quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O linchamento dos linchadores da sociedade (Por Thiago Muniz)

Contra linchadores, estimula-se o linchamento

Quando a educação não é libertadora o sonho do oprimido torna ser opressor. Isso não é vontade de justiça e sim de vingança.

Uma parte significativa da imprensa e de páginas de facebook passam a divulgar, à exaustão, os nomes e as fotos dos suspeitos, que são identificados, presos e levados ao distrito policial sob a lente de inúmeras câmeras que mostram o rosto de “monstros”, desumanizados na sua essência, para o trepidar das tochas inquisidores continuarem a esquentar a indignação de um povo, que jamais terá seu desejo de vingança saciado, pois insaciável é.

Expor, incitar, desumanizar são ações típicas do linchamento, justamente a prática que vitimou o Índio Luis Ruas. O ciclo continua e o ditado com ferro fere, com ferro será ferido é adaptado para com linchamento fere, com linchamento será ferido.

Os reflexos dessa postura se não evoluírem para um linchamento físico e morte dos acusados, certamente já terão prejudicado o direito a um julgamento justo, ante a pressão pela condenação na forma mais rigorosa e lícita possível (ou não, quem se importa com isso?). O clamor e a ocasião são os combustíveis mais potentes para a sanha punitivista encontrar seu caminho de volta para o ciclo de linchamento.

Ou seja, se uma notícia não observa o direito a um julgamento justo, e portanto cega também em relação à Constituição, essa mesma notícia tem o condão somente de brutalizar cidadãos que podem ser inocentes, ou ainda que não sejam, merecem como qualquer pessoa o direito a um julgamento justo, imparcial e distante do clamor público.

A presunção de inocência e o devido processo legal, bem como demais garantias constitucionais como a preservação de seus nomes e imagens, além de sua própria integridade física e moral são completamente inobservados por meios de comunicação que deveriam ter responsabilidade ao noticiar um fato grave como o reportado até então.

Não se pode perder de vista que o suspeito é a parte mais vulnerável e frágil desta relação toda na medida em que ela será submetida a um processo penal que nada mais é que o próprio Estado investigando, acusando-o e por que não o condenando à prisão.

A rigor, o Estado de direito não comporta esses tipo de excesso. Aliás, como o próprio excesso pode significar essa atitude é digna de um verdadeiro Estado de exceção. Tudo em prol de um desejo coletivo de vingança.









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Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

A importância do Naming Right no esporte (Por Thiago Muniz)

Muito se fala no meio esportivo o termo “Naming Right”, mas poucos de fato conhecem o significado real e na prática deste.

“Naming Rights” é a prática da concessão de direitos de nome que empresas donas de algum estabelecimento de espetáculos culturais e/ou esportivos dá o nome para uma marca ou produto. Quando você compra os direitos de trocar o nome do evento, para o nome da empresa patrocinadora.

No Brasil, esta prática começou fora do esporte, com o Credicard Hall em São Paulo, criado em setembro de 1999. Já no esporte a primeira arena a adotar esta prática foi a Arena da Baixada em Curitiba, batizada em 2005 como Kyocera Arena.

No exterior, os “naming rights” estão consolidados. Quase todos os clubes das milionárias ligas profissionais dos Estados Unidos e na Europa, por exemplo, têm suas ‘casas’ batizadas com o nome de alguma empresa ou produto, vide o American Bank Arena, Barclays Center, Verizon Wireless Arena, Mercedes-Benz Arena Berlin, Emirates Stadium entre outros.

Por ventura da reforma de atualização de diversos estádios brasileiros, criados para a Copa de 2014, aos poucos foram adotando a comercialização do “naming right” como prática de receita atraente.

O estádio do Bahia, a famosa Fonte Nova, depois de sua reinauguração, o Grupo Petrópolis, segundo maior do setor cervejeiro no país e maior companhia 100% brasileira de bebidas, firmou um contrato deste porte associando a marca Itaipava ao estádio, sendo batizado de Itaipava Arena Fonte Nova. A empresa fechou um acordo no valor de R$ 10 milhões por ano, durante 10 anos, e além do nome, o contrato concede as marcas da empresa o direito de comercializar produtos com exclusividade em todos os bares e restaurantes do estabelecimento.

