sexta-feira, 8 de dezembro de 2017

Que tiro no pé hein...Estácio de Sá (Por Thiago Muniz)

Antes de começar essa coluna, quero deixar bem claro a gratidão que eu devo a Universidade Estácio de Sá, tanto como profissional, pois eu trabalhei lá e deixei grandes colegas e alguns amigos que levo até hoje. E como aluno, pois sem ela eu não teria o meu diploma de ensino superior.

Pois bem...

Mas as épocas eram outras. Eu trabalhei no Recursos Humanos da Estácio durante 2 anos, entre 2005 a 2007. Nesse último ano, a empresa estava se preparando para abrir capital no mercado financeiro, se estruturando para se tornar uma S/A. Não sei detalhes técnicos pois não é minha especialidade, só sei que era isso que aconteceu de fato. Houve até uma auditoria para analisar e redesenhar todos os processos internos da empresa, procedimento que toda uma empresa de porte grande privada está sujeita a acontecer.

Pois é...

Ao final do ano de 2007, por um provável consenso entre dos conselheiros superiores da empresa, foi ordenado a demissão em massa na empresa. Eu fui um deles.

Recebi a carta de demissão, assinei, fiquei chateado obviamente, mas antes de ir embora em definitivo o meu gerente se despediu de mim e pediu para que eu comparecesse numa reunião em janeiro de 2008 em que o patrono da empresa (in memoriam) faria com os demitidos, quem quisesse comparecer pois era facultativo. Fiquei bastante curioso nesta reunião e resolvi ir; afinal nunca tinha visto ele, era para mim quase que uma lenda, tipo uma mula sem cabeça dono de uma empresa.

Pois bem...

Resolvi comparecer a reunião, encontrei com o meu (ex) gerente, ele agradeceu por eu ter comparecido e eu sentei para aguardar. Não sei exatamente o total de demitidos mas acredito que nem 1/3 dos demitidos compareceram. Depois de uns 20 minutos após a hora marcada, o patrono entra na sala, bem quieto e se juntou na frente de todos para falar. Explicou desde a fundação da Estácio até os momentos em que a empresa estava passando. E ao final garantiu que todos os desligados seriam readmitidos da empresa durante o ano de 2008. Sinceramente as palavras dele não me comoveram, teve pessoas que até o aplaudiram; mas um fato eu fiquei surpreso. Antes de ir embora o meu (ex) gerente me pediu para aguardar uma ligação em fevereiro.

Pois é...

Recebi uma ligação do RH em fevereiro, conforme o meu (ex) gerente prometeu, me perguntou se eu tinha interesse numa possível volta a empresa. Como eu ainda não tinha terminado a faculdade, optei que sim e fui para uma entrevista numa das unidades acadêmicas, na época era a unidade Nova América, localizada dentro do shopping de mesmo nome. Fui bem recebido pelo gerente administrativo, tivemos uma conversa ótima, ele não escondeu as realidades que a filial estava passando (inclusive o salário menor que eu tinha, óbvio!) e mesmo assim aceitei o desafio. Era um horário em que daria para me dedicar mais aos estudos, conciliou que eu pudesse fazer mais disciplinas e consegui terminar a faculdade antes da minha previsão. Lá também deixei grandes colegas e alguns amigos que levo até hoje.

Pois bem...

Contou, relatou, e daí?

Quero explicar que o capitalismo é agressivo e cruel, mas as tomadas de decisões não podem ser feitas através de resultados e metas em planilhas sem contar com o aspecto humano, pois são as pessoas que movem a engrenagem das empresas, a mecatrônica está substituindo cada vez mais funções em detrimento dos humanos, talvez daqui a umas décadas a inteligência artificial assuma tomadas de decisões, o que na minha opinião será o caos mundial.

Pois é...

A Estácio em âmbito nacional, demitiu de maneira inadvertida, aproximadamente 1.200 professores, cerca de 12% de todo seu corpo docente, em favor da nova Reforma Trabalhista é um desastre sem tamanho. Foram centenas de profissionais competentes, dedicados e muito qualificados, que foram dispensados da forma mais cruel possível. Essa Reforma Trabalhista é uma semi-escravidão institucionalizada, praticamente o Congresso Nacional rasgou a Consolidação das Leis Trabalhistas. Isso está sendo inadmissível, uma afronta contra os direitos trabalhistas; e o que a sociedade faz? Nada! A sociedade está anestesiada, me dá a impressão que está chancelando todas as reformas que estão prejudicando a nós mesmos.

Pois bem...

Não estou surpreso com a quantidade de amigos que estão sendo DEMITIDOS nesta reta final de ano. Parabéns aos paneleiros e depreciadores da democracia, a Reforma Trabalhista ainda poderá bater na sua porta.

Pois é... Universidade Estácio de Sá.

