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terça-feira, 9 de agosto de 2016

A porrada na cara do Brasil (Por Thiago Muniz)

Mulher, negra, favelada, pobre e homossexual. Rafaela Silva é a maior porrada na cara do neo-Brasil.

A sociedade brasileira é HIPÓCRITA!

Viva Rafaela Silva, medalha de ouro no judô na Rio 2016.


domingo, 24 de julho de 2016

O que eu sinto sobre Olimpíadas (Por Thiago Muniz)

Desta vez não vou fazer críticas, desta vez não vou apontar falhas e erros estratégicos.

Hoje vou falar sobre o que eu sinto sobre os Jogos e o espírito Olímpico.

Bem, vamos lá...

O importante não é vencer, mas competir e com dignidade!”.

Este era o lema adotado pelo educador francês, Pierre de Frédy, o famoso, Barão de Coubertin.

As Olimpíadas não são uma competição para determinar quais os melhores atletas, selecionar os vencedores, coroar os maiores e mais extraordinários. Seu sentido é expor o que a humanidade pode fazer de melhor quando deseja ser o melhor.

Os Jogos Olímpicos mantêm a população de todo o mundo por pouco mais de duas semanas suspensa no ar. Dezessete dias de emoções a todo instante, no calor das disputas, na reação aos resultados.

No fundo, é o sentimento querendo entender o que isso tudo pode significar nos rumos da humanidade. Sempre a ideia de congraçamento num mundo concreto bem diferente.

Um homem que bate no outro, ou um país que ganha uma guerra, não prova que tem razão, mas apenas que é mais forte.

Depois fica o ressentimento, a raiva surda, o ódio velado germinando a vingança a explodir mais à frente em novo conflito. O sonho e a esperança são inesgotáveis em rechaçar a violência. “É a luta para se viver em paz”, como ensina a bela canção de João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro.

No perde e ganha da vida diária, a procura pelo caminho da luz. Primeiro com os filhos, agora com os netos, sempre procurei, sem encontrar, um lugar para as crianças se desenvolverem de maneira integral. Sem iniciar pelo “pé quebrado” das escolinhas desse ou daquele esporte. Ficar na atividade com a qual mais se identificam de modo natural. Não consigo.

O que mais me impressiona nos Jogos Olímpicos é o congraçamento de todas as nações. Há mais países representados nesta grande festa do esporte que na ONU.

As Olimpíadas são o prenúncio de um outro mundo possível, o mundo solidário no qual a humanidade viverá como uma grande família. Em uma família as pessoas são diferentes, possuem talentos e aptidões distintos, mas todos têm os mesmos direitos e oportunidades.

Assim deveriam viver os 7 bilhões deste planeta que ocupa a terceira órbita do sistema solar, e onde – dizem – há vida inteligente.





























BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.


quinta-feira, 7 de julho de 2016

Os Jogos Olímpicos no Brasil e sua sucessão de erros (Por Thiago Muniz)

Muito se fala a respeito do potencial multiplicador de gastos governamentais em grandes obras públicas.

Em especial neste período de grandes eventos, como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, o assunto tem sido debatido, mas certamente menos do que mereceria em um país verdadeiramente preocupado com seu futuro.

O escritor francês Frédéric Bastiat (1801-1850) nos explica de forma didática esta dicotomia. No clássico “O que se vê e o que não se vê”, Bastiat traz uma anedota de uma criança que quebra a vidraça de uma loja, causando a consternação do seu proprietário.

Ato contínuo, temos a chegada de um estranho bem intencionado que anuncia que a destruição da vidraça deveria ser vista como um bem para a sociedade, dado o fato de que o proprietário da loja teria que contratar um vidraceiro; e este, por sua vez, gastaria esse dinheiro, digamos, na padaria; e o padeiro pagaria seus funcionários que disporiam de mais dinheiro para consumir algum bem ou serviço que fosse de seu interesse. 

A conclusão é de que, logo, o dinheiro gasto pelo proprietário da loja em uma nova vidraça viria a movimentar toda a economia da cidade. O moleque travesso deveria, portanto, ser aplaudido, e não castigado.

Mas é lógico que há um grave equívoco nessa história. Estamos vendo o dinheiro gasto com a nova vidraça, que certamente beneficiou o vidraceiro. Afinal este ganhou inesperadamente um novo cliente. Talvez até pela urgência em ter sua vidraça de volta, o proprietário da loja tenha tido que pagar mais caro do que normalmente o faria. Esse dinheiro pago ao vidraceiro é o que se vê.

