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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Os pastores da prosperidade no Brasil (Por Thiago Muniz)

Ligue a sua TV e coloque em alguns dos canais que transmitem programas religiosos. Agora veja quantos deles estão falando que Jesus morreu em uma cruz pelos nossos pecados, que somos pecadores e precisamos nos arrepender, que o crente é sal e luz do mundo, que precisamos ser instrumentos nas mãos de Deus, que precisamos amar o próximo, que precisamos orar, ler a Bíblia, jejuar…?

A exposição da Palavra é esquecida e substituída pelo talento hollywoodiano desses pastores, que exploram as mais diversas técnicas para cativar os seus expectadores, fazendo do show o protagonista do culto. Ele é a estrela e não Cristo e Sua palavra. Seu púlpito é lugar de entretenimento, de show, e não de pregação, de transmissão da voz de "Deus".

Esse pastores são extremamente ambiciosos e tem planos de crescimento. Porém, para a realização dos seus planos, precisam de muito dinheiro. 

E esse dinheiro é retirado das ovelhas, através das mais diversas técnicas de extorsão legais. Eles não ligam para o que a Bíblia ensina e inventam formas de arrecadação para realizar seus sonhos megalomaníacos. As ovelhas são iludidas, exploradas e sugadas até a última gota que podem dar.

Esses pastores escravizam pessoas em crendices e superstições que não são encontradas e ordenadas na Bíblia. Desviam a fé que deveria ser unicamente no "Deus soberano" para objetos e unções (falsas) e extravagantes. Trabalham com a ilusão, com a ambição, com a falta de conhecimento de muitas das ovelhas que lhe ouvem. Usam sua influência sobre as pessoas para “profetizar” e “revelar”. Porém, não usa a Bíblia, que é a revelação e é onde se encontram as profecias de Deus para a vida de seus servos.

Eles são vistos como semideuses pelos seus fieis. O pior de tudo é que não fazem nada para mudar essa situação, pois adoram ser paparicados, adoram status, adoram demonstrar seu grande “poder” e ser ovacionado pela multidão.

Esses pastores-empresários são formados e pós-graduados em enriquecimento usando a igreja. Tem fortuna e bens luxuosos, tudo adquirido com a ajuda das ofertas da igreja que, segundo diz eles, são usados para a obra de Deus. Eles engana multidões que bancam sua vida de ostentação.

Um pastor que diz que pobreza é maldição, que o crente verdadeiro será reconhecido pela sua prosperidade material, e outras abobrinhas sem embasamento bíblico, não merece admiração. Se a Teologia da prosperidade é um câncer, esse pastor é um espalhador de doenças no meio do povo. Esses pastores adoram inventar doutrinas usando versos bíblicos isolados, cuja interpretação isolada, sem considerar contextos e outras boas regras de interpretação, favoreça seus pensamentos e desejos.

Teologia da prosperidade (também conhecida como Evangelho da prosperidade) é uma doutrina religiosa cristã que defende que a bênção financeira é o desejo de Deus para os cristãos e que a fé, o discurso positivo e as doações para os ministérios cristãos irão sempre aumentar a riqueza material do fiel. Baseada em interpretações não-tradicionais da Bíblia, geralmente com ênfase no Livro de Malaquias, a doutrina interpreta a Bíblia como um contrato entre Deus e os humanos; se os humanos tiverem fé em Deus, Ele irá cumprir suas promessas de segurança e prosperidade. Reconhecer tais promessas como verdadeiras é percebido como um ato de fé, o que Deus irá honrar.

Os cinco pastores evangélicos mais ricos do Brasil

Fonte: Revista Forbes

1. Edir Macedo

O fundador da Igreja Universal do Reino de Deus, que também tem templos nos Estados Unidos, é de longe o pastor mais rico no Brasil, com um patrimônio líquido estimado pela Forbes de US$ 950 milhões, ou cerca de R$ 1,9 bilhão.

Macedo é escritor evangélico e já vendeu mais de 10 milhões de livros, todos ligado à religião. Seu grande investimento, porém, foi realizado na década de 80, quando adiquiriu o controle da emissora de televisão Rede Record, atualmente a segunda maior emissora do Brasil. Seus outros bens, segundo a Forbes, seria o jornal Folha Universal, o canal de notícias Record News, empresas do ramo musical, entre outros.



2. Valdemiro Santiago

Após ter sido expulso da Igreja Universal do Reino de Deus, por algum desentendimento com Macedo, Santiago fundou sua própria igreja, chamada Igreja Mundial do Poder de Deus, que tem mais de 900 mil seguidores e 4 mil templos. Segundo estimativa da Forbes, seu patrimônio líquido é de US$ 220 milhões, ou aproximadamente R$ 440 milhões.



3. Silas Malafaia

Líder da Assembléia de Deus Vitória em Cristo, maior igreja pentecostal do Brasil. O pastor está constantemente envolvido em escândalos relacionados à comunidade gay. “Ele é defensor de uma lei que poderia classificar o homossexualismo como uma doença e é uma figura proeminente no Twitter, onde tem mais de 440 mil seguidores”, disse a publicação. A Forbes estima que sua fortuna esteja em US$ 150 milhões, ou R$ 300 milhões. O site também afirmou que Malafaia lançou uma campanha chamada “O Clube de Um Milhão de Almas”, que pretende levantar R$ 1 bilhão para sua igreja, a fim de criar uma rede de televisão global, que seria transmitida em 137 países.

