bilhões.

Políticos, dirigentes esportivos e até parte da imprensa entraram na ilusão criada que precisávamos e merecíamos tal relevância.

Sediar grandes eventos seguidos exigem um projeto sério, profissional, altamente orientado para a inteligência da utilização dos recursos públicos, participação ativa da iniciativa privada, aplicação do conceito de efeito multiplicador dos investimentos e o mais importante, o legado.

As mudanças por conta dos grandes eventos podem mudar positivamente uma cidade e um país ou afundá-lo. Infelizmente a irresponsabilidade, superfuramento de obras, corrupção e nenhum respeito aos recursos públicos simplesmente não existiram no Brasil.

Sim, essa palavra tão facilmente utilizada na boca de políticos simplesmente virou uma ilusão no projeto brasileiro, tanto da Copa como dos Jogos Olímpicos. Infelizmente estamos mais parecidos com a África do Sul do que Alemanha no quesito Copa do Mundo e somos uma Grécia e não Barcelona em termos de Jogos Olímpicos.

Ainda que os turistas venham ao RJ e impactem positivamente o PiB, será uma gota em um oceano de gastos absurdos e falta de um mínimo de planejamento. Para piorar temos notícias graves dos problemas brasileiros . Um exemplo, como os estrangeiros assistiram pela TV em todo o mundo a queda da ciclovia da Niemeyer.

O conceito de impacto econômico de megaeventos deve sempre considerar seu impacto líquido. Isso significa calcular o impacto positivo dos novos turistas que vieram para o evento menos os que viriam mas deixaram de ir.

Londres, por exemplo, sofreu muito com a perda de turistas que não se interessaram em ir à cidade em meio aos Jogos. Houve ganhos de um lado e perdas do outro.

Os Jogos do Rio, infelizmente, além do pequeno impacto econômico, teremos assim como ocorreu com a Copa, uma série de elefantes brancos num país que além de estar longe de ser olímpico tem uma população cada dia mais obesa e sedentária, déficits nas contas públicas e uma salgada conta para pagar por todos os brasileiros, sem nenhuma possibilidade de retorno no longo prazo para o país.

Realmente está tudo errado.

Durante a Copa de 2014, nossos geniais governantes decidiram decretar feriados para amenizar sua incapacidade de fazer funcionar as cidades durante os jogos.Essa decisão irresponsável e desconectada da realidade de um país com uma economia tão pujante decretou o fim da ilusão criada pelos governantes.

Para que muitas grandes metrópoles funcionassem durante o evento foram decretados feriados. Segundo o estudo da Fecomercio (Federação do Comércio de São Paulo), o cálculo do real impacto dessa irresponsabilidade foi de R$ 30 bilhões na economia e outros R$ 40 bilhões em aumento dos custos de empregados, com horas extras.

Sim, conseguiram gastar o mesmo que duas Copas do Mundo do Brasil em perdas para a economia. O país decretou o início de seu pesadelo econômico recessivo e inflacionário com a Copa.

E com o Rio de Janeiro vivendo a maior crise em seus 451 anos de vida parece que a história se repetirá.

A solução encontrada pelos governantes fluminenses foi decretar estado de calamidade pública.

Já, o Comitê Olímpico Brasileiro, que draga milhões de recursos públicos há anos, decidiu sem alarde importar atletas de outras nacionalidades para tentar melhorar o desempenho do país no quadro de medalhas.

Como se o problema fossem as medalhas.

Sejam bem-vindos ao Brasil. Um país onde a crise berra, a corrupção faz história e nós os otários somos os responsáveis em pagar pelos erros de nossos governantes.

Pra quê indignar-se com a qualidade dos nossos recursos mais básicos sendo que temos um evento internacional a sediar?

Afinal, somos alienados e gostamos de carnaval, esportes, sacanagem e tomar conta da vida dos participantes dos reality shows. Reclamar da alta carga tributária (pasmem, trabalhamos cinco meses no ano para pagar apenas impostos) é bobagem. 