Pelo menos na minha época o patrono (in memoriam) deu a cara a tapa, como empresário ele não tinha a menor obrigação de fazer aquilo, correria o risco até de tomar uns tapas, mas saiu aplaudido. Desta vez com a variação de resultados, planilhas, metas, Kpi´s, atribuições; acredito que até o telegrama de desligamento foi suspenso por contenção de despesas. Na minha época eu recebi todas as verbas rescisórias e FGTS sem problemas. Desta vez não podemos garantir aos atuais desligados.

Pois bem... Universidade Estácio de Sá.

De acordo com nota da assessoria de imprensa da companhia, "todos os profissionais que vierem a integrar o quadro da Estácio serão contratados pelo regime CLT, conforme é padrão no grupo". A nova lei trabalhista formalizou o trabalho intermitente, permitindo que as empresas criem um banco de funcionários que podem ser acionados quando houver demanda.

Pois é... Universidade Estácio de Sá.

Que tiro no pé hein...





























BIO


Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.





segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Lá. Eles. Aqui. Nós. (Por Elika Takimoto)

O Brasil é enorme e bem poderia ser dividido ao meio. 

De um lado, mortadelas. Do outro, os coxinhas. A divisão já existe, só iria ser física, ou seja, além do campo das ideias. Aí, quem sabe, teríamos mais paz.

Veja bem. Quem apoiou o golpe, quem até hoje não enxerga o golpe, quem votou no Aécio ficaria de um lado. Quem denunciou desde o início o ataque à democracia, do outro.

Cada lado teria seu próprio presidente.

A galera que odeia PT ficaria com as escolas dominadas pelos projeto “Escola sem Partido”. Nessas escolas, os professores só passariam os conteúdos que sempre foram doutrinados a passar. Não promoveriam debates e nem incitariam os alunos a se revoltarem contra as mazelas do mundo porque se assim fizerem serão denunciados pelos próprios alunos. Os professores ou nada comentariam sobre o tema ou falariam que o mundo é assim, sempre foi assim e cabe ao aluno estudar muito para sobreviver a esse sistema.

Do outro lado, teríamos escolas em que debateríamos sobre desigualdade social, as diversidades do ser humano, quem quisesse ir de saia poderia ir de saia fosse homem fosse mulher fosse sem definição, primaríamos por um ensino coletivo e não individualista, prepararíamos o cidadão não somente para o “mercado de trabalho” mas, principalmente, para conviver com o próximo e consigo mesmo trabalhando sua auto estima o máximo que conseguiríamos. Jamais falaríamos para um jovem que ele tem que estudar para “ser alguém na vida” porque todos nós já somos um universo de potencialidades independente da idade, da classe social e do credo. Ensinaríamos que se deve estudar porque só o conhecimento transforma a si mesmo e o mundo.

Do lado de lá, as pessoas que nunca foram a museus não precisariam se preocupar porque lá não teria museus. Os prefeitos que fecharam os locais das exposições continuaria a fechar outros e ninguém se importaria. Pelo contrário. Ficariam felizes porque os artistas não estariam “mamando na Lei Rouanet”. Toda essa galera lá.

Daqui teríamos a arte como sempre muito incentivada em suas infinitas formas. Continuaríamos torcendo o nariz para muitas obras mas jamais proibiríamos o artista expressar o que pensa.

E já que estamos falando de artistas, aqui teríamos Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Wagner Moura, Duvivier, Xico Sá, Raduan Nassar. Lá, Lobão, Roger, Luana Piovani, Zezé e Luciano.

Lá. Bem longe daqui.

Aqui Paulo Freire. Pedagogia do Oprimido na veia. Lá Alexandre Frota ditando o que deveria ser ensinado para os jovens daquela metade do Brasil.

Do outro lado, capitalismo capitalismo capitalismo por todos os lados. Eles que falam que o socialismo não deu certo em nenhum lugar do mundo e desconsideram que só no continente africano 236 milhões de pessoas passam fome – de acordo com dados da ONU – e o número de suicídios em países considerados grandes potências na economia, eles continuariam tentando dar certo. Lembrando que aquele lado estaria pleno de pobres. Os pobres de direita.

Eles ficariam com esse sistema que pode ser definido, de forma resumida, como o sistema econômico baseado na propriedade privada dos meios de produção, na livre iniciativa e, sobretudo, na busca incessante por lucro. Como vivendo nesse sistema eles acabariam com a desigualdade social que é a liga que mantém o capitalismo um sistema sólido seria um problema só deles. Lá a concorrência continuaria sendo desigual pela natureza do capitalismo que privilegia aquele que já possui capital em detrimento daquele que nada tem. A elite lá ficaria bem consolidada e, claro, cada vez mais ávida por mais lucro.

Aqui deste lado não. Estaríamos buscando um novo sistema partindo do pressuposto de que toda a desigualdade social pode ser evitada por meio de atuação estatal e políticas públicas acertadas. Seria um sistema que não giraria em torno do Capital e do lucro pois entendemos que algo assim pode não trabalhar em favor dos princípios democráticos.

O comunismo seria um sonho que nos movimentaria de alguma forma, pois é o sistema que surgiu com o propósito de eliminar a desigualdade – e as próprias classes sociais – através da coletivização dos meios de produção.