Outro estádio com um contrato de “Naming Rights” firmado é a nova Arena do Palmeiras. A seguradora Allianz, a construtora WTorre (responsável pela construção do estádio), o Palmeiras e a AEG (responsável pelos futuros eventos do local), firmaram parceria para colocar o nome da seguradora no estádio. A própria Allianz já possui diversos acordos de “naming rights” pelo mundo, como a Allianz Arena em Munique.

Se o modelo é novo para clubes e investidores, também é para a mídia, que vive de anunciantes e costuma ignorar o nome desses parceiros por entender que está fazendo propaganda de graça. Pior: em algumas ocasiões, vê concorrência entre o nome da arena e o de algum anunciante oficial.

A Allianz usou toda a experiência que tem como detentora de ‘naming rights’ de outros cinco estádios ao redor do mundo para ajudar na hora de negociar valores, tempo de contrato e formas de exploração da arena do Palmeiras.

Outra barreira de mercado enfrentada por clubes e investidores é mudar algo que já está enraizado. Como o público vai passar a chamar estádios tradicionais como Beira-Rio, Morumbi, Maracanã e Mineirão (nestes dois últimos, estádios públicos e que envolvem outro tipo de negociação), por outros nomes? É um trabalho lento e gradativo, mas o futebol brasileiro está quebrando paradigmas. A tendência é que as restrições em relação às tevês caiam aos poucos.

Um exemplo bem-sucedido foi a da Nestlé na escolha de um de seus produtos para colocar o nome de um campeonato, o Nescau MegaRampa.

Apesar de não ser exatamente uma novidade, o “naming right” poderia ser bem mais explorado aqui no Brasil. A tendência, já aproveitada por marcas como Net, Bradesco, Itaú, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e Citibank, deve conquistar mais adeptos nos próximos anos.

Para se ter a magnitude das cifras, o Real Madrid fechou o maior contrato de naming rigths de estádio da história do futebol. O nome do novo Santiago Bernabéu foi negociado com a companhia de investimentos International Petroleum Investment Company por 425 milhões de euros (cerca de R$ 1,334 bilhão) em 20 anos.

A nova arena deve se chamar Abu Dhabi Santiago Bernabeu, como referência à cidade sede da companhia. Outra opção da empresa é dar o nome de Cepsa Santiago Bernabeu, em referência à empresa de petróleo espanhola que faz parte da holding da IPIC.Com a reforma, o estádio terá teto retrátil, hotel e complexo comercial e de lazer. As obras devem custar entre € 400 milhões e € 500 milhões e irão ampliar a capacidade do estádio para 90 mil pessoas.

E aí, ainda tem dúvidas que um bom trabalho de “Naming Right” gera uma forte captação de receitas?

Muito trabalho pela frente.






























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Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

Renan e sua afronta ao STF (Por Thiago Muniz)

Renan Calheiros será eternizado na História da República por dois precedentes desastrosos que fragilizam a ordem institucional e a segurança jurídica.

Não satisfeito em articular um processo de impeachment em que a Presidente afastada não perde os direitos políticos (atropelando um item da Constituição sobre o qual não há espaço para interpretações), realizou a proeza de descumprir uma liminar do Supremo Tribunal Federal, algo inédito na história da frágil democracia brasileira.

Graças a Renan, a partir de hoje, a famosa frase "decisão judicial não se discute, cumpre-se!" fica, digamos, sub-judice. Pelo andar da carruagem, Renan poderá ser defenestrado da vida pública mais cedo do que gostaria, mas o estrago causado por seus gestos permanecerá por mais tempo do que o Brasil merece.

Eu sinceramente espero que o STF, reaja de maneira enérgica, de maneira a coibir tais atos! Estamos vivendo o apogeu da imoralidade. O que assusta nesse incidente é que ele não tem precedentes em tempos de "democracia" no Brasil. Mesa do Senado justificar por escrito não cumprimento de liminar do STF? Protegendo um de seus membros que vem a ser Presidente do Senado?

Não consigo entender como este cidadão consegue descumprir tal decisão judicial sem que seja sumariamente punido por isso. Continua lá, na sua mesma cadeira, no mesmo conforto do seu poder? Isso é devido à imunidade parlamentar, que impede o STJ de dar-lhe devidas algemas? Não entendo como o STJ não pode-se fazer respeitar.

Vão se engolir vivos. A vaidade e a guerra para permanecer no poder não tem limites. Os interesses da nação são sempre os últimos a considerar.