Falhamos como nação e povo.

A tocha é “desprezível”, mas nos ensinou tanta coisa nestes últimos dois meses. Uma delas é de que ainda não somos um país olímpico, muito longe disso. Vivemos uma crise política, econômica, mas principalmente de valores. A intolerância abunda, de norte a sul, de oeste a leste, por todas as cidades em que este “maldito” fogo passou.

Privilégios para os mais ricos, remoções de muitas pessoas do seu local de moradia e militarização do espaço público" são alguns dos problemas identificados, verniz das relações públicas dos Jogos.
Aperta o Reset e vamos lá. Pobre Brasil.















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Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para:thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



quarta-feira, 6 de julho de 2016

Querem anular o pacote anti corrupção (Por Thiago Muniz)

Como levar a sério um país desonesto?

Estamos esperando que os bandidos aprovem uma lei que endurece as penas dos próprios bandidos?

Mas o impeachment não era contra a corrupção?

Agora entra o discurso "É tudo farinha do mesmo saco...político é tudo corrupto...sempre foi assim..." ao invés de: "Será que eu poderia melhorar a minha capacidade de raciocínio e compreensão melhor dos fatos?

Primeiro a gente tira a Dilma. Depois, bem, depois a gente não faz nada, nem passeata, nem batuque de panelas. A gente só queria tirar a Dilma mesmo, só não gostamos da corrupção do PT.

Os outros, PSDB, PMDB, PP, etc, podem continuar roubando à vontade que ficaremos quietos.

Panelas nunca mais serão ouvidas, segundo eles: "Deixa o Temer trabalhar".

Triste país de analfabetos políticos. Querem Lula preso, mas as provas incriminam Cunha, apadrinhado por Temer, mas o silêncio aprova a proteção dada ao deputado do PMDB.

Michel Temer foi colocado na presidência para barrar a Operação Lava Jato, as investigações de corrupção e proteger os seus aliados políticos corruptos. É de total interesse da elite, da mídia oligárquica e dos demais partidos exterminar o PT. Além, é claro, de manter o povo alienados e na pobreza para ser facilmente manipulado.

Aos políticos não interessa que leis dificultem ou punam os corruptos porque estão acostumados com pixulecos e outras mordomias mais, não vão fazer nenhuma reforma e vai continuar tudo do jeito que está. Somente com o povo nas ruas protestando é que poderá ser modificada alguma coisa.Mas Brasileiro é bonzinho, manso .Sintetizando é um povo que não deu certo.

Absoluto flagrante de intenções criminosas de corrupção, desvios, prosseguimentos, continuidades e desrespeito a milhões e o resto da população por estes políticos malfeitores que quer ver o país fora da corrupção.

Parece que cadeia e a PF prendendo ate altíssimas personalidades não lhe dá inibição alguma e pretendem encher os bolsos derrubando qualquer lei que os impeça.

Esse é o verdadeiro Brasil: o do crime na cara de pau e flagrante desrespeito ao povo. Acham pouco os 170 bilhões de rombo, com certeza por causa da corrupção e querem mais. Mais cadeia isso sim a estes de corruptas intenções. Vamos marcar os nomes de cada e ir as ruas com seus nomes em panfletos e fazer pente fino nas suas vidas.

Mas é claro que o congresso integrado em sua maioria por bandidos não iria se esforçar para aprovar projetos que viessem dificultar e penalizar com mais rigor crimes de corrupção e contra a administração pública.

O Brasil tem o pior de tudo na sua historia, a chamada tempestade perfeita, só que nesse caso para destruir os sonhos e os anseios da maior parte de seu povo, vamos lá; a pior e a mais nefasta geração de políticos de todos os tempos, o mais medíocre e desqualificado STF de sua história, a geração PT "produziu" o pior na musica e nas artes em geral, esportes(futebol é um lixo), etc...