O que não se vê são todas as diversas possibilidades não concretizadas que ainda estariam vivas se o lojista não tivesse sido forçado por força das circunstâncias a gastar dinheiro para ter basicamente o mesmo bem-estar.

Com o dinheiro gasto com uma nova vidraça ele poderia, por exemplo, ter adquirido um novo paletó, feito as compras do mês no supermercado, comprado remédios para sua mãe doente, e até pago a mensalidade do colégio de seu filho – atrasada há alguns meses.

É óbvio que qualquer pessoa e qualquer sociedade sempre vai preferir “ter mais” a que “ter menos”.

Em relação a Copa do Mundo e Olimpíadas, ao custo de mais de 100 bilhões de reais, o Brasil ganhou diversos estádios e arenas esportivas de última geração.

Mas esta é apenas uma parte da questão: o que se vê. Por outro lado, a alocação de recursos públicos escassos em empreendimentos com retorno público incerto deixaram em aberto uma série infindável de possibilidades que não puderam se tornar realidade porque, bem, os recursos são escassos. É o que não se vê.

Dada a falta de debates em torno do orçamento público e da própria função do Estado na nossa sociedade faz-se necessário reiterar: os mais de 100 bilhões investidos para viabilizar estes grandes eventos em nosso país fazem e farão uma falta tremenda no dia a dia dos brasileiros.

Para se ter uma ideia, este valor é pouco menos do que todo o orçamento da saúde no Brasil para o ano de 2016. O que não se vê, portanto, são as milhares de vidas que poderiam ser salvas com um investimento adequado em setores mais prioritários do que a construção de estádios e arenas.

Não por acaso, Bastiat chamava a atenção para o que ele considerava a diferença entre um bom e um mau economista: um se detém apenas no efeito que se vê; o outro leva em conta tanto o efeito que se vê quanto a diversas possibilidades que não podemos prever de pronto. O mesmo vale para o bom e, especialmente, o mau gestor público.

O COI detém em suas mãos o maior evento do planeta. Nada supera o interesse midiático dos Jogos Olímpicos de Verão. Quando um país decide se candidatar e posteriormente ser o anfitrião do megaevento, uma série de exigências são requeridas.

Muitos países desenvolvidos já desistiram de candidaturas olímpicas em função das pesadas exigências do COI. Inclusive muito se discute sobre como criar legados olímpicos, com tamanhos gastos e altos demais até para países muito ricos.

Os poucos exemplos de sucesso efetivo dos Jogos Olímpicos – como o caso de Barcelona 92, o mais famoso deles – trabalharam com pré requisitos estratégicos para atingir sua alta performance.

A equação é para lá de complexa: Equilíbrio nas fontes de financiamento, entre o setor público e a iniciativa privada e sua correta alocação dos recursos. Barcelona, por exemplo, teve 40% dos recursos públicos. 40% de empresas e 20% do fundo olímpico. O investimento, a valores de hoje, foi de incríveis 17 bilhões de euros.

O retorno para a economia da cidade foi quase 3 vezes esse valor,especialmente com a indução de diferentes setores da economia, profunda reestruturação da infraestrutura da cidade, especialmente a turística.

A cidade se transformou completamente e se posicionou definitivamente com um dos mais importantes destinos turísticos da Europa. Sua economia cada vez mais depende do turismo. Sem os Jogos jamais teria alcançado tal patamar.

Barcelona, assim como Sidney, Pequim e Londres aplicaram conceitos sólidos para retornar em muito seu pesado investimento. Mas até hoje nenhuma outra cidade atingiu o retorno da capital da Catalunha.

Brasil decidiu que iria embarcar em um arriscado jogo, sediar a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro.

A conta, todos sabiam que seria salgada, algo bem superior aos R$ 55 bilhões.

Políticos, dirigentes esportivos e até parte da imprensa entraram na ilusão criada que precisávamos e merecíamos tal relevância.

Sediar grandes eventos seguidos exigem um projeto sério, profissional, altamente orientado para a inteligência da utilização dos recursos públicos, participação ativa da iniciativa privada, aplicação do conceito de efeito multiplicador dos investimentos e o mais importante, o legado.

As mudanças por conta dos grandes eventos podem mudar positivamente uma cidade e um país ou afundá-lo. Infelizmente a irresponsabilidade, superfuramento de obras, corrupção e nenhum respeito aos recursos públicos simplesmente não existiram no Brasil.

Sim, essa palavra tão facilmente utilizada na boca de políticos simplesmente virou uma ilusão no projeto brasileiro, tanto da Copa como dos Jogos Olímpicos. Infelizmente estamos mais parecidos com a África do Sul do que Alemanha no quesito Copa do Mundo e somos uma Grécia e não Barcelona em termos de Jogos Olímpicos.

Ainda que os turistas venham ao RJ e impactem positivamente o PiB, será uma gota em um oceano de gastos absurdos e falta de um mínimo de planejamento. Para piorar temos notícias graves dos problemas brasileiros . Um exemplo, como os estrangeiros assistiram pela TV em todo o mundo a queda da ciclovia da Niemeyer.

O conceito de impacto econômico de megaeventos deve sempre considerar seu impacto líquido. Isso significa calcular o impacto positivo dos novos turistas que vieram para o evento menos os que viriam mas deixaram de ir.

Londres, por exemplo, sofreu muito com a perda de turistas que não se interessaram em ir à cidade em meio aos Jogos. Houve ganhos de um lado e perdas do outro.

Os Jogos do Rio, infelizmente, além do pequeno impacto econômico, teremos assim como ocorreu com a Copa, uma série de elefantes brancos num país que além de estar longe de ser olímpico tem uma população cada dia mais obesa e sedentária, déficits nas contas públicas e uma salgada conta para pagar por todos os brasileiros, sem nenhuma possibilidade de retorno no longo prazo para o país.

Realmente está tudo errado.

Durante a Copa de 2014, nossos geniais governantes decidiram decretar feriados para amenizar sua incapacidade de fazer funcionar as cidades durante os jogos.Essa decisão irresponsável e desconectada da realidade de um país com uma economia tão pujante decretou o fim da ilusão criada pelos governantes.

Para que muitas grandes metrópoles funcionassem durante o evento foram decretados feriados. Segundo o estudo da Fecomercio (Federação do Comércio de São Paulo), o cálculo do real impacto dessa irresponsabilidade foi de R$ 30 bilhões na economia e outros R$ 40 bilhões em aumento dos custos de empregados, com horas extras.

Sim, conseguiram gastar o mesmo que duas Copas do Mundo do Brasil em perdas para a economia. O país decretou o início de seu pesadelo econômico recessivo e inflacionário com a Copa.

E com o Rio de Janeiro vivendo a maior crise em seus 451 anos de vida parece que a história se repetirá.

A solução encontrada pelos governantes fluminenses foi decretar estado de calamidade pública.

Já, o Comitê Olímpico Brasileiro, que draga milhões de recursos públicos há anos, decidiu sem alarde importar atletas de outras nacionalidades para tentar melhorar o desempenho do país no quadro de medalhas.

Como se o problema fossem as medalhas.

Sejam bem-vindos ao Brasil. Um país onde a crise berra, a corrupção faz história e nós os otários somos os responsáveis em pagar pelos erros de nossos governantes.

Pra quê indignar-se com a qualidade dos nossos recursos mais básicos sendo que temos um evento internacional a sediar?

Afinal, somos alienados e gostamos de carnaval, esportes, sacanagem e tomar conta da vida dos participantes dos reality shows. Reclamar da alta carga tributária (pasmem, trabalhamos cinco meses no ano para pagar apenas impostos) é bobagem. 

Falhamos como nação e povo.

A tocha é “desprezível”, mas nos ensinou tanta coisa nestes últimos dois meses. Uma delas é de que ainda não somos um país olímpico, muito longe disso. Vivemos uma crise política, econômica, mas principalmente de valores. A intolerância abunda, de norte a sul, de oeste a leste, por todas as cidades em que este “maldito” fogo passou.

Privilégios para os mais ricos, remoções de muitas pessoas do seu local de moradia e militarização do espaço público" são alguns dos problemas identificados, verniz das relações públicas dos Jogos.
Aperta o Reset e vamos lá. Pobre Brasil.















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Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para:thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



sexta-feira, 22 de abril de 2016

A ciclovia olímpica e novos modelos de gestão de construção (Por Thiago Muniz)

"As obras, se não são inspiradas não são duradouras."
(Pensamento judaico)



Sobre o desabamento de parte da ciclovia da Avenida Niemeyer (com duas vítimas fatais) inaugurada há apenas 3 meses no Rio de Janeiro, importa lembrar que este incidente criminoso não merece ser considerado um fato isolado.

Deu-se o mesmo no Estádio Olímpico João Havelange, mais conhecido como Engenhão, interditado menos de seis anos após a inauguração por gravíssimos problemas estruturais em sua cobertura.

Também a Vila do Pan, construída para abrigar os atletas dos Jogos Pan-Americanos de 2007, e que depois teve os apartamentos vendidos para milhares de novos proprietários, sofreu com a interdição de várias áreas comuns do condomínio por erros absurdos de projeto, principalmente afundamento do solo. Crateras gigantes apareceram onde os construtores deixaram de realizar os procedimentos corretos de rebaixamento de solo em um terreno pantanoso.

A Cidade da Música, construída às pressas para abrigar a mais moderna sala de concertos do Estado, teve o resultado final criticado pelo próprio arquiteto responsável, com denúncias de superfaturamento e falhas de execução. Virou caso de polícia.

Mais recentemente, vários trechos do BRT e das ciclovias da cidade também registraram problemas de acabamento, com as pistas esfarelando semanas depois de inauguradas.

A lista é grande. Tão grave quanto o número de obras mal feitas no município, com erros de projeto e de execução, é a impunidade que prevalece sobre todos esses casos de desperdício de dinheiro público com riscos reais e mensuráveis sobre a vida das pessoas.

Considerando que o Rio se tornou um gigantesco canteiro de obras por conta das Olimpíadas, resta torcer para que novos acidentes gravíssimos como esses não voltem a acontecer. O problema é que o passado nos condena.

A ciclovia de 3,9 km teve custo de R$44,7 milhões e as obras foram feitas pela empreiteira Concremat. E não é que a Concremat tem como diretor-presidente Mauro Viegas Filho, avô do Secretário Especial de Turismo da Prefeitura do Rio, Antônio Pedro Viegas Figueira de Melo?

Se você dividir o custo de R$44,7 milhoes por 3,9kms e multiplicar pelos 20metros que cairam, isso dá R$ 229mil. Com essa soma astronômica daria para colocar duas vigas I de aço especial, indestrutíveis quando ancoradas no chão. O piso da ciclovia (a bandeja) poderia ter sido uma grade, diminuindo a superfície de impacto das ondas e a força total exercida para cima.

Também, se tivesse colocado como apoio UMA das vigas que sumiram da perimetral, chumbada em outra desta viga ancorada na rocha, certamente a estrutura não teria caído.

O que não consigo entender é que as empreiteiras que fazem estas lambanças aqui (não sei se é o caso desta empreiteira), são as mesmas que fazem obras de altíssima qualidade e acabamento no exterior.

Por que será que isso acontece?

Será que existe alguma explicação técnica para esta pergunta, ou será a reminiscência do famoso jeitinho brasileiro que sempre quer levar vantagem em tudo?

Está aí o ponto que quero chegar...

Os especialistas que ouvimos sobre a tragédia da ciclovia que desabou no Rio - e todas as obras mal feitas no Brasil - apresentaram uma solução relativamente simples para esse tipo de problema, já adotada em outros países do mundo.

Em vez dos governos contratarem construtoras ou empreiteiras, contrata-se uma seguradora. Cabe à seguradora a responsabilidade de contratar a empresa que vai fazer a obra. 

Qualquer erro, de qualquer natureza, implica no pagamento de um prêmio (valor altíssimo) por parte da seguradora, que para escapar desse imenso prejuízo, torna-se a principal interessada em zelar pela execução da obra no prazo previsto, pelo valor justo, sem uma sucessão desvairada de termos aditivos e com muito menos margem de manobra para propinas.

Simples assim.

Perguntei a eles por que, em sendo tão simples, esse modelo de contratação não foi ainda implantado no Brasil.

Precisa responder?

Ainda que a ciclovia estivesse firme como rocha, é seguro pedalar ali em dias de ressaca?

Como as ressacas são comuns, deveria haver uma ciclovia ali naquela posição?

A "boa gestão" da prefeitura vai deixando seu legado. É a ponte para o futuro do ‪#‎PMDB‬


Vídeo comentário de Rapha Ramirez, no canal "Posso falar? Já falei!"










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Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para:thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.