quinta-feira, 31 de março de 2016

Tchau Querida! (Por Rapha Ramirez)

As frases que estão na boca do povo no momento são: “ta tranquilo, tá favorável” ou “to chegando em, coisa louca em” e a que a Excelentíssima Senhora Presidente da República repete todos os dias, para ela mesmo acreditar: “não vai ter golpe”.

Fico cá perguntando com meus botões “ta tranquilo e ta favorável” pra quem? Alguns amigos podem dizer: para as oligarquias que dominam esse país desde que que a nau de Cabral aqui aportou, outros dirão para a mídia manipuladora e emburrecedora que manda no Brasil desde que Assis Chateaubriand pensou em trazer a televisão para o país e eu digo para vocês “não ta tranquilo e não ta favorável” para ninguém, o trabalhador a tempos vê a comida sumir do seu prato e a cesta básica encarecer, diferente do que a Presidenta disse na campanha não são só os banqueiros tiram a comida da boca do trabalhador, os políticos companheiros também, com cada caso de corrupção.

O Brasil a tempos parou economicamente e politicamente e sem perspectiva para voltar a caminhar.

Dilma quando diz que o impedimento de um presidente só pode existir se comprovadamente houver crime de responsabilidade tem razão, mas a Isto é listou apenas 7, vamos a eles:

1- CRIME DE RESPONSABILIDADE

1.1 - Obstrução da Justiça I

Diálogo Dilma/Lula e atos da nomeação
Em diálogo mantido entre a presidente e o antecessor na quarta-feira 16, Dilma disse a Lula que enviaria a ele um “termo de posse” de ministro para ser utilizado “em caso de necessidade”. A presidente trabalhava ali para impedir que Lula fosse preso antes de sua nomeação para a Casa Civil. Os atos seguintes corroborariam o desejo de Dilma de livrar Lula dos problemas com a Justiça. Enquanto o presidente do PT, Rui Falcão, informava que a posse de Lula só ocorreria na terça-feira 22, o Planalto mandava circular uma edição extra do Diário Oficial formalizando a nomeação.

1.2 - Obstrução da Justiça II

Nomeação do Ministro Navarro
O senador Delcídio do Amaral (MS) afirmou em delação premiada, revelada por ISTOÉ, que a presidente Dilma Rousseff, numa tentativa de deter a Lava Jato, o escalou para que ele fosse um dos responsáveis por articular a nomeação do ministro Marcelo Navarro Dantas, do STJ, em troca da soltura de presos da investigação policial.

1.3 - Obstrução da Justiça III

Compra do silêncio de Delcídio
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, foi escalado para tentar convencer o senador Delcídio a não fechar acordo de delação premiada com o Ministério Pública Federal, que chegou a insinuar ajuda financeira, caso fosse necessário.

1.4 - Obstrução da Justiça VI

Cinco ministros na mão
O senador Delcídio afirmou que Dilma costumava dizer que tinha cinco ministros no Supremo, numa referência ao lobby do governo nos tribunais superiores para barrar a Lava Jato.

1.5 - Enquadramento legal

Inciso 5 do Artigo 6º da Lei 1.079/1950:
Opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário, ou obstar, por meios violentos, ao efeito dos seus atos, mandados ou sentenças.

2- CRIME DE DESOBEDIÊNCIA

2.1 - Nomeação de Lula no Diário Oficial

Apesar de decisão da Justiça Federal que sustava a nomeação do ex-presidente para a Casa Civil, Dilma fez o ato ser publicado no Diário Oficial da União.

2.2 - Enquadramento legal

Artigo 359 do Código Penal: Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial

3- EXTORSÃO

3.1 - Ameaças para doação de campanha

Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, afirmou ter pago propina à campanha presidencial em 2014 porque teria sido ameaçado pelo ministro Edinho Silva, então tesoureiro de Dilma, de ter obras canceladas com o governo. Há uma representação na PGR contra Dilma para apurar o possível achaque.

3.2 - Enquadramento legal

Artigo 158 do Código Penal: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa.