As redes sociais, são a melhor arma, além das manifestações de rua, para coibir todas as artimanhas dos alvos e seus partidos, nas tentativas de travar ou controlar o que temos de melhor na Justiça Brasileira, que é o Lava Jato.Sem esquecer ,que nas próximas eleições, teremos os nomes de todos os candidatos à carceragem. Serão defenestrados da vida pública.

O único grupo interessado em que esse projeto não tenha seguimento é, por todas as razões, esse do golpe. Pois toda cúpula, inclusive esse que desempenha o ridículo papel de um " presidente", têm contas a serem acertadas com a justiça.

O PT por ter sido o maior incentivador e mantenedor desse nicho investigativo, mesmo ao custo de ver quadros importantes envolvidos e punidos,nunca se manifestou ou manobrou, no sentido de atrapalhar, ou impedir qualquer iniciativa nesse sentido, e podia. Esse grupelho que se quer governo, atolado até o pescoço com as falcatruas já se movimentou, inclusive com gravações, demonstrando a que vieram e a quem servem. É esse grupo que tem que ser monitorado quanto às manobras para barrar ou atrapalhar estas saneadoras iniciativas.

Somos reféns de uma classe política organizada criminosamente que têm como único objetivo, usurpar os direitos e o dinheiro dos cidadãos brasileiros! Está na hora da sociedade ir para as ruas e pedir uma reforma política já! O primeiro passo seria acabar com foro privilegiado.

Um País que só é administrado para Políticos e Empresários, e o Povo ficando no segundo plano... só poderia dar nisso! Neste País só existe DINHEIRO para Políticos e Empresários!!! Para o Povo só tem Impostos, Reforma da Previdência, Inflação, Juros Altos, Câmbio Alto, Reforma Trabalhista, Perda do Poder Aquisitivo, etc... etc... etc... Políticos são os verdadeiros INIMIGOS do Povo e da Nação!

Somos reféns da maior organização criminosa do mundo: os partidos brasileiros. E cuidado porque esses mesmos senhores querem aprovar uma série de projetos polêmicos às pressas. Não têm credibilidade ou estofo moral para legislar sobre nada. Não passarão!






























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Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




terça-feira, 5 de julho de 2016

Educar para Libertar (Por Thiago Muniz)

Os políticos brasileiros descobriram há muito tempo que povo sem cultura é facilmente manipulável e, portanto, não têm interesse na solução dos problemas na educação. Tudo que se tem feito a respeito é pura demagogia. E agora, às vésperas das eleições, mais uma promessa de campanha.

Precisamos de vontade política e pressão popular, modernizar o ensino e dar salários dignos aos professores. Acabar também com essa história de passe livre de ano letivo é fundamental.

O Brasil deve investir na qualidade da educação, no ensino fundamental e na conscientização do povo. Assim teremos mais qualidade de vida com amor e paz no Brasil.

Felizmente a questão da educação no Brasil vem mostrando uma significativa melhora no que diz respeito ao analfabetismo. Mas, por outro lado, se faz urgente e necessário um investimento por parte do governo no que se refere à formação, capacitação e remuneração dos professores, bem como às melhorias das condições de trabalho dos mesmos. A evasão e a repetência escolar são frutos de um governo omisso que não tem como prioridade a educação de todo o cidadão. Nosso país somente será uma nação quando os nossos governantes se conscientizarem de que um futuro promissor está intimamente ligado a uma educação digna e de qualidade.

Premissas importantes:

1) Criação de Colégios em tempo integral;

2) Um centro nacional de preparação do material escolar, incluindo as aulas

3) Distribuição do material escolar para os colégios, onde os/as professores(as) explicariam as matérias aos alunos por meio de aulas vindas em videocassetes ou DVD.

