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sexta-feira, 3 de março de 2017

Devolvam o Maracanã ao povo (Por Thiago Muniz)

Domingo, eu vou ao Maracanã
Vou torcer pro time que sou fã,
Vou levar foguetes e bandeira
Não vai ser de brincadeira,
Ele vai ser campeão

Não quero cadeira numerada,
Vou ficar na arquibancada
Prá sentir mais emoção

Porque meu time bota pra ferver,
E o nome dele são vocês que vão dizer
Porque meu time bota pra ferver,
E o nome dele são vocês que vão dizer

(Ô, ô, ô )
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô!
Ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô, ô!

(Neguinho da Beija-Flor)

Fico abismado com o descaso das autoridades públicas com relação ao estádio que por décadas foi considerado o maior do mundo: o Maracanã. Há um jogo de "empurra-empurra" entre empresa delatora Odebrecht e o falido governo do estado do Rio de Janeiro, arruínam o estádio cuja reforma custou R$ 1,2 bilhão.

O que acontece com o Maracanã, uma briga entre Odebrecht, governo do estado (isso ainda existe?) e o Comitê da Rio 2016 é o retrato da incompetência e desonestidade que, nos últimos tempos, tomaram conta dos poderes públicos brasileiros. Uma lástima.

O Maracanã sempre foi visto como o principal palco do futebol brasileiro, a casa da seleção brasileira, que é um dos maiores produtos de exportação do país. A gente enchia a boca para dizer que era o maior estádio do mundo. Mas essas reformas controversas o tornaram um estádio igual aos outros. Até a marquise de concreto, que era tombada pelo Patrimônio Histórico, foi retirada.

O atual problema do Maracanã começou com a decisão de se fazer uma reforma que destruiu completamente o antigo estádio, marco arquitetônico e histórico, e criou um novo dentro dele. A verba que foi gasta era suficiente para se ter construído outra arena e deixado o Maracanã intacto, do jeito que era.

O ex-governador fluminense Sérgio Cabral concedeu a administração do estádio ao consórcio formado pela construtora Odebrecht, pela empresa americana de entretenimento AEG e pela IMX, o braço que Eike Batista montou para explorar os mercados do esporte e do entretenimento. O contrato assinado no início de 2013 tinha de durar 35 anos. Por motivos diferentes, cada parte envolvida abandonou a responsabilidade nos anos seguintes. Cabral está preso por envolvimento num esquema de corrupção desbaratado pela Operação Lava Jato. A mesma operação policial colocou no xilindró Marcelo Odebrecht, presidente da construtora. A fortuna de Eike evaporou depois que o mercado notou que ele prometeu muito mais do que conseguiria cumprir, e a IMX foi vendida. Saiu do consórcio. A AEG continua nele, mas fracassou em todos os estádios nos quais tentou trabalhar no Brasil.

Então quer dizer que o Maracanã passou por reformas milionárias para o Pan de 2007, para a Copa das Confederações de 2013, para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016 e, ainda assim, não tem condições de receber jogos?

O Maracanã, referência mundial, constitui o espaço das relações inéditas e, por isso mesmo, é transformado num epifenômeno de outros fenômenos sociais nele observáveis. Nestes deslocamentos, jogador, seleção, juízes, torcida e outros tantos elementos do universo futebolístico, a crônica de futebol "rodrigueana" inscreve-se como mais uma interpretação da cidade.

Da mesma forma e em igual proporção, o estádio assusta pela grandiosidade, pelo êxtase coletivo; atemoriza pela diversidade de tipos que por ele passeiam, pela homogênea impessoalidade da multidão. Percebemos que ali estão depositados modos e comportamentos específicos do futebol, que contrariam o aspecto de passividade que se pode supor: o verbo ―assistir‖, por si só, atribui essa atitude de passividade diante do espetáculo do gramado. No entanto, o verdadeiro show está na plateia, no grito do ambulante, nos enfurecidos das arquibancadas. É nesta mesma multidão que observamos um emaranhado de práticas, companheirismo, afago, disputa, diálogo, conflito, que ultrapassa o modelo de comportamento da massa.

O descaso com o patrimônio é tamanho que nem o busto de cobre de Mário Filho foi poupado. A Polícia Civil registrou o furto de dois bustos (o de Mário e o do general Ângelo Mendes de Morais), de duas televisões e de partes de cobre de mangueiras de incêndio. Faltam segurança, limpeza e manutenção. A grama vem morrendo por passar tempo demais sem receber água num verão forte. O Maraca está sem luz e, com isso, as bombas automáticas de irrigação não funcionam. Apesar da dívida de quase R$ 3 milhões de contas vencidas, a distribuidora de energia Light informa que não cortou o fornecimento para o estádio.

A Odebrecht não quer reassumir o Maracanã, porque isso significa voltar a gastar dinheiro, e adotou a estratégia do “quanto pior, melhor”. Acusa o Comitê Rio-2016 de ter avariado as estruturas durante a Olimpíada e se apoia no termo de cessão, cuja cláusula afirma que o estádio precisa ser devolvido nas exatas condições em que foi entregue.

O futuro do Novo Maracanã, a partir daqui, é uma incógnita. Sabe-se muito sobre seu glorioso passado, que se confunde com a formação não só do futebol brasileiro como uma potência mundial, mas também do Rio como cidade e do Brasil como país. Sua demolição ilegal, escondeu uma teia de arranjos onde meia dúzia optou por enriquecer às custas de dinheiro público. Hoje, vários desses estão presos, foragidos ou na mira da Justiça.