O Senado não respeita o STF, que não se respeita e faz tempo que o povo ninguém respeita.
Renan se considera uma espécie de Rainha Elizabeth II do Brasil. A cadeira da presidência no planalto seria por espécie de Primeiro Ministro. Alagoas é seu feudo onde faz o que quer com o objeto/gente o que ele bem desejar. E ele deseja muito, muito mesmo. Mas, por desejar tanto, quis expandir seu feudo e tomar todo o Brasil.

Ao manter o Renan Calheiros na presidência do Senado Federal, o STF deixou claro que o maior compromisso da maioria dos seus ministros é com os interesses da política, mesmo que seja necessário julgar de forma seletiva, passando por cima de suas próprias decisões e atribuições constitucionais. É lamentável, triste, desanimador.

Não podemos esquecer que o Renan Calheiros não é um principiante. 

Numa sessão do impeachment. Quando alguns senadores batiam boca. Ele alertou aos parlamentares que estavam passando “ao Brasil e ao mundo” a imagem de que o Senado é um “hospício”. Que a confrontação política na sessão de julgamento era uma “demonstração de que a burrice é infinita”. O Renan é da turma do Eduardo Cunha, homens inteligentes e articulados.

Não me surpreenderia vê-lo renunciar mais uma vez, para se livrar da cassação.

Uma insolência sem precedentes no mundo democrático. Mas vindo dos coronéis do poder, não dá para pensar em vergonha do futuro histórico.

O importante para eles é a fortuna amealhada com o sofrimento alheio. Essa nova classe governante nunca rompeu com o passado. Pelo contrário, beneficiou-se e conviveu a todo momento com aquilo que havia de pior na nossa tradição — o mandonismo, o clientelismo, a pilhagem do Estado e a deferência subserviente aos caciques regionais.








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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

A morte na calada da noite (Por Tom Valença)

A morte é a referência em torno da qual a vida é construída.

Sendo assim, até pouco tempo atrás era ponto pacífico que a morte deveria ser respeitada com exceção dos tempos de guerra, fosse no Ocidente ou Oriente. 

Mas isso mudou. Muito! 

Por exemplo, desde a semana passada está sendo possível perceber nas redes sociais, com o falecimento de Fidel, que a morte de uns parece ser o gol que outros esperavam acontecer desde sempre para comemorar sobre os que sentem a ausência de quem partiu. 

Ontem (29/11), esse processo se tornou mais claro, pois muitos se tornaram hostis para com os que lamentavam a tragédia da Chapecoense (e aqui não importa se espontaneamente ou se induzidos pelo fervor midiático) já que as únicas questões importantes seriam as votações que aconteceriam em Brasília. 

Nesse sentido, os últimos foram comemorados pelos primeiros como alienados. Pois bem, o dia transcorreu, as votações foram realizadas com seu ápice acontecendo na calada da noite e hoje o país amanheceu mais morto do que vivo. 

Morto em sua integridade imensamente combalida nos últimos tempos, culminando com o resultado dessas duas votações. 

E agora, será que a morte do corpo democrático brasileiro será tratada com o mesmo furor e ou desdém das morte do Comandante cubano e do time brasileiro? 

Se for, esse jogo democrático está irremediavelmente comprometido, talvez perdido por no mínimo algumas décadas. 

Para os dois times e para as duas torcidas, embora um dos times e sua torcida continuem comemorando. 

Mas não por muito tempo...


Tom Valença é Professor Doutor no Centro Universitário Jorge Amado





terça-feira, 29 de novembro de 2016

Força Chapecoense - 29/11/2016 (Por Thiago Muniz)

"Diante de um dos dias mais terríveis que já presenciei sobre futebol, que os torcedores reflitam sobre o ódio que reina habitualmente aqui." (Paulo-Roberto Andel - escritor)


Extremamente lamentável o acidente que vitimou a delegação da Chapecoense e também outras pessoas que estavam no voo para Medellin. Estou profundamente consternado. Todo o resto no que tange ao esporte fica em segundo plano nesse momento. Minha solidariedade aos sobreviventes, às famílias das vítimas, à diretoria e à torcida da Chape.

O esporte mundial está de luto.