4) Melhorar a formação dos professores e modernizar as escolas utilizando as tecnologias existentes;

5) O currículo escolar pode ser melhorado. Por exemplo, com a inclusão de uma terceira língua no ensino médio, e.g. espanhol, alemão, francês, russo;

6) Evasão. A evasão escolar acontece por várias razoes: trabalho infantil etc. Os problemas não são homogêneos e exigem soluções diferenciadas para cada região. No Nordeste, a bolsa-escola parece ser uma solução;

7) Repetência. Nunca vamos conseguir evitar a repetência em 100%, mas podemos diminuir o fator percentual. No geral, educação no Brasil precisa de investimentos, dinheiro mesmo, ação do governo, pois idéias para melhorar o ensino existem muitas, mas todas dependem de orçamento e de um projeto de longo prazo, algo como 10 anos.

Tudo que se faz em termos de educação, deve-se entender que surte efeito a médio e longo prazo. Um bom começo, no entanto, passa pela capacitação dos professores atuais em termos de adaptação a novas pedagogias e uma nova visão de mundo.

Para que se tenha um ensino fundamental de qualidade é necessária uma qualificação dos professores que irão lecionar neste ensino. Mas, para que se tenha uma melhor qualificação desses professores, eles já devem chegar com uma boa base ao ensino de terceiro grau. Para isso deve-se melhorar o ensino médio. Mas, para que se melhore o ensino médio, temos que ter melhores licenciados, e os alunos devem ter tido uma boa base no ensino fundamental. Todos os níveis de ensino são elos da corrente. Não podemos tentar melhor um elo da corrente se o outro está fraco. Se deixarmos um destes elos fracos, a corrente se arrebenta.

É necessário, um melhor investimento na modernização das escolas e também uma maior valorização dos profissionais da área, porém existe um grande problema que é a falta de condições que muitas famílias encontram para manter os filhos nas escolas. Famílias que não têm nem o que comer não sabem nem o que significa a palavra escola. Desta forma, é necessário que haja um planejamento familiar e uma melhor distribuição de renda, aí sim haveria melhorias na educação no Brasil, pois com a barriga cheia ficaria mais fácil para os menos privilegiados pensar na palavra escola e entender o seu significado.

Há o reconhecimento de que algo precisa ser feito e urgentemente. Mas como fazê-lo se a própria política fomenta a situação caótica em que vive a educação no Brasil? De que adianta o governo dizer que quase todas as crianças têm acesso ao ensino básico no país se por trás disto tudo o quadro é desesperador? Se de fato a "repetência" fosse levada a sério possivelmente teríamos uma visão mais realista a ser enfrentada. Por que não mostrar claramente que estas mesmas crianças estão chegando à quarta série sem saber ler na maior parte das escolas da rede pública? Seria isto uma evolução? Estamos realmente diante de novos fatos? Mas, ao que parece, procuramos escondê-los diante de cada um de nós e dizer que o país tem avançado nos últimos anos na área da educação. É hora de arregaçarmos as mangas. Valorizar o profissional que abriga, que aninha todo o processo de aprendizado- o professor - e reconhecer quando um sistema básico de vida não está caminhando bem. Montar uma ação que envolva todos os segmentos da sociedade talvez seja um início para se fazer algo pelo futuro da educação em nosso país.

Acho que o problema da Educação está nas pessoas responsáveis pelo planejamento, programas que são implantados sem ter o mínimo conhecimento da prática, do dia-a-dia das escolas. As mudanças devem ser regionais e com participação de pessoas que tenham interesse em mudar esse quadro vergonhoso da nossa educação.

Uma mudança de hábitos de um país inteiro não acontece da noite para o dia: leitura. Há de se criar o hábito de gostar de ler. A educação então começa em casa, com os pais oferecendo bons títulos e desligando a TV na hora das novelas. Os professores podem indicar outros bons títulos para exames e cultura geral. Conscientizar um país inteiro de que a educação começa por mudança de hábitos e dentro de casa é o grande desafio. É importante ressaltar que professores bem treinados podem indicar bons títulos, mas os pais devem incentivar o ato continuamente.