Que o Antigo Maracanã descanse em paz. Que seu equivalente, o Novo Maracanã, belíssimo, consiga chegar perto do gigantismo de seu antecessor. Que sua gestão caia na mão de quem seja, de fato, ligado ao futebol — sem espaço para aventureiros propineiros de ocasião. Que pais e mães consigam construir, a partir da arquibancada, laços eternos de amor entre o futebol e os seus filhos.

Que tenhamos, um dia, uma sociedade evoluída o bastante para jamais permitir que se apague, assim, na base da propina e do arbítrio, o seu próprio passado.

O que é construído com o dinheiro do imposto do cidadão se destina à destruição consentida.

E que, em cada um de nós, o Maracanã viva. Para sempre.











































BIO


Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Com a Justiça sendo Parcial, Lula é denunciado (Por Thiago Muniz)

"A hashtag #LulaVergonhaNacional é Trending Topics no Twitter.

Ou seja, o homem que colocou o Brasil no Mapa Geopolítico - e o tirou do Mapa da Fome - é uma "vergonha nacional" para muitos daqueles que antes da sua eleição, em 2002, não tinham qualquer perspectiva.

O que espero: que a esquerda aprenda com tudo isso. Não existe possibilidade de conciliação ou republicanismo com a burguesia. Quem muito abaixa o rabo aparece, já dizia a minha avó. Uma hora a cobra pica e ela é venenosa. A morte política do Lula, cenário que se avizinha, causada por um conluio escroto que envolve sobretudo a mídia manipuladora, deve significar a morte do PT. E a morte do PT, por mais que muitos não aceitem, é a morte de qualquer chance de um poder com base popular no Brasil nas próximas décadas. Os tempos são sombrios.

Quanto ao pessoal do "Fora Todos", parem de vender esperança em lata. Escrevo este texto em Quintino, e, por aqui, ao que parece, as massas ainda não estão preparadas para a Revolução. Por onde estão vocês andaram?
"

(Fagner Torres - jornalista)

Em sua fala na tarde desta quarta-feira, o procurador de justiça e coordenador da força tarefa da Lava Jato Deltan Dallagnol disse que o esquema criminoso investigado pela operação divide-se em duas partes: o petrolão e a propinocracia. Segundo Dallagnol, a última representaria o "governo regido pelas propinas".

Ele afirmou que, para aumentar a base aliada e melhorar a governabilidade, o governo negociava com partidos políticos a indicação para cargos públicos. Uma vez nessas funções, os indicados agiam junto a grandes empreiteiras para arrecadar propina e distribui-la no Congresso. O dinheiro faria o governo ganhar aliados na votação de projetos.

"Esse esquema chamado de propinocracia tinha três fins que, em tese, poderiam ser lícitos: governabilidade, perpetuação no poder e enriquecimento. O problema nesse caso foi o método para alcançar esses fins: a corrupção."

Para Dallagnol, o funcionamento de todo o esquema dependia do poder e do aval do ex-presidente Lula.

"Quem tinha poder para distribuir e distribuiu cargos? Lula", disse.

"O funcionamento do Mensalão e da Lava Jato dependia do seu poder como governante e como líder partidário."

Após Dilma ser destituída sem prova alguma, a PGR cancelar delação que poderia comprometer Aécio Neves (PSDB) e o PMDB, várias pesquisas apresentarem Lula em primeiro lugar nas intenções de voto para 2018,

Lula é denunciado pelo MP. Pura coincidência.

O caso do "Mensalão Mineiro", que envolvia o PSDB, só teve um condenado, Eduardo Azeredo, e após 15 anos.

Também é coincidência essa denúncia acontecer logo após a cassação de Cunha, praticamente. Assim, Lula é colocado ao lado de Cunha, como se fossem casos idênticos, para causar a impressão na opinião pública de que a Justiça está atuando imparcialmente contra a "corrupção".

A PF e o MP tem um fato, o de que Lula estava pagando uma cota parte desde 2006 e que o apartamento foi reformado por uma empreiteira investigada, e ao invés de colocarem hipóteses que o expliquem, já partem da tese de que se trata de "vantagem indevida". Ora, é justamente isso que tem que ser provado! E é preciso haver mais de uma hipótese, se a investigação for séria.

Além disso, é comum o MP absolver policiais militares acusados de homicídios sumários, mesmo havendo fortes indícios contra eles.

Trata-se de um esquema para inviabilizar sua candidatura, ou desiste de 2018 ou serás preso. A corrida presidencial para 2018 já começou firme, pronta para derrubar, e a ditadura do sistema judiciário plenamente em prática. 

Quando a violência explodir não reclamem. Constrangimento, perplexidade e temor. Estão subvertendo princípios basilares do direito e sob aplauso de parte da sociedade que não consegue enxergar o quão perigoso pode ser o estabelecimento de precedente dessa natureza.
Salve-se quem puder: não existe mais Estado Democrático de Direito no Brasil.

Então estamos livres, descobriu o grande problema do Brasil, seremos uma Suécia daqui pra frente, e vamos eleger em 18 o Aécio ou qualquer outro franciscano do PSDB. E seremos felizes para sempre.



















BIO

Thiago Muniz é colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do site Jornal Correio Eletrônico. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.