4- CRIME ELEITORAL

4.1 - Abuso de poder político e econômico na campanha de 2014

Dilma é acusada em ação no TSE de se valer do cargo para influenciar o eleitor, em detrimento da liberdade de voto, além da utilização de estruturas do governo, antes e durante a campanha, o que incluiria recursos desviados da Petrobras.

4.2 - Caixa 2

A Polícia Federal apontou no relatório de indiciamento do marqueteiro do PT João Santana e de sua mulher, Mônica Moura, que o casal recebeu pelo menos R$ 21,5 milhões entre outubro de 2014 e maio de 2015 - período pós reeleição da presidente Dilma - do “departamento de propina” da Odebrecht. Isso reforça as suspeitas de caixa 2 na campanha, descrita no Código Eleitoral como “captação ilícita de recursos”.

4.3 - Enquadramento legal

Art. 237, do Código Eleitoral: A interferência do poder econômico e o desvio ou abuso do poder de autoridade, em desfavor da liberdade do voto, serão coibidos e punidos com cassação e ineligibilidade.

5- CRIME DE RESPONSABILIDADE FISCAL

5.1 - Pedaladas fiscais

A presidente Dilma incorreu nas chamadas “pedaladas fiscais”, a prática de atrasar repasses a bancos públicos a fim de cumprir as metas parciais da previsão orçamentária. A manobra fiscal foi reprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

5.2 - Enquadramento legal

Inciso III do Art. 11 da Lei 1.079/1950: Contrair empréstimo, emitir moeda corrente ou apólices, ou efetuar operação de crédito sem autorização legal

5.3 - Decretos não numerados

A chefe do Executivo descumpriu a lei ao editar decretos liberando crédito extraordinário, em 2015, sem o aval do Congresso. Foram ao menos seis decretos enquadrados nessa situação.

5.4 - Enquadramento Legal

Inciso VI do Artigo 10 da Lei 1.079/1950: Ordenar ou autorizar a abertura de crédito em desacordo com os limites estabelecidos pelo Senado Federal, sem fundamento na lei orçamentária ou na de crédito adicional ou com inobservância de prescrição legal.

6- FALSIDADE IDEOLÓGICA

6.1 - Escondendo o rombo nas contas

Corre uma ação no TSE em que os partidos de oposição acusam acusa a presidente Dilma de esconder a situação real da economia do país, especialmente no ano eleitoral.

6.2 - Enquadramento legal

Art. 299 do Código Penal: Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante.

7- IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

7.1 - Visita político-partidária

Dilma foi denunciada na Justiça por mobilizar todo um aparato de governo – avião, helicóptero, seguranças – para prestar solidariedade a Lula em São Bernard, um dia após o petista sofrer condução coercitiva para prestar depoimento à Polícia Federal no inquérito da Operação Lava Jato. O próprio ato de nomeação de Lula na Casa Civil pode ser enquadrado neste crime.

7.2 - Enquadramento legal

Art. 11 da Lei nº 8.429/1992: Constituti ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições.

Bem, nos calcanhares da Presidenta petista “vem chegando em” o final da linha, sem credibilidade, sem apoio político e com quase 70% da população contra o seu governo, dificilmente Dilma conseguira terminar o mandato, que foi conseguido com a propagação de mentiras e calunias contra adversários, ela mesmo disse que faria os diabos para ganhar a eleição, pois é fez, e acho eu que esqueceu de pagar a fatura.

Quanto ao golpe, não vei ter golpe, golpe em quem? De quem? Faz tempo que estamos a deriva sem governo, sem rumo.

Engrandeça a sua biografia Dilma, renuncie e devolva o Brasil para o trilhos e o abra novamente a sua lojinha de 1,99 que você quebrou, lembra? Senta em uma praça de Porto Alegre enquanto o seu netinho brinca no parquinho, você joga um dominó com as sua amigas.

Já deu né? Tchau Querida!