A educação, como estrutura, não pode ser vista em suas frações isoladamente, mas sim como um todo que precisa ter suas partes desenvolvidas adequadamente. A parte física deve oferecer os recursos necessários à aplicação de didáticas interdisciplinarmente ligadas, e estas didáticas devem ser aplicadas por professores devidamente preparados.

Acho que em primeiro lugar é preciso aumentar o número de escolas. É um absurdo o número tão pequeno de escolas nas favelas. Aumentando o número de escolas, aumentará consideravelmente o acesso das crianças a elas. Sobre investimento nos professores, acho que o professor é ferramenta fundamental no estímulo aos estudantes. Não só em salários, mas em capacitação também. Não existe coisa mais desestimulante do que um professor sem brilho. Em terceiro lugar, acho que os cientistas educacionais têm de descobrir uma metodologia que traga a realidade das crianças para dentro da escola, trabalhar com a realidade talvez seja mais estimulante para os alunos. Claro que modernização é importante, a tecnologia faz parte do cotidiano, mas, se os estudantes não estiverem preparados e em um ambiente propício, essa modernização não terá o feito devido.

A melhoria da educação no Brasil começa com a vontade do povo, agindo como cidadão, a fiscalização das irregularidades e a vontade política dos legisladores, tanto a nível federal como estadual e municipal. Os legisladores não podem agir de acordo com suas vontades, em prol de benefícios particulares, mas sim pelas solicitações dos cidadãos, ao mesmo tempo que o cidadão não pode agir sem o apoio do Legislativo.
















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Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



Lagoa de Araruama: nas devidas calamidades ambientais (Por Thiago Muniz)

A Lagoa de Araruama é o maior Ecossistema lagunar hipersalino do mundo.

Muitos dos moradores e visitantes da Região dos Lagos no Estado do Rio de Janeiro já devem ter se perguntado: Porque que a Lagoa de Araruama é tão salgada? A hipersalinidade ou super salinidade é causada pela combinação de alguns fenômenos naturais da região.

A Lagoa tem grande quantidade de sal dissolvido devido aos seguintes fatores naturais da região:
  • Clima: a região entre a Lagoa de Araruama e Armação dos Búzios apresenta um clima semiárido, com presença de cactos, vegetação característica de locais desérticos. Segundo estudos pluviométricos a precipitação média varia entre 600 a 700 mm/ano, enquanto a taxa de evaporação está compreendida entre 1.300 a 1.400 mm/ano. Especialistas apontam a condição de poucas chuvas ao fenômeno de ressurgência, que ocorre na costa de Arraial do Cabo e já foi explicado no post anterior “Porque a água das praias da Região dos Lagos é tão gelada?”.
  • Ventos: a grande e forte ocorrência dos ventos na região atua sobre o espelho d´água da lagoa, o que aumenta a evaporação, tornando-a ainda mais salina.
  • Contribuição de água doce: os poucos rios afluentes à lagoa são de pequeno porte e, assim, não contribuem muito para a entrada de água doce no sistema.

Portanto, a pequena contribuição de água doce do sistema, seja pelo baixo índice de precipitação e de vazão dos rios afluentes, aliada à grande taxa evaporação, causa esse fenômeno de hipersalinidade da Lagoa de Araruama.

Com os seus, aproximadamente, 220 km² de espelho d’água, a Lagoa de Araruama é o maior ecossistema lagunar hipersalino em estado permanente do mundo. Mesmo havendo no planeta outras lagoas hipersalinas, como a Lagoa de Coorong na Austrália, o Lago Enriquillo na República Dominicana e a Laguna Ojo de Liebre no México, nenhuma delas tem superfície d’água grande e constante nas diferentes épocas do ano.