Ah sim. A bancada evangélica ficaria lá. Claro. Aqui teríamos a convivência pacífica de todas as religiões já que a tolerância seria muito debatida em nossas escolas. Mas os valores morais de cada religião jamais transpassaria os muros das Igreja, muito menos chegaria ao nosso congresso e jamais em nossas escolas.

Lá a diminuição da maioridade penal já teria passado. O garoto de 16 anos pego assaltando seria preso e colocado nas celas com bandidos profissionais. Seria estuprado, aliciado para o crime, levaria muita porrada e em menos de dez anos, como previsto na lei, voltaria para a sociedade. Certamente, um ser renovado e pronto para cometer crimes muito piores. Direitos humanos continuariam sendo motivo de piada ainda assim para aquele lado do Brasil. Vai entendê-los…

Aqui investiríamos tudo o que tivéssemos em educação, arte e esporte. Somente por essa via o ser humano se transforma em um cidadão mais sensível e conseguiríamos mudar a sua essência. Bandido bom é bandido reabilitado. Esse seria nosso lema.

Lá. Ana Paula do vôlei. Aqui. Joanna Maranhão.

Lá. Malafaia. Aqui. Leonardo Boff.

Lá. Marta Suplicy. Aqui. Marcia Tiburi.

Lá. Constantino. Aqui. Sakamoto.

Lá. Janaína Paschoal. Aqui. Qualquer uma de nós em seu lugar.

Lá. Bolsonaro...

Aqui ficaríamos com aquele que é reconhecido no mundo inteiro por ter diminuído a mortalidade infantil e a desigualdade social. Ele. No meio do povo sempre conversando olhando nos nossos olhos como só ele sabe fazer. Aqui. Lula.





Elika Takimoto é Doutora em Filosofia pela UERJ. Mestre em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia pela UFRJ. Graduada em Física pela UFRJ, Professora e Coordenadora de Física do CEFET/RJ. Integrante do grupo de pesquisa Estudos Sociais e Conceituais de Ciência, Sociedade e Tecnologia.



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

O Rio de Janeiro tomado pela violência (Por Thiago Muniz)

"Os verdadeiros traficantes estão no Congresso Nacional atuando para atrasar o avanço de leis e pautas que possam de fato interromper o fluxo financeiro que o tráfico de drogas gera! Os milhões de dólares de receita econômica que recebem sem pagar um centavo qualquer ao Estado. Lavando dinheiro em bancos, em igrejas, em todo tipo de instituição legal. Tendo seus aviões e helicópteros com pasta de cocaína presos diante do cinismo de uma sociedade que se recusa a debater de forma honesta a questão da regulamentação das drogas." (Tico Santa Cruz)

"O "caos" em questão não é a instauração de um governo ilegal e brutalizado saído dos porões das casernas. Ao que parece, "caos" seria a situação atual de corrupção generalizada. Só que alguém poderia explicar à população de qual delírio saiu a crença de que as Forças Armadas brasileiras têm alguma moral para prometer redenção moral do país?" (Vladimir Saflate)

O Rio de Janeiro está jogado as moscas. A violência toma conta da cidade; assaltos, latrocínios, arrastões, tiros, guerra de facções. O que mais precisa pra detectarmos que estamos numa guerra civil?

A preocupação da imprensa e governo é com o Leblon ou com o morador da Rocinha? Essa histeria busca a melhoria de vida do morador da favela ou é você que não vai poder ir no Rock in Rio?

Por isso que quando pega um morro próximo a Zona Sul, se alardeia todo esse processo que estamos vendo. Só ganha visibilidade quando chega perto dos mais ricos.

Quando é Zona Sul é o CAOS.
Quando é Subúrbio é uma DOCE ROTINA.

"Operação Inteligente", é avisar os bandidos cada passo da invasão policial com transmissão ao vivo no Globocop.

Essa guerra na Rocinha por exemplo está apenas descortinando quão hipócrita é boa parte de nossa sociedade. Vários mortos, alguns queimados vivos, moradores baleados, moradores tendo seus carros roubados, casas invadidas, tendo seus bens destruídos Mas... ninguém, absolutamente ninguém fala nada.

Onde estão os demagogos para fazerem grandes textos nas redes sociais? Os problemas são muito profundos para serem tratados de forma simplificada e com discursos rasos que são adotados por figuras midiáticas e populistas, com seus jargões que na prática não oferecem nenhuma real condição de estabelecer uma ordem social e econômica para a questão da violência.

Onde estão as manifestações, ônibus queimados, moradores desocupados pedindo justiça?

Onde está aquele advogado de porta de cadeia que só aparece se a vítima for morta por agentes do estado? Onde ele está, para ajudar as famílias dos mortos nessa guerra?

Onde estão os policiólogos, sociólogos, maconhólogos com suas teses cretinas e estapafúrdias, falando daquilo que não sabe e não conhece?