Os interessados em contribuir com a campanha podem doar quantias a partir de R$ 1 mil, valor que pode ser pago em prestações. Em troca, os doadores receberão um livro”.



4. RR Soares

Segundo o site, Romildo Ribeiro Soares, ou RR Soares, é o mais ativo em multimídia entre os pregadores evangélicos. O religioso é compositor, cantor e televangelista. Como fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, Soares é um dos rostos mais conhecidos na televisão brasileira. Com isso, sua fortuna estimada pela Forbes, é de US$ 125 milhões, ou R$ 250 milhões.



5. Estevam Hernandes Filho e sua esposa Sonia

Os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo, Apóstolo Estevam Hernandes Filho e sua esposa, Bispa Sonia, supervisionam mais de mil igrejas no Brasil e no exterior, incluindo a Flórida. Juntos, o casal tem um patrimônio líquido estimado pelo site em US$ 65 milhões dólares, ou R$ 130 milhões. A publicação ainda lembra que em 2010, o astro do futebol brasileiro, Kaká, que era amigo do casal e membro da igreja, deixou a instituição, alegando que sua liderança fazia mal uso do dinheiro. Segundo informações, Kaká teria doado mais de R$ 2 milhões para a igreja quando era membro.




























BIO

Thiago Muniz é colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do site Jornal Correio Eletrônico. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.





segunda-feira, 11 de julho de 2016

É proibido fazer sucesso no Brasil (Por Thiago Muniz)

No Brasil, o pior que pode acontecer a muita gente é fazer sucesso. Isso se aplica aos esportistas, artistas, políticos e a quem mais quiser sepultar nosso bom e velho “complexo de vira-latas”.

Tom Jobim quem disse: “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal”. 

Aqui basta fazer sucesso que todo mundo cai de pau, principalmente a crítica especializada. Repare, quando alguém é bem sucedido, ou é ladrão; ou é corrupto; ou deu pra alguém; ou comeu alguém; ou é viado. Ou tudo isso junto.

A verdade é que, num país onde a incompetência graça, muitas vezes, os exemplos de sucesso pontuais, ao invés de funcionarem como uma espécie mola propulsora, inspirando outros a fazerem o mesmo; tem o efeito incômodo de ressaltar a inépcia alheia, de lhe apontar o dedo é dizer na sua cara:

- Viu, ele conseguiu! Por que você não consegue, seu bosta?

Se todos estivessem na merda juntos, poderiam simplesmente culpar a fatalidade pela situação; ou o governo; ou o efeito estufa; ou os grandes cartéis; ou a mídia; ou o Hugo Chaves; ou a Xuxa; ou o seu chefe. 

Como um e-mail que circulou há tempos na internet, quando alguma coisa dá errado, é bem mais fácil e prudente encontrar logo em quem colocar a culpa.

No fracasso, todos são solidários. Por isso, sempre que acontece uma tragédia dessas que mobilizam o país, quando as pessoas enchem a boca para ressaltar a solidariedade do brasileiro, eu ponho as minhas barbas de molho. 

De fato somos tão bonzinhos? 

Ou este é simplesmente um exemplo de solidariedade no fracasso, como se o povo dissesse:

- "Que bom que você tá na merda. E fico ainda mais feliz por você estar pior do que eu. Por isso eu vou te ajudar, me faz sentir superior, ao menos uma vez na vida. E vamos combinar? A gente promete que ninguém aqui vai se dar bem, a não ser roubando, aí, tudo bem. Ficar rico roubando a gente entende. Pelo menos, se continuar fudido posso dizer que é porque eu sou honesto. Mas ser bem sucedido fazendo alguma coisa honestamente, aí, não, aí é esfregar na minha cara a minha incompetência".

É, o sucesso incomoda. E, no fundo, eu desconfio é que o brasileiro seja mais um sádico invejoso, que solidário. 

Porque as pessoas adoram dar esmola nesses momentos de comoção nacional. Mas logo depois, a maioria esquece o que aconteceu, ninguém se mobiliza e quando acontece de novo a culpa é só do governo. 

E aí, eu posso dar esmolas de novo e dormir tranquilo porque eu fiz a minha parte.

Talvez seja por isso que eu tenha uma profunda preguiça com o teatro underground. Sei que ele tem um propósito: permitir o surgimento de novos talentos, experimentações de linguagem com produções de baixo custo, e um monte de peças que a gente preferia nunca ter visto. 

Mas o que dizer dos profissionais do underground? 

Aqueles que nascem, crescem e envelhecem fazendo o chamado teatro alternativo; que se orgulham de serem desconhecidos, ou conhecidos por poucos; que fazem do teatro alternativo uma bandeira, como um fim nele mesmo; que cospem e maldizem qualquer produção bem sucedida por não passar de teatro comercial? 

No fundo, toda essa atitude não será somente covardia, medo de tentar alcançar um público maior e fracassar? 

E o ódio pelas peças ditas comerciais apenas inveja porque eles conseguiram e você não?








BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.