Esse gigantesco sistema lagunar do estado do Rio de Janeiro foi fundamental para o crescimento econômico e social da região. Pois, além de incentivar o turismo e a pesca nos municípios que são banhados pela lagoa (Araruama, Iguaba Grande, Saquarema, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo), sua elevada salinidade favoreceu à histórica atividade de extração de sal.

A Lagoa de Araruama é separada do oceano Atlântico por uma comprida linha de costa, que compõem a Restinga de Massambaba, tendo uma única ligação com o mar através do Canal de Itajurú, em Cabo Frio.

O Canal do Itajuru tem importância especial por ser a única ligação da lagoa com o mar. Nesse canal existem pontos críticos de poluição e assoreamento, como no Boqueirão, em São Pedro D´Aldeia, e também em Ponta do Ambrósio, Ilha do Anjo, Mercado do Peixe, Boca da Barra e Ilha do Japonês, todos em Cabo Frio. Como um dos principais problemas da lagoa é a falta de renovação da água, todos esses pontos precisam ser dragados.

Ainda há muito a ser feito, mas o presidente da ONG Viva Lagoa, Arnaldo Villa Nova, é otimista e enxerga melhoras. Ele garante ser constante a redução do teor de nutrientes prejudiciais às condições da água, como fósforo e nitrogênio. Segundo ele, os maiores gargalos de assoreamento são a Boca da Barra e a Ilha Palmer. O problema da falta de dragagem, acrescenta, começará a ser resolvido com R$ 5 milhões que serão investidos com esse fim (valor de uma licitação aberta recentemente pelo Instituto Estadual do Ambiente, o Inea).

Percorrer o entorno da Lagoa de Araruama, passando pelos municípios de Cabo Frio, São Pedro D’Aldeia, Iguaba Grande, Arraial do Cabo e Araruama, torna possível observar que, apesar de todos os investimentos, o despejo de esgoto in natura ainda é prática comum na região, onde vivem — somando a população das cinco cidades — cerca de 460 mil habitantes.

Ligações clandestinas em galerias pluviais que desembocam diretamente na lagoa, além de línguas negras e valas, ainda são facilmente encontradas nesses municípios. Em frente ao bar da Jaqueline, por exemplo, é despejado quase todo o esgoto do bairro Peró, que desce o Canal da Ogiva sem tratamento algum e deságua no Canal do Itajuru.

A lagoa é uma obra prima da natureza, um fenômeno geológico e hidráulico, constatado pelo renomado geógrafo Alberto Lamego. Mas infelizmente, se antes tínhamos um grande mar interior, original e encantador, fonte de inspiração de poetas, escritores e pintores, hoje a sua atual imagem paisagística nos causa profunda tristeza e constrangimento.

Apesar da melhora na balneabilidade, não importa, o preço que foi pago foi alto e lamentável, pois seu espelho d’água foi desfigurado. Suas águas, outrora, verdes ou azuis (de acordo com a direção do vento reinante) e transparentes, hoje se encontram marrons. Houve um dano paisagístico e um desequilíbrio sem igual, pois toda a laguna está tomada por águas escuras, do início ao fim de seus limites. Ela perdeu o seu encanto, a sua magia, deixou de ser aquele mar interior que extasiavam a todos que a conheciam. Em outras palavras, o delicado ecossistema lagunar da Araruama foi atingido por um aumento acelerado da poluição por nutrientes, o que acarretou impactos sobre a sua estrutura ecológica e paisagística.

Ora, através de estudos científicos, a exemplo da tese “profética” do oceanógrafo pesquisador, André Luiz Costa Moreira (A Eutrofização na Lagoa de Araruama e o Impacto Ambiental das Estações de Tratamento Secundário), que o fator preponderante que acarretou a alteração da cor das águas da Laguna de Araruama, é decorrente das águas despejadas pelas estações de tratamento de esgoto (em especial da Prolagos), ricas em nutrientes. Afirma o referido pesquisador, que ao invés de conter a poluição, essas estações fazem disparar a eutrofização e o crescimento de macros e microalgas, acelerando ainda mais a impactação ambiental.