Rapha Ramirez tem 32 anos, é formado em Jornalismo pela Universidade Veiga de Almeida. Apaixonado por política, já está escrevendo o seu primeiro livro e em breve se lançará como Escritor. Caso queiram entrar em contato com ele, basta seguirem o seu perfil no Twitter em @rapharamirez.

terça-feira, 29 de março de 2016

O golpe do PMDB tomou forma (Por Thiago Muniz)

"...E os ratos, como era previsto, caíram fora. Abandonaram não o navio, que já afundou há tempos, mas os outros ratos, que continuam agarrados a uma tábua aqui, uma bóia acolá, gritando esganiçados que não vai ter golpe." (Cora Ronai)

Que tragédia. O partido mais oportunista da história do Brasil vai voltar com força total (e de maneira indireta, bem PMDB mesmo). Presidência da República, Câmara e Senado nas mãos dos coronéis corruptos, governando como se ainda estivessem no século XIX.

PMDB, o povo tá de olho, não é largando o PT depois deles destruírem tudo que vocês vão limpar a própria imagem.

Enquanto o PT tinha caixa pra manter seus interesses, vocês ficaram juntinhos, agora se mostram iguais ou piores que eles. Não vamos esquecer.

Acredito que os que foram às ruas gritar fora PT estão felizes, contribuíram para que o PMDB finalmente conseguisse o que não teria a menor chance se o voto fosse direto.

É muito cômico um partido que passou toda sua história saqueando o Brasil dá uma de santo pra voltar ao poder através de um golpe. O PMDB nunca mais vai voltar ao poder de forma decentemente Democrática.

E o pior que ainda tem imbecil achando bonito isso. Partido de coronéis oportunistas. Que se perpetuam no poder, os MAIORES SANGUE-SUGAS da história política do Brasil. Mas são uns fanfarrões!

Em um dos momentos mais importantes da recente história do Brasil, o PMDB decide sobre permanecer ou não na base governista ou, melhor dizendo, se é favorável ao pedido de impeachment ou não, em uma reunião de 3 minutos! Isto mesmo.. em 3 míseros minutos podem ter definindo o futuro do Brasil nos próximos anos. Assim, o futuro do país decidido em 3 minutos. Pronto. Análise de materialidade ou da autoria do suposto crime de responsabilidade da Presidenta da República que ensejaria o pedido de impeachment? 3 minutos. Tempo mais do que suficiente para o preparo de um macarrão instantâneo. 3 minutos e está pronto o impeachment.

Isso é um treta épica! Eles (PMDB) está fugindo do barco que ajudou afundar o Brasil é ainda dando uma de bom moço. Mas a gente tá vendo, Brasil pra Frente Temer pra presidente? Oi? Como assim? É outra, não aceito Dilma e Lula não, mas há corrupção existe há milênios aqui. Vê eles assim só me faz lembrar como está parecido o cenário de Jogos Vorazes sim com esse âmbito político, lula não é o único errado não... Há uma corja inteira!

Enquanto o povo está morrendo à minguá essa gente pensa que o Brasil é deles, o Brasil é nosso povo, porque essa mulher não deixa o poder de uma vez, estão nos fazendo de palhaços no circo que eles mesmo plantaram, mas infelizmente somente eles estão colhendo, nós aqui sofrendo para podermos comprar 1 kg de carne. Provavelmente daqui a pouco estarão em um churrasco, todos juntos, rindo as nossas custas.

Impeachment acredito que não resolverá essa crise econômica, apenas dará uma sensação de alívio naqueles que queriam isso. Não vai surgir Bilhões de reais nos cofres públicos da noite para o dia acredito eu. A crise econômica vai continuar mesmo assim por um tempo. O governo de um país não é composto só por presidente, o presidente na verdade é o que menos atua.

Imagine a Política de um País como uma Pirâmide, onde o Presidente está no topo. Se você tirar a primeira peça do topo, nada acontece com a piramide. Agora mexa na base dela, tire alguns blocos, que ela vai começar a pender. A politica de um país começa pela base, que são os Vereadores de cada cidade, depois os Prefeitos, Deputados, Senadores, etc....

Dar o tal jeito no país é algo que quase que impossível, porque a política aqui é toda errada, e isso não é culpa do Lula, ou Fernando Henrique, esse problema vem lá de trás, de uns 100 anos atrás ou mais. O dinheiro aqui é desvalorizado demais ou melhor supervalorizado, porque as coisas tem preços absurdos.