Foi triste demais acordar com a notícia da queda do avião da Chapecoense. A vida tem uma dimensão trágica. Filósofos tratam disto. Teólogos discorrem sobre o tema. Por que morrem pessoas no apogeu da juventude e do sucesso? Há os que indicam um plano superior. Outros, como eu, entendem que os fatos são aleatórios. Mesmo assim, todos sentimos a dor das famílias enlutadas. É o maior sinistro do esporte e do jornalismo do país. Fiquei duramente impactado. Muito mais gente morre no trânsito mensalmente, mas o acidente desse tipo tem um poder impactante forte. Emocionou-me ver as cenas. A ordem do nosso mundo foi abalada. Estamos todos por um fio e é importante viver plenamente. Os que ficamos aprendemos com os que deixaram de existir: vamos viver de verdade, sem adiamentos, sem meio termo. A vida segue um pouco mais melancólica.

Estamos todos acabados com essa injustiça. E desta vez não foi a injustiça da bola. É das nossas vidas.

Continuo com o mesmo brilho nos olhos quando falo de esporte. E eu não desisti, trabalho com aquilo que sempre sonhei trabalhar. Espero que continue brilhando esteja onde estiver.

Ficamos impotentes diante da tragédia, mas podemos ajudar a tecer a rede de afeto e solidariedade para confortar os que ficam. As boas lembranças servem para homenagear essas pessoas que marcaram nossas vidas.

Alguém tem que ter bom senso. Futebol em 2016 acabou por aqui. Que se mantenham as posições, não caia ninguém sei lá. Mas perdeu o clima. Futebol é alegria, é entretenimento, não tem como continuar o campeonato diante do acontecido.

Hoje esse humilde time de Santa Catarina tem a maior torcida do mundo, pois quando sonhos despencam do céu a solidariedade é a única camisa que todos vestem, pois essa é a única camisa que nesse momento nos conforta. E a Chapecoense e a cidade de Chapecó terão forças para reerguer esse time e traze-lo de volta, porque neste momento esse é o desejo de todo o nosso país.

A Chapecoense poderia virar o segundo time de todo brasileiro. O time vai jogar na sua cidade? Bora la com a camisa da Chapecoense torcer contra o rival. O time merece se reestruturar e apoio nessas horas é fundamental. Torcida gera faturamento, lucro gera reestrutura. A Chapecoense precisa e merece ter a maior torcida do Brasil.

Pra quem está desacreditado do ser humano, um sopro de esperança e momento de grandeza. Clube Atlético Nacional, de Medellin, pede a Conmebol que a Chapecoense seja declarada campeã da Copa Sul-americana.








































#ForçaChape #somostodoschape


PS: O espírito de porco do ser humano não tem limites. Ouvi falar que já tem fotos do acidente em grupos de whatsapp. Não compartilhe isso e mande a puta que pariu quem o fez.



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sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel Castro, o revolucionário (Por Thiago Muniz)

"Hoje milhões de crianças dormirão na rua, nenhuma delas é cubana." (Fidel Castro)

"Fidel morreu, paz à sua alma. Mas não morreu um humanista ou um democrata, ou sequer um grande estadista, a menos que queiramos considerar dessa forma qualquer vulgar ditador.
(Crónica de Henrique Monteiro, no dia em que Fidel Castro morreu, aos 90 anos)

Hasta siempre comandante!

Ele foi o herói da minha geração de latino-americanos: tanto como líder de revolução, quanto como líder da resistência às forças dos Estados Unidos, e sobretudo como líder de um governo comprometido com a justiça social, sem perder o vigor transformador.

Aliados e adversários concordam que ele foi um dos raríssimos latino-americanos que ficarão na história da humanidade.

Ele foi o herói da minha geração de latino-americanos: tanto como líder de revolução, quanto como líder da resistência às forças dos Estados Unidos, e sobretudo como líder de um governo comprometido com a justiça social, sem perder o vigor transformador.

Líder autoritário ou simplesmente um tirano para meia humanidade, lenda revolucionária e flagelo do “imperialismo ianque” para os mais despossuídos e para a esquerda militante, Fidel Castro era o último sobrevivente da Guerra Fria e certamente o ator político do século XX que mais manchetes de jornal acumulou ao longo de seus 47 anos de domínio absoluto em Cuba, um poder caudilhista que começou no dia 1º. de janeiro de 1959, após derrotar pelas armas o regime de Batista.

Um de seus bons amigos, o prêmio Nobel colombiano Gabriel García Márquez, escreveu certa vez sobre ele que “sua devoção pela palavra” era “quase mágica”. “Três horas são para ele uma boa média para uma conversa comum. E, de três horas em três horas, os dias passam para ele como sopros”, afirmou Gabo. A descrição parece exagerada, mas não é, nem de longe. Qualquer político estrangeiro que tenha tratado com ele pode testemunhar isso, para não falarmos dos milhões cubanos, de qualquer idade, que precisaram deveram dedicar milhares ou dezenas de milhares de horas da sua vida a escutar os discursos e arengas do comandante.

Ditador irresponsável para muitos, último revolucionário do século XX para seus admiradores do Terceiro Mundo, fazia tempo que Fidel não participava das decisões de governo, embora, por seu caráter de símbolo, tenha influído até o último momento nos rumos políticos do regime cubano, demarcando os limites que não deveriam ser ultrapassados. Agora ele já não existe. E desta vez é de verdade.
























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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

E a Black Fraude chegando (Por Thiago Muniz)

Aqui não é Black Friday. 

Os preços são dobrados e depois cortados. Realmente é pura fraude. 

Deveríamos ter hoje um dia de gratidão, importar algo de bom e positivo.

O consumismo é uma ponta do problema nessa data. 

A outra ponta é a enganação que nomeou a data , simbolicamente, como Black Fraude. Muitas lojas (muitas mesmo) aumentam o valor dos produtos 1 mês antes, pra baixar pro preço de origem na sexta fatídica. Muito diferente da data nos EUA, onde os preços realmente caem, a população se "estapeia" e algumas lojas já contratam até ambulância pra ficar na porta da loja (sub do submundo).

A culpa é da avalanche publicitária que insiste em me lembrar que amanhã tem Black Friday, tamanha a quantidade de produtos que parecem mais baratos do que são de fato). Darei o troco nestas despretensiosas linhas que denunciam o lado sombrio desta convocação voraz. O black friday abre caminho para um movimento de manada que provoca a excitação coletiva em torno do consumo desvairado, alucinado, compulsivo. 

O Brasil importou sem cerimônia uma data criada nos Estados Unidos (há quem diga que a invenção é canadense) sem se dar ao trabalho sequer de traduzir o termo. O black friday acontece na sexta-feira seguinte ao Dia Nacional de Ação de Graças (Thanksgiving Day) quando o comércio americano promove uma mega-liquidação para marcar o início das compras de Natal. 

O país mais consumista do mundo pretendeu antecipar a temporada de compras natalinas e "se deu bem". Longas filas se formam na madrugada gelada de cidades como Nova Iorque onde a multidão aguarda em uma espera angustiante a abertura das lojas. 

Quando isso acontece, registra-se o "estouro da boiada" com pessoas sendo literalmente atropeladas, disputando por vezes de forma violenta os produtos mais baratos, algo que destoa bastante do chamado "espírito natalino".

A bem da verdade, o black friday exalta o "natal pagão", aquele que privilegia a tradição do Papai Noel (pintado de vermelho pela Coca-Cola no início do século passado quando transformou o bom velhinho em garoto-propaganda) e da árvore repleta de presentes (campanhas publicitárias vendem a ideia de que Natal de verdade é o da fartura de presentes, comida, bebida, etc.). 

Em meio a essa correria toda, esquecemos do aniversariante e do sentido espiritual da festa. Mas, cada um tem o direito de fazer o seu Natal do jeito que bem entender. E também de se entreter com a correria do black friday, se assim o desejar. 

Mas se esse for o seu caso, faça por você. Não se deixe levar pelo arrastão publicitário que arrebata os incautos, os distraídos, os dispersos. Firme seu pensamento naquilo que acredita e seja feliz.

Vivamos o consumo responsável! O planeta agradece.

As pessoas deixam se levar pelo marketing agressivo das grandes redes e esquecem de si próprias, endividando-se e gerando ainda mais problemas para todos.







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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Os governadores do RJ (Por Thiago Muniz)

Dois ex-governadores do Rio presos em menos de 24 horas é algo inusitado e que enseja esperança.

Pode-se até confirmar mais à frente a eventual inocência de Garotinho e Cabral em relação às denúncias formuladas contra eles. Mas o fato é que o Brasil já não é o país da impunidade.

Sérgio Moro (com seus erros e acertos) não é o único juiz disposto a cumprir a sua função diante de políticos ou empresários reconhecidamente influentes e poderosos.

E as instituições brasileiras (notadamente o Ministério Público, a Polícia Federal, e alguns setores do Judiciário) não parecem sujeitas aos interesses mesquinhos deste ou daquele governante de ocasião. 

Não há outro jeito de se enfrentar a corrupção. Cumpra-se a Lei.

E se a Lei não vale para todos, não vale para ninguém.

A prisão só é pouco.

Tem que confiscar os bens de todos os descendentes e dos ascendentes e do conjugue óbvio. Pois importa muito devolver o máximo possível do dinheiro roubado, com dinheiro eles contratam advogados milionários e corrompem os agentes penitenciários. A pena maior para os corruptos tem que ser a pobreza absoluta.

Não basta só prender. Precisa fazer o dinheiro desviado voltar aos cofres públicos. Que vendam fazendas, carros, helicópteros, obras de arte, jóias e devolvam a grana. Se não for assim, o crime pode até compensar. Os cabeças pegam alguns anos de cadeia - em celas bem diferentes daquelas que estamos acostumados a ver nos noticiários - e os familiares, aqui fora, continuam usufruindo do que nos foi roubado. E é dinheiro para garantir várias gerações. Os cabeças ficam apenas alguns anos na prisão, acertam delação premiada, saem para prisão domiciliar e a vida segue. Precisam devolver todo o dinheiro.

A bagunça do Rio e do Brasil tem raízes profundas. Que as ações recentes sejam somente o começo. Precisamos passar esse país a limpo.

Eles tem que cumprir pena em presídio, e devolver os bilhões de reais roubado do povo brasileiro. Precisando de remédios, para se curar. Os brasileiros está tendo esperança de um pais melhor.

Realmente, o juiz Sérgio Moro não é o único disposto a cumprir a sua função. Que pena que são raros. Nem todas as autoridades judiciais agem dessa forma no Brasil. Ou seja, a LEI vale para muitos, mas não vale para alguns privilegiados e endinheirados.

O dia em que os políticos, através de Lei Federal, forem obrigados a usufruir da educação pública, matriculando seus filhos, dependentes e agregados em escolas públicas; a usufruir do serviço público de saúde; transporte público; habitação e moradia pública, sem imunidades e regalias, nesse dia, estarão em sintonia com o que é público e coletivo e terão o meu respeito.

Quando uma Sociedade vê os "grandes" serem punidos por seus crimes, começa perceber que sua criminalidade também pode ser alcançada e passa a repensar seus atos.


































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sexta-feira, 11 de novembro de 2016

O plano utópico da maldade no RJ (Por Thiago Muniz)

"O otimista é um tolo. 
O pessimista, um chato. 
Bom mesmo é ser um realista esperançoso.(Ariano Suassuna)

O Governador do Rio confirmou hoje que não terá recursos para pagar todos os servidores no próximo dia 16/11, quarta-feira que vem. No calor dos acontecimentos, perde-se de vista a origem da pior crise que já se abateu sobre o Estado do Rio. 

A pedido do Bom Dia Brasil, o professor Istvan Kasnar, da Fundação Getúlio Vargas, revelou números impressionantes: a soma das isenções fiscais oferecidas pelo Governo do PMDB nos últimos 8 anos (Cabral/Pezão) chega a inacreditáveis 178 bilhões de reais. Ao abrir mão dessa fortuna em arrecadação de impostos, a expectativa era de que a geração de emprego e renda - e o consumo aquecido das famílias - elevasse a arrecadação estadual. 

Mas isso não aconteceu. De forma irresponsável, Governo do PMDB abriu mão de impostos contando com o repasse dos royalties do petróleo. 

Chegou-se a retirar desses royalties os recursos necessários para o pagamento de aposentadorias e pensões, sem nenhuma iniciativa para que se discutisse a reforma da Previdência. Em resumo: todo o equilíbrio fiscal e orçamentário foi assentado sobre uma commodity. 

Como se sabe, qualquer commodity (soja, aço, petróleo, etc) tem seu preço regulado pelo mercado internacional, sendo impossível que esse valor seja prevísivel ou sujeito a qualquer tipo de controle. 

Entre 2013 e 2016 a receita estadual com os royalties caiu 66% e, mesmo com o sinal vermelho piscando na cara dos governantes, demorou-se uma eternidade para tomar as providencias necessárias. 

Agora, como chegou a dizer o Governador Pezão, não há plano "B". Culpa de quem?

Não acredito em nenhum plano radical de contenção de despesas públicas que não inclua a desativação da frota de carros oficiais. 

Mesmo em tempos de bonança econômica, os carros oficiais (com seus motoristas, cotas generosas de combustível e custos de manutenção financiados pelos contribuintes) são uma excrescência moral, um resquício abominável de um privilégio que, com raras exceções, seria justificável. 

No Estado do Rio, antes de se anunciar a taxação de aposentados e pensionistas, corte de aluguel social, entre outras medidas sem precedentes (e possivelmente inconstitucionais), que tal desativar a numerosa frota de carros oficiais que servem aos secretários de estado, deputados estaduais (nem todos aceitam essa mordomia, é bom frisar!), servidores do Judiciário e de todos os numerosos agregados espalhados por vários órgãos, repartições e autarquias. 

No embalo desse movimento em favor da sensatez, que tal suprimir a luxuosa e injustificável carona às nossas custas dos vereadores de todos os 92 municípios fluminenses, bem como de todos os eventuais servidores dos respectivos órgãos públicos dessas cidades? Que peguem táxi, uber, bicicletas, sigam à pé ou (por que não?) transporte público. 

Quem sabe assim o Brasil finalmente possa avançar na agenda da mobilidade, com mais "autoridades" sentindo na pele a realidade difícil por que passa quem lhes sustenta.




















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quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Trump eleito! E agora José? (Por Thiago Muniz)

Que estranhos desígnios estariam por trás da surpreendente vitória de Donald Trump nos Estados Unidos?

Os grandes culpados dessa desgraça são, mais dos que os eleitores americanos, os dois grandes partidos políticos -- um por escolher um louco despreparado, o outro por escolher provavelmente a única pessoa incapaz de derrotá-lo.

Ele fez uma campanha estratégica explorando um sentimento ruim que existe em alguns americanos para ganhar voto. Talvez ele não seja o bicho que se mostrou ser nas campanhas (pelo menos eu espero). Por outro lado, a Hillary era péssima candidata! Será que dentre as duas opções possíveis essa foi mesmo a pior? O tempo vai responder.

O que levaria a maioria dos eleitores americanos (que se dispuseram a comparecer às urnas) a escolher um candidato xenófobo, misógino, racista, entre outras qualidades morais que aparentemente minariam qualquer pretensão de ir longe na carreira política?

Se analisarmos um pouco, de forma ligeiramente crítica, de um modo geral, o norte-americano médio é de características semelhantes as do Trump. É um povo que se acha a "nata" do universo e tem, historicamente, atitudes racistas, xenófobas, misóginas.

O que está por trás da eleição de Trump? Um desgosto mundial com os ditos políticos tradicionais? Um desilusão com relação ao alto custo financeiro e resolutividade duvidosa de governos com maior proteção social? A necessidade de politizar a intolerância racial, religiosa e política? Acho que precisamos de mais tempo para entender melhor o fato. No entanto, é preocupante em um momento de transição termos Trump e Putin no comando de duas superpotências nucleares isso sem falar da China uma incógnita.

Antes que você responda, pense no seguinte: serão anos difíceis com retrocessos na implementação do Acordo do Clima, a revisão dos processos de paz com Cuba e Irã, a implosão do Obamacare (que assegura aos mais pobres acesso aos serviços de saúde), estímulos governamentais à indústria armamentista e aos setores mais poluidores da economia. 

Fora a construção de um muro na fronteira com o México, a maior restrição aos imigrantes ilegais e vigilância sem precedentes contra os islâmicos residentes nos Estados Unidos. Tudo isso foi prometido por Trump durante a campanha.

Em se confirmando essas e outras propostas do presidente eleito dos Estados Unidos, qual será a reação da comunidade internacional? 

Repetiremos a omissão dos eleitores americanos que abandonaram as urnas por não gostar de nenhum dos candidatos (e acabaram permitindo a eleição de Trump)? 

Avalizaremos pelo silêncio as medidas polêmicas do novo presidente? 

Esperaremos passivamente os próximos 4 anos de mandato como se não houvesse nada a fazer?

Na era das redes, há preciosos recursos de mobilização e pressão ao alcance de qualquer cidadão plugado na internet. É possível organizar campanhas, boicotes, protestos, mobilizações, financiamento de projetos, etc. Trump sabe - ou descobrirá com o tempo - que seu poder não é absoluto, que bravatas custam caro no mundo político, e que na era da Globalização (ou mundialização) eventuais atos soberanos do novo presidente eleito dos Estados Unidos que repercutam negativamente no resto do mundo, abrirão espaço para que o resto do mundo se manifeste.

Portanto, prepare-se.

A eleição de Donald Trump nos convida a sair da zona de conforto, descer de cima do muro, e se posicionar em relação a temas que extrapolam as fronteiras dos Estados Unidos.

O mundo é menor, mais interligado e interdependente do que você imagina. E os efeitos da eleição de Trump lhe alcançam com mais intensidade do que supõe.

Seja um cidadão de seu tempo. Fique de olho. E manifeste-se.

O fim dos políticos profissionais está se tornando uma realidade. O povo cansou da incompetência e desonestidade dos políticos de carreira.

















BIO



Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




quinta-feira, 3 de novembro de 2016

A Decisão Judicial é contra as ocupações (Por Thiago Muniz)

Aos secundaristas ocupados, essa decisão judicial proferida garante que vocês possam ficar de boa na escola. Mas pode transformar as escolas nas novas Masmorras do governo. 

Por quê? 

Cabe APENAS a Sedu dialogar com vocês. Mas atenção: o juiz da Vara da Infância indicou que não pode ficar na escola quem não estude no colégio. Ou seja: quando a esmola é demais, o santo desconfia.

Tudo isso é uma falsa lógica. Acaba por ser uma decisão (com "boa intenção"), mas capciosa e que vai asfixiar o movimento das ocupações. Advogados consultados pelo Ninja ES avaliam que, na prática, ficarão impedidos dos aulões do Enem, cineclubes, rodas de conversas e quaisquer atividades da sociedade na escola (o que incluem a presença dos pais dos estudantes). 

Os estudantes serão prisioneiros em sua própria escola, sem contato com nenhuma pessoa, submetidos a um isolamento e incomunicabilidade social, correndo o risco de serem alvos de perseguição da direção das escolas. 

É um tipo de TORTURA soft. Tomara que defensores públicos e advogados ativistas se levantem e revertam essa decisão. A escola é pública e não de um governo, que, com essa decisão, teria poder de vigiar e punir.

Um absurdo legitimado pela Secretaria de Direitos Humanos - com direito a videozinho fofinho - para dar um ar "brother" na estratégia perversa. Que o caso seja denunciado NACIONALMENTE.

O medo desse governo é do apoio popular que só cresce em prol das ocupações dos estudantes.

Para os servidores públicos em greve, a recente decisão do STF foi um alívio para o governo, que agora poderá - deverá, na verdade - cortar o ponto e, assim, pressionar pela desmobilização. Mas quando se trata de gente que não tem função ou cargo público, então a saída precisa ser outra. 

Nesse caso, como desmobilizar os estudantes que ocupam escolas? Atingindo seus pais! De novo, assistimos à Justiça dando sua contribuição para dificultar qualquer movimento de ação coletiva que busque se contrapor à agenda política que aí está.

Recente tivemos o aumento salarial do primeiro num momento de "crise" econômica. E agora o retorno. Uma mão lava a outra. Pelo menos a Igreja tem demonstrado ir à favor dos movimentos sociais recentes e contra a PEC. SE NO passado Igreja e Estado faziam um casamento perfeito, hoje parece que se divorciaram por que o Estado traiu a Igreja com a amante "Justiça “.

Abriram a caixa de pandora quando assinaram um cheque em branco para o senhor Sergio Moro. Risco real de rompimento de ordem constitucional. STF tem muita culpa nisso.

E aquela autorização (ordem) de tortura concedida em Brasília? Estamos sob uma ditadura da toga. O Judiciário mostra cada vez mais a sua cara suja. Quem manda no país é esse bando de Togas. Estamos vivendo uma mistura de Ditadura gospel misturada com a Ditadura dos Togas.

As escolas ocupadas por alunos que querem frear a PEC 241 e a reforma bizarra do Ensino Médio, sendo expulsos na base da porrada e sob tortura (sim, tortura), enquanto a mídia faz matéria com adolescentes acampados, sem qualquer consciência política, à espera de um moleque que gosta de fazer merda.















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Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.