Agora vemos todos atônitos verem mais de 60 vagabundos armados de fuzis patrulhando as ruas da favela, um absurdo! Mas quando colocaram alguém lá que barrou essa putaria, armaram para ele é o tiraram de lá! Agora paguem o preço! E aguardem que vai ficar pior, em breve quando eles vierem para o asfalto! Quem sobreviver, verá!

Tem que acabar com essa entrada imoral e ilegal de fuzis, enquanto esse esquema imundo das forças policiais, forças armadas e política continuar o ciclo vicioso da violência e venda de drogas continuará, não mudará. Nossas fronteiras não estão sendo cuidadas, nosso litoral também não. Entram toneladas de armamento todos os dias com anuência desse mesmo Estado que falido, não consegue dar conta do básico.

A ameaça a soberania do país não vem mais de nações vizinhas e sim do tráfico e do crime organizado que impõem a população leis e decisões que não pertencem a Constituição do Brasil. O problema não é o Estado como Estado, e sim os grupos que tomam o poder desse Estado para usarem em benefício próprio. Lembrando, muitos deles a serviço das empresas privadas.

O tráfico na favela é a senzala armada, os bois de piranha dos verdadeiros nocivos da sociedade. O verdadeiro traficante não está na favela! Ali estão os soldados, os descartáveis, os que morrerão e serão trocados por outros, numa fila interminável.

Vários fatores são responsáveis por esse quadro no Brasil, a violência está completamente ligada com a desigualdade social, que por sua vez é mantida pela falta de investimentos públicos reais em educação, que por sua vez colocam jovens em situação de vulnerabilidade e falta de oportunidades para conseguir empregos, que por sua vez num país arruinado por uma crise política onde aqueles que deveriam estar trabalhando para nós, estão trabalhando para salvarem suas próprias peles!

O Rio de Janeiro está em guerra sim, mas sempre esteve... E infelizmente quem também acaba sofrendo sempre com essa guerra são os mais pobres, a periferia e a favela!













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Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




terça-feira, 19 de setembro de 2017

Cícero, meu primeiro amigo gay (Por Paulo-Roberto Andel)

Em alguns meses de 1975, meu pai ainda era um homem de algumas posses. Morávamos num prédio de quatro andares, sem elevador, na rua Santa Clara (posteriormente demolido para dar vez a um flat), em Copacabana. Até então, sempre tínhamos gente trabalhando em casa (desde criança, detestei a palavra "empregada", que me sugeria aparte social).

Um belo dia, minha mãe inovou e contratou o Cícero. De cara, já era diferente por ser homem numa atividade essencialmente ocupada por mulheres à época. E também por usar aquele chapéu de cozinheiro que eu acho um barato. E, finalmente, por ser homossexual assumido, o que causou verdadeiro horror nos nossos vizinhos.

Uma delas, Dona Mimi, uma senhora portuguesa branca, de bem, em nome de Deus, quis fazer um movimento para que nos mudássemos do prédio - era inaceitável para ela ver um "veado" nos corredores. Mas aí minha mãe, que era baixinha mas não era fácil, a viu num cochicho com outra vizinha e a enquadrou bonito. Nos corredores a palhaçada acabou. Quando eu saía com minha mãe para ir à escola, a idosa lusa e sua amiga ainda cochichavam, mas quase encolhidas. Hoje, sou capaz de supor qual era o teor da conversa baixa: "Essa mulher deixa um veado dentro de casa com uma criança".

Comi pratos sensacionais feitos pelo Cícero. Mais de 40 anos depois, sou capaz de lembrar do bife com arroz e fritas e da panqueca de carne. Foram muitos pratos. Ele sempre falava comigo, ria, me dava tchau, mas eu nunca entendia porque quando a minha mãe sempre insistia para que ele deixasse a cozinha para ficar perto de nós na sala, ele nunca vinha. Só falava comigo de longe, talvez a uns quatro metros de distância. Eu tinha que gritar para que ele escutasse.

Quando meu pai faliu, tivemos que mudar de apartamento, de bairro e de padrão. No dia da despedida, foi a única vez que vi Cícero de perto: ele deu um beijo e um abraço em minha mãe, agradeceu muito a ela, passou a mão na minha cabeça e foi embora. Ainda o vimos na rua, debochando alto das vizinhas fofoqueiras. Poucos dias depois, mudamos por alguns meses para um minúsculo apartamento em Vaz Lobo, para depois voltarmos a Copacabana, ficando dezesseis anos na Siqueira Campos, aí já sem ninguém trabalhando em casa.

Ainda pude viver mais trinta anos com meus pais, com todos os altos e baixos de uma família, mas fomos felizes. Contudo, nunca conversávamos sobre aquela época porque era dolorosa para todos nós: não queríamos ter mudado, passamos muita dificuldade financeira e quase fome, mas superamos tudo. Quando falávamos no Cícero, minha mãe ria e se divertia, tinha saudades dele. Mas só depois de muito tempo é que refleti.