Não adianta despoluir se não houver controle urbanístico do esgotamento sanitário por parte dos Municípios. Os municípios continuam licenciando obras sem o devido esgotamento sanitário. Não poderiam, pois isto contraria frontalmente o disposto no Estatuto da Cidade – Lei 10.257, art. 2º, VI, g. E cabe ao Estado também esta fiscalização ambiental.

Estatuto da Cidade – lei 10257/2001

art.2º: A política urbana tem por objetivo …. mediante as seguintes diretrizes gerais: (…)

VI – ordenação e controle do uso do solo, de modo a evitar: (…)

g) a poluição e a degradação ambiental

Mais de R$ 100 milhões já foram gastos em estações de tratamento de esgoto ineficazes à recuperação da Lagoa de Araruama.

De volta à estaca zero. As estações de tratamento de esgoto construídas em Iguaba, Araruama, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio estão longe de evitar o fim da poluição na Lagoa de Araruama. Os 520 litros de resíduos tratados e lançados no espelho d' água, por segundo, continuam alimentando a lagoa com fósforo e nitrogênio - principais nutrientes das microalgas que se reproduzem em ritmo acelerado, alterando a coloração da água. Mais de R$ 100 milhões foram gastos pelas concessionárias Prolagos e Águas de Juturnaíba na construção das estações, segundo Luiz Firmino, secretário executivo do Consórcio Intermunicipal Lagos São João. O grupo foi criado há sete anos para executar ações de controle ambiental na região.

A concentração de fósforo na lagoa está 200% acima dos padrões considerados normais, segundo Firmino. No terceiro capítulo da série sobre o drama ambiental da Lagoa de Araruama, o JB mostra a ineficácia dos planos emergenciais de despoluição do ecossistema local.

Apontado como principal vilão do drama ambiental ancorado na Lagoa de Araruama, - a maior de água salgada do mundo - o esgoto modificou o curso de vida de centenas de pescadores. O sumiço de espécies como a carapeba e a diminuição do tamanho de outras, como a tainha, já obrigam os comerciantes a importar pescado de outros estados brasileiros.

Com o aumento populacional das cidades às margens da Lagoa e a falta de esgotamento sanitário nestas cidades, a Lagoa de Araruama tornou-se o principal corpo receptor dos detritos produzidos por elas. Após a construção da Ponte Rio Niterói, o crescimento das cidades foi explosivo. Em 1998 as empresas Prolagos e Águas de Juturnaíba assinaram com o Governo do Estado um Contrato de Concessão dos serviços de água e esgoto para estas cidades, se responsabilizando pelo fornecimento de água e a coleta e tratamento do esgoto.

Como o fornecimento de água era, na época, o principal problema para um maior desenvolvimento da região, os contratos de concessão deram prioridade a ele deixando a questão do esgotamento sanitário em segundo plano. Para se ter idéia, a obrigatoriedade de pequeno tratamento de esgoto foi estabelecida somente a partir de 2006 para as Águas de Juturnaíba e 2001 para Prolagos.

Se a situação antes era ruim, com a melhoria do abastecimento de água nas cidades, a produção de esgoto lançado nas águas pluviais aumentou. O esgoto, ao atingir as águas da lagoa, degradou várias partes da mesma, pois estimulou o crescimento explosivo das algas, além de provocar mal cheiro, turvar a água e ajudar a diminuir a salinidade da lagoa, favorecendo a multiplicação de microorganismos.

Com isso, algumas praias em Araruama, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio ficaram impossibilitadas para o banho, o que afugentou os turistas, causou o fechamento de bares e restaurantes, prejudicou a pesca e acarretou a desvalorização de imóveis, provocando desemprego.
































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