É complicado de pensar nisso, porque dentro do Brasil, existem outros Brasis, nosso País é um dos maiores do mundo, em cada região a vida é de uma forma, em cada estado a vida é de uma forma, é algo muito complicado pra entender.

Tem lugares no Brasil onde a crise não chegou, sabe porquê? Porque a vida dessas pessoas sempre foi de pobreza.

O próximo governante tem que ser sério, tem que colocar ordem e mudar a política do Brasil. Mas todos são humanos, portanto se não tiver boa índole não vai adiantar. Se a pessoa não tiver a mente focada em mudança, não vai resolver.

Duvido que a grande população do Brasil procura se informar sobre a vida politica de cada candidato, sobre o passado da pessoa. Claro, isso é algo muito difícil de encontrar as vezes, mas hoje em dia temos internet, onde se acha tudo.
Precisamos ser fortes, enfrentar esse momento e saber escolher bem um candidato, desde um simples Vereador até o Presidente.

Para evitar um racha no partido, lideranças peemedebistas decidiram amenizar o rompimento com Dilma Rousseff. O fim do apoio do PMDB ao governo, a ser formalizado hoje, não será radical. Não serão fixados prazos para que filiados deixem ministérios e funções de confiança, e sequer haverá punições para quem ficar onde está. O partido mantém cerca de 600 cargos na máquina federal.

A saída à moda peemedebista foi costurada em reuniões como a mantida entre Michel Temer e o presidente do Senado, Renan Calheiros. O assunto também foi tema de conversa entre o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani, e o senador Eunício Oliveira (CE).

Imagine a presidente Dilma enviando ao Congresso um projeto de emenda constitucional convocando novas eleições, mas não só presidenciais, NOVAS ELEIÇÕES GERAIS? Todas as máscaras cairiam. Todos ficariam nus. Temer, Aecio, Serra, Alckmin, FHC, Caiado, Renan, Cunha, Paulinho da Força, a própria Dilma, o Lula e muitos outros, pois não seriam eleitos diante do que o país sabe hoje. Deveria também propor que o povo decida em plebiscito se políticos devem continuar com privilégios financeiros e se devem continuar a ganhar mais que professores e medicos.

Presidente Dilma, a senhora não tem mais nada a perder! Chute o balde! Lanço aqui a campanha: #EiDilmaChutaoBalde

PS: Não poderiam se candidatar nem ex- juízes e ninguém com problemas na justiça ou com sérios indícios de envolvimento na Lava Jato e em outros casos de corrupção.

Mapa da Democracia

"PMDB é como aquela visita que vai embora assim que a cerveja acaba" (André Dahmer)







BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para:thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.

domingo, 13 de março de 2016

O Pragmatismo do 13 de Março (Por Thiago Muniz)

Uma coisa é falar em saída do governo Dilma Rousseff; outra coisa é falar em saída da crise político-econômica atual.

Uma não coincide exatamente com a outra; a segunda não se reduz à primeira. Saindo Dilma, a crise não acabará. Nem tampouco começará a acabar, como acreditam alguns defensores do impeachment, da renúncia ou da mudança de regime de governo.

Observando os cartazes dos manifestantes contrários ao governo neste domingo em todo o país, pode-se notar que a maioria deles brada palavras-de-ordem que se limitam apenas à saída de Dilma. “Fora Dilma e leve o PT junto” é a mais comum. 

É uma visão que pode até expressar a legítima posição política de muita gente em relação ao governo, mas revela também uma certa miopia diante dos cenários de mais longo prazo. 

É uma percepção curta, imediata, que pensa a saída da crise apenas com o afastamento da presidente da República ou o esvaziamento do seu poder.

As fontes de instabilidade do governo, hoje, são múltiplas. Algumas delas, é verdade, têm a ver com o governo da vez. No entanto, elas são apenas uma parte das determinantes da conjuntura atual. 

Uma das principais fontes de instabilidade, a Operação Lava Jato, sequer chegou à pessoa da presidente, não obstante várias lideranças políticas que vão às ruas neste domingo ou que são simpáticas aos manifestantes já tenham sido nominalmente citadas em depoimentos ou já estejam acumulando processos contra si.

Dilma e o PT têm suas culpas, e não são poucas nem pequenas. A conjuntura não é responsabilidade apenas da mídia, ou da oposição, ou das elites, ou qualquer outro algoz de ocasião. No entanto, os mesmo que criticam a presidente, defendendo que ela lidere um governo de união nacional, são aqueles que se negam a conversar com Dilma. Certamente esses setores também têm suas justificativas. 

Mas não podem se eximir da culpa pela crise política que aí está, nem tampouco dos seus impactos sobre o ambiente econômico, já totalmente contaminado pela paralisia em que nos encontramos.

Se Dilma sair ou, ficando, tiver seus poderes diminuídos pela mudança de regime de governo, teremos o início de uma nova crise, que é parte dessa conjuntura maior de instabilidade, e não o fim do que estamos vivendo hoje. Essa nova crise terá como principais razões:

1. Continuidade da Operação Lava Jato e o fato de que ela irá alcançar nomes de um eventual futuro governo;

2. Tentativas de um eventual futuro governo justamente em limitar o alcance da Lava Jato;

3. Questionável capacidade de Michel Temer, vice-presidente, em liderar um governo de coalizão;

4. Existência de um processo no TSE que pode vir a cassar até mesmo o futuro presidente, caso o vice venha a assumir;

5. Possibilidade, ainda que remota, de que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, venha a assumir a Presidência;

6. Instabilidade política que um possível regime parlamentarista geraria, dada a fragmentação partidária do Congresso, o peso que a futura nova oposição teria, etc.

7. Vício de origem que o chefe de governo teria ao ser eleito indiretamente por este que é o pior Congresso em 50 anos;

8. Continuidade da crise econômica, interna e externamente.

O que me estranha nesses protestos é a falta de coerência do protesto em si. Acho que se fosse o povo pelo povo a manifestação seria coesa.

Mas o povo apoiando elite e manutenção de privilégios, aplaudindo políticos, também, corruptos, e até Malafaias, Bolsonaros, Fascistas em geral, é meio esquizofrênico. Claro, alguns políticos vão tirar proveito da situação para se promoverem e vão as ruas também. 

Realmente não sei se se convocar uma manifestação e seguir um pessoal que ergue uma bandeira de "Militares no poder" é progressista ou racional. A insatisfação pela conjuntura do governo é visível e protestos têm que ser feitos. 

É nosso dever fazer crítica (não aquela crítica de apontar erros, mas sim no sentido do senso crítico de questionar o que está sendo feito). Porém, a irracionalidade dos manifestação é clara. Bandeiras absurdas são levantadas. É muito estranho a classe mais elitizada ir as ruas com um conteúdo tão apolítico.

O país foi incapaz de deter o processo e até hoje há quem pense que os bandidos vão vencer no final: PT e PMDB continuarão nos assaltando pela eternidade. 

Como foi possível conviver com tanta ladroagem? 

Como foi possível aceitar versões tão enganadoras? 

Como foi possível cultuar o cinismo que nos corrói? 

Ainda agora, surgem as velhas trapaças. O PT ameaça soltar nas ruas barbudos de camisa vermelha, e há garotas fazendo gestos obscenos com o dedo. 

Ao PT interessa a hipótese de conflitos. Se as pessoas tiverem medo, não sairão às ruas. E alguns cronistas vão dizer: caiu o ímpeto do impeachment, Dilma respira de novo. Dilma tem respirado à custa da nossa asfixia.

A Lava-Jato ainda está em curso. Vai sobrar pra praticamente todos os grandes partidos. Na linha de sucessão de Dilma tem o PMDB de Temer, Cunha e Renan. Figurões do PSDB tb estão citados em delações. Lembrei da música do amigo Ivan Lins (e do Vitor Martins): "cai o rei de ouro, cai o rei de espadas, cai o rei de paus, cai, não fica nada". O sistema político dominante no Brasil está falido, mas seus usufrutuários recusam-se a sepultá-lo.

Só um adendo: Aguardando as últimas fotos das manifestações no Capão Redondo, em São Mateus, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Setor O de Ceilândia, Rocinha, Complexo do Alemão, Diadema e outras áreas metropolitanas equivalentes. Afinal, ouvi desde de manhã que elas acontecem "por todo o Brasil".


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sexta-feira, 4 de março de 2016

O dia em que acreditei no Brasil (Por Thiago Muniz)

Desde que eu era mais jovem, nunca fui um filiado político ou admirador de um político em específico.

Mas a minha juventude "adolescêntica" se iniciou nos anos 1990, uma década onde começou com um impeachment de um presidente e a era do plano Real para a economia brasileira bastante fragilizada pelas incompetências anteriores.

Como a era FHC priorizou a economia e o lado social ficou de lado, eu pensei de verdade que quando o Lula entrasse para a presidência, os rumos mudassem a favor de um Brasil melhor, mais digno e com a corrupção erradicada.

Por um momento melhorou sim, a classe pobre teve voz, ela recebeu crédito para consumo, acesso ao estudo e subsídios para ter uma vida melhor. Só que política assistencialista deve ter vida útil para existir senão ela se transforma em política coronelista, uma prática comum desde que o Brasil existe.

Para melhorar as condições de uma sociedade, se deve fornecer subsídios e instrumentos capazes dela caminhar sozinha, e não acomodá-la com fomentos.

Nas eleições de 2002 votei sim em Luiz Inácio, eu enxerguei maturidade governamental nele, achei que o Brasil melhoraria de fato, de alguma forma o Gigante cresceria de uma maneira sólida e rugiria para o mundo.

E cresceu de fato, a economia bombeou, a infra-estrutura progrediu, só que...

Surgiu o escândalo do Mensalão! Uma nefasta que existiria até hoje se não fosse a delação inanimada do profeta do PTB. A partir de lá a mídia se movimentou aos poucos contra o governo. E o que surgiram de barbaridades nós perdemos as contas. Surgiu a CPI dos Correios e o Petrolão que quase extinguiu com a Petrobrás.

Mas temos que ter dois pesos e duas medidas; por outro lado o movimento de oposição que busca incessantemente a retomada do poder, ou seja, o PSDB; houve escândalos tão bárbaros quanto os do PT, cito a Privataria Tucana em MG, o escândalo do metrô de SP, o fatídico helicóptero com os 400 kg de cocaína achados numa fazenda em MG, fora o aeroporto na cidade de Claudio-MG. Mas daí eu não vi um grande movimento midiático em prol dessas sujeiras.

A decáda de 2000 começou com esperança e terminou com ceticismo. A década de 2010 começou com ceticismo e sinceramente não sei como terminará.

Naturalmente que diante do quadro desse momento e de tudo que possa vir a acontecer durante o dia, ainda é cedo para tomar qualquer posição.

Só me resta lamentar que algo que seja tão importante para o crescimento do país, da justiça e da democracia esteja sendo usado de forma justamente a colocar a democracia em risco.

As ruas serão tomadas por ambos os lados e poderemos ter conflitos graves, pois a nossa sociedade é intolerante e ignorante, não sabe respeitar as adversidades e as opiniões.

Espero que a mídia tenha consciência da forma perigosa como vem dando suas cartadas.

Há muitas dúvidas sobre o que está por vir: como reagirá Dilma?

E os movimentos sociais? Algumas conclusões já são possíveis: o ambiente político ficará ainda mais envenenado e os protestos do domingo que vem (13 de março), e, consequentemente, o processo de impeachment, ganharão enorme fôlego.

E, muito mais do que 2005, o projeto de poder do PT nunca esteve tão perto do fim.

O Brasil não tem mais jeito.

Infelizmente essa é a minha constatação. A corrupção já está enraizada na cultura, é praticamente impossível combatê-la.

É duro ter esse prognóstico, mas o Brasil é a terra da bagunça e da promiscuidade a céu aberto.








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