Estávamos num momento de dificuldades. Ela era uma super hiper cozinheira e uma pessoa muito simples. Por que será que teria contratado um cozinheiro num momento em que estávamos tão apertados? E porque ele nunca chegava perto de mim, mesmo com ela insistindo para que viesse conversar conosco?

As respostas talvez não sejam exatas, mas levam à reflexão. Provavelmente minha mãe contratou Cícero porque ele estava com alguma dificuldade profissional, já que estávamos com pouquíssimo dinheiro - de alguma forma, ela o quis protegê-lo. E Cícero nunca chegou perto de mim porque tinha MEDO de ser visto em qualquer ato com uma criança, mesmo com a mãe perto: a ditadura militar-empresarial chegava a todos os lugares, quanto mais na minha casa (meu pai e meu tio foram presos no fim dos anos 1960 por "subversão"). E pior ainda que encontrasse um homossexual brincando com uma criança, não importando qual fosse o motivo.

Cícero é a primeira lembrança que tenho de um homossexual na vida - a segunda é de Serguei, que minha mãe adorava e que hoje tenho a honra de ser seu biógrafo, ao lado de Rodrigo Barros. Cícero sempre me tratou com todo o respeito, a ponto de se auto-mutilar socialmente. A ele devo excelentes pratos de comida deliciosa.

De lá para cá, foram muitos anos e muitos e muitos queridos amigos homossexuais, milhares de álbuns tocados por músicos homossexuais, livros fantásticos escritos por homossexuais. As artes, o cotidiano, o futebol - SiM! -, o trabalho, as faculdades, os bares, tudo. Ex-namoradas e ficantes. Amigas queridas e grandes admirações. Como poderia ousar discriminar o que faz parte da minha vida desde sempre?

Não vivi a orientação homossexual, mas jamais por preconceito e sim porque não é minha essência. Se fosse, creio que eu teria tido apoio de meus pais, teria que enfrentar inúmeros percalços mas, provavelmente, acabaria numa organização LGBT em luta pelos direitos e causas. Mas não preciso ser necessariamente homossexual para abraçar e me solidarizar com todos os homossexuais, amigos meus ou não, diante dessa idiotice agora rebatizada de "liminar da cura gay". Homossexualidade não foi, não é nem nunca será doença, exceto para aqueles que nem sempre são sexualmente seguros de si mesmos.

De alguma forma todos aqueles amigos homoafetivos são aqui representados pelo nome de Cícero, que foi o meu primeiro amigo gay quando eu nem sabia o que era sexo. Penso na dor daquele homem em 1975, temendo ser preso e desaparecido pelo simples fato de conversar com uma criança. Mas o pior é pensar que, 40 anos depois, parte do Brasil é ainda tão primitiva quanto naquele tempo.

Pela cura da ignorância já!


Paulo-Roberto Andel é escritor, cronista, editor do Panorama Tricolor. @pauloandel








terça-feira, 5 de setembro de 2017

Contra a privatização da UERJ (Por Thiago Muniz)

"Há muitas formas de destruir um país. Uma delas é acabando com a essência das universidades públicas com essa ladainha de privatização. O Brasil pede socorro." (Elika Takimoto)

Quando o povo vai deixar de ser gado!? Ninguém se revolta nesse país...aceitam tudo!

Ministério da Fazenda recomenda ao governo do Rio de Janeiro que privatize universidades públicas e demita servidores.

Não podemos deixar isso acontecer. Não vamos deixar que a educação, trabalhadores e aposentados sejam penalizados mais ainda por esta crise. Quem causou esta calamidade no Rio foi o governo do PMDB.

Sem dinheiro em caixa, por falta de repasses do governo fluminense, a UERJ resiste como pode. “A universidade está na UTI”, disse o reitor Ruy Garcia Marques.

Para quem ainda tinha dúvidas sobre o porquê do caos na Uerj, hoje veio a resposta oficial: o PMDB recomendou o fim de uma das maiores universidades do Brasil. Ou seja, para "recuperar" o Rio, o partido que destruiu o estado quer acabar de vez com um dos maiores patrimônios sociais e educacionais que temos – acabar para depois dar de bandeja a seus aliados, claro.

E não é só isso. Além de recomendar "o fim da oferta de ensino superior", o Ministério da Fazenda de Temer propôs:

💥 Extinção de empresas públicas, como a CEDAE;
💥 Demissão de servidores ativos;
💥 Contribuição previdenciária para inativos;
💥 Aumento contribuição previdenciária, além dos 14% já aprovados;
💥 Reforma do Regime Jurídico Único dos Servidores.

Onde vemos educação pública, Temer, Pezão e Meirelles veem migalhas pra alimentar bolsos amigos.
A gente não pode aguentar mais 1 ano desses caras governando e destruindo tudo o que nosso Estado conquistou ao longo dos anos. Somos referência na área de ensino, pesquisa em ciência e tecnologia.
Há 10 anos uma quadrilha se encastelou no Palácio Guanabara e hoje o resultado é esse.

A educação está precária e os professores que são pessoas importantíssimas para todo e qualquer cidadão, além do conviver com sala lotadas, sem nenhum tipo de suporte ainda tem que ficar sem salário. Mesmo na crise, UERJ ainda é uma das melhores do país. Porque querem acabar com ela e com o ensino público se este se prova a todo instante um dos melhores?

Confesso que não sei como conseguem continuar na luta política. Não sei! Acho desolador e desanimador demais todo esse cenário político carioca e nacional. Está difícil acreditar que nada deve ser impossível de mudar.

O Rio virou o laboratório do plano a futuro do poder econômico. Querem privatizar tudo e fazer negócios com o patrimônio público. Deixando ainda mais difícil a precária vida dos cariocas.

Vejo e escuto muita gente atribuir aos outros a obrigação de reclamar, lutar, ir para as ruas, disputar o espaço público, o vazio político. Não existe vitória sem a participação popular. É muito cômodo, esperar em casa que as coisas se resolvam por si só, passe de mágica. Parece que á população está sob efeito de hipnose ninguém reage, aceitam tudo na maior naturalidade. E é exatamente o que os ladrões querem: um povo sem ação.

Existe uma conta que nunca vai fechar, além do roubo, que é o pagamento da dívida e dos juros que consomem mais de 40% da riqueza produzida pelo país. Essa é a discussão central. A renda que o trabalhador produz vai para o sistema financeiro, o qual não produz nada e ainda tem as benesses desse sistema. Não há luz no fim do túnel, enquanto existir esses vermes que sugam a riqueza do país.

Quanta barbaridade! Acabam com centenas de vidas, com sonhos, com a juventude para enriquecerem vergonhosamente. O país todo está ameaçado com essa quadrilha que não para.

O dia que as pessoas entenderem que o diálogo de verdade só funciona quando ambos os lados tem o mesmo poder de barganha, o que NÃO é o nosso caso, definitivamente, talvez as coisas melhorem e avançamos para uma linguagem conhecida mundialmente: a truculência, vulgo porrada.

A Educação é lastimável e tem sido assim desde sempre. A hora é de unir forças. Historicamente quem muda as coisas são os estudantes. Mãos à obra. A UERJ é uma instituição de ensino,e não um palanque para esquerda ou direita.

O que está em jogo é sim, a diminuição do ensino público. Mas como diz um velho ditado: "povo burro não sabe votar".

#UerjResiste






















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Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Brazil: dos Coronéis aos Imbecis (Por Thiago Muniz)

FARINHA pouca, meu PIRÃO primeiro.

O país chamado Brasil (ou Brazil...) é composto basicamente por uma minoria elitista coronelista e por uma parcela de imbecis que pensam que são elites.

A elite CORONELISTA é composta por uma minoria de empresários que atuam em diversos setores da economia, desde o controle dos meios de comunicação até trabalho escravo (sim, é isso mesmo), sendo que são tão fortes em suas bases políticas que possuem plena consciência da impunidade e quando uma bomba estoura sabem que podem contar com a "nobre" Justiça. Essa elite é perigosa e nociva, posta os seus interesses acima do bem e do mal e estão sempre dispostos a destruir quem os enfrenta. Lucram absurdamente pois possuem alguma espécie de fundação ou sonegam impostos na cara lavada mesmo. Alguns deles mantém suas influências em suas área de territórios sendo políticos ou apadrinhando políticos no âmbito federal, estadual e municipal. Praticamente em todos os estados brasileiros existe esta espécie de corja que não agrega em nada para o país, pelo contrário, só aleija. Ah! E se o patriarca ainda estiver vivo (essa espécie fez pacto com o diabo) os crimes cometidos serão todos arquivados pois já passaram dos 70 anos.

A classe dos IMBECIS é a típica classe média que come sardinha e arrota camarão. Bastou prosperar mais um pouco na vida e pensam que são a elite da sociedade. É a mesma classe imbecil que prosperou nos áureos tempos econômicos, onde puderam trocar de imóvel, automóvel, escola para os filhos e até contrataram empregada doméstica. Uma parte dela se solidarizou com o golpe e bateu panelas em suas varandas. Outra parte pertence a classe de servidor público federal que prosperou com o reajuste em seus rendimentos e receberam equipamentos adequados para trabalharem com dignidade e mesmo assim se solidarizaram com o golpe e bateu panelas em suas varandas. Uma outra parte tão mais imbecil quanto que recalcada pela ascensão das classes menos favorecidas ao acesso a mais educação e saúde, cultivaram um ódio exorbitante no governo que propiciou essa ascensão e se solidarizaram com o golpe e bateram panelas em suas varandas. Esses imbecis reunidos não sabem argumentar decentemente e se você emitir uma opinião diferente da deles você será rotulado e as vezes até perseguido.

Essas classes aleijam o Brasil de tal forma que não permite um crescimento sustentável, pois só olham para seus próprios rabos e não pensam no próximo. Só pensam em criar formas de aumentarem suas rendas na lei do menor esforço, por isso sonegam, corroboram para a corrupção e na lei da vantagem. Não estão preocupados numa reforma políticas senão perderão seus benefícios. Não se preocupam em ampliar a educação para todos pois enxergam como mais concorrência e mais entendimento com os aspectos sociais, manter a classe pobre o máximo de alienada é a meta deles.

O Brasil é a terra da PATIFARIA e da BAGUNÇA.

Então? Ainda tem esperanças para o país?








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Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



quinta-feira, 13 de julho de 2017

Vergonha (Por Thiago Muniz)

Nasci no Brasil. Um país onde não se respeita ninguém.

Tenho VERGONHA.

VERGONHA de assistir uma luta de classes; onde uma classe engoliu a seco durante um certo período de tempo a ascensão da outra classe menos favorecida durante décadas e na primeira oportunidade vestiu uma camisa amarela com as iniciais de uma instituição esportiva corrupta ao lado de um pato chancelado por uma federação esdrúxula das indústrias com um movimento jovem capitaneado por 2 irmãos magnatas norte-americanos.

VERGONHA de conviver numa sociedade hipócrita que comemora a prisão de um político onde foi condenado sem provas cabíveis, numa clara condenação política.

VERGONHA de ver que a política não respeita o patrimônio público, onde se empodera do bem social. Onde a verba pública é esticada aos bens pessoais.

VERGONHA do único país do mundo que tem nome de árvore e que não defende os recursos naturais.
VERGONHA de assistir a um Congresso onde pode ser comparada a uma grande bancada varejista, onde se apóia quem ofereça mais. Onde se legisla a causa própria. Um Congresso onde não se respeita nem os seus próprios eleitores e se gabam por possuírem o tal foro privilegiado.

VERGONHA de ser contribuinte de um Judiciário pagão, onde os interesses políticos subtraem ao interesse social e ao cumprimento claro da justiça.

VERGONHA de conviver com uma Polícia que foi criada para defender aos interesses do Estado e não em prol da sociedade, não que ela mereça, mas não é o correto.

VERGONHA de assistir a degradação educacional de um país onde não respeita e espanca os seus próprios professores. Onde se provoca a alienação educacional e cultural contra a evolução de uma população.

VERGONHA de ver uma sociedade idolatrando um juiz "parcial e partidário" como o "Justiceiro da República" culminando na condenação de uma pessoa sem provas mas com convicções.

VERGONHA de ver que a cultura escravagista continua fortemente enraizada, principalmente nas áreas onde o coronelismo é progressivo. No mesmo coronelismo onde se cria leis próprias e o voto de cabresto.

VERGONHA de assistir a cultura do estupro em favor do machismo absoluto.

VERGONHA de presenciar o crescimento de uma classe que se promulga como religiosa mas na prática é uma classe de poder, com plano de poder.

VERGONHA de ser testemunha de uma classe estatutária federal ser extremamente ingrata com quem lhes concedeu benefícios, depois de anos defasada.

VERGONHA de um país que mais executa pessoas em zona urbana do que em conflitos pelo mundo.

VERGONHA de ter presenciado a uma classe política indignada com um resultado legítimo de uma eleição e simplesmente provocar o caos no país, a tal ponto de impedir o mandato de uma presidente em pleno exercício de seu poder.

VERGONHA de ver uma sociedade hipócrita onde olha para uma pessoa negra e julga como suspeito para algo errado.

VERGONHA de ver uma reforma trabalhista, onde a Consolidação das Leis Trabalhistas sendo dilacerada em favor do empresariado, onde se deveria fazer uma reforma tributária.

VERGONHA de ver uma sociedade Anestesiada e Complacente.

VERGONHA de ver que a Prisão Domiciliar só é concedida para quem possui uma extensa conta bancária privilegiada como cortesia jurídica.

VERGONHA de ver a Ignorância e a Intolerância reinando plenas dentro do país.

VERGONHA de assistir a tamanha falta de argumentos numa roda de debates e conversas.

VERGONHA de presenciar o preconceito descarado do Sul com relação ao Norte.

VERGONHA de sentir VERGONHA.

Enfim...VERGONHA!

Tenho mais VERGONHA por ter a consciência de que não tenho perspectivas de grandes mudanças.











BIO


Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




quarta-feira, 12 de julho de 2017

Treze (Por Ernesto Xavier)

O que dizer da condenação do Lula, em primeira instância, pelo juiz Sergio Moro?

1. Não há provas.

2. Ele foi condenado por um bem que não usufruiu, nem recebeu dinheiro, nada.

3. Agora é crime visitar apartamentos. Tome cuidado com o seu corretor de imóveis.

4. O "chefe da quadrilha" supostamente ganhou um triplex pequeno no Guarujá, enquanto o Aécio recebeu 2 milhões de reais com direito à áudio, vídeo, mala, delação, ameaça de morte ao primo, etc.

5. Quando alguém é condenado, não quer dizer que aquela pessoa realmente tenha cometido um crime. As cadeias brasileiras superlotadas são a prova disso.

6. Lula não vai para a cadeia agora e nem está inelegível por enquanto.

7. Desafio alguém a ter algum documento que comprove a ligação entre Lula e o apartamento. Se alguém tiver, por favor, mande para a PF, pois eles estão a procura disso faz tempo.

8. O tal "analfabeto" seria, então, o mais inteligente bandido, capaz de esconder provas e manipular empreiteiros? Estou confuso.

9. Um juiz deve ir à imprensa para pedir apoio da população ou deveria apenas fazer o seu trabalho?

10. Se eu for à polícia e falar que meu vizinho é criminoso, ele poderá ser preso apenas pelo que eu falei ou terei de levar provas?

11. Eu passo toda semana pela Ponte Rio-Niterói. Isso significa que possuo um apartamento na cidade, cabendo como prova um comprovante de pedágio? Quero meu apartamento em Niterói, já!!!

12. A condenação de Lula um dia após a aprovação da Reforma Trabalhista é coincidência ou estou ficando paranoico por achar que tira o foco de algo que vai atingir o trabalhador brasileiro por toda a vida?

13. Se o Lula não puder se candidatar em 2018, quem ele indicar, vai ganhar as eleições. Portanto, sentem e chorem, coxinhas.
.
.

Terminei no item 13, porque 13 é Lula. 

O 13 tirou o Brasil do Mapa da Fome. 

O 13 trouxe luz para quem nunca tinha tido energia elétrica. 

O 13 trouxe água para cidades nordestinas devastadas pela seca. 

O 13 construiu mais universidades em 8 anos, do que o Brasil em todo o resto da história. 

O 13 deu direitos trabalhistas para empregadas domésticas. 

O 13 enriqueceu os bancos, inclusive. Enriqueceu empresas. 

Fez o Brasil crescer e chegar a ser a 7° maior economia do mundo.

13 é número de sorte. 

Azar de quem ache o contrário.

Não gostou? A gente se fala nas urnas em outubro de 2018. 

PT, saudações.



Ernesto Xavier é ator, jornalista e escritor. Autor do livro "Senti na pele".







sexta-feira, 23 de junho de 2017

A lata do lixo da história encheu rápido (Por Roberto Sander)

Após um ano do golpe que levou ao poder o grupo político mais corrupto da história do Brasil, confesso que sinto minha alma lavada. Por um lado é decepcionante ver o nosso país, depois de 13 anos de governo progressista (apesar de todos os percalços), ainda dominado pelo pior tipo de gente, sempre a serviço dos interesses mais escusos, mais antipopulares. 

Um grupo, como se sabe, que tem como objetivo apenas servir a plutocracia, ao mercado financeiro e as grandes corporações industriais.

Mas, por outro lado, mais rápido do que se imaginava, toda essa gente está sendo desmascarada. Apesar da resistência do STF em mandar prender de vez Aécio Neves, o grande mentor de toda essa desfaçatez, só a sua desconstrução como político, a sua total desmoralização - que traz a reboque a também desmoralização de todos os seus seguidores, aqueles que batiam a mão no peito para dizer que queriam um novo Brasil, livre da corrupção - já é motivo de satisfação para os espíritos democratas. Temer, o traidor, também é um fantasma político, vagando na presidência sem qualquer respaldo, sem mais capacidade sequer de entregar as reformas da morte que prometeu.

Enquanto isso, as grandes vítimas desse processo, apesar de todas as tentativas de ligá-los a esquemas de corrupção, seguem andando de cabeça erguida, sem nenhuma prova, pelo menos por enquanto, que possa incriminá-los.

Desmoralizado também está o juiz Sérgio Moro que, além de ter dado mais um tiro no pé, mostrando-se conivente com a corrupção ao inocentar as esbanjadoras de dinheiro de propina Cláudia Cruz e Adriana Ancelmo, teve agora o baque de ver, esfregado em suas fuças, o documento que comprova, de uma vez por todas, que o triplex do Guarujá nunca poderia ter sido cedido pela OAS ao presidente Lula.

Léo Pinheiro simplesmente não tinha como ter dado o apartamento a Lula sem ter depositado o valor correspondente ao imóvel em uma conta da Caixa Econômica Federal, que é na realidade quem possui, desde 2010, os direitos econômicos e financeiros sobre o tal triplex. A revelação desmontou a denúncia do Ministério Público Federal, que sustentava, apenas com base na delação de Pinheiro, que Lula era o dono oculto do imóvel.

Pois ter resistido a esse processo de demonização do PT e dos seus principais líderes me custou algumas inimizades. Inimizades de pessoas que tinha em alta conta e que nunca imaginei que fossem tão intolerantes e reacionárias. Fui chamado de petista (como se isso fosse uma grande ofensa), de ingênuo, de defensor de corrupto, de escrevinhador de bobagens, etc.

Mas como sempre tive absoluta convicção de que estava do lado certo - ou seja, do lado da Justiça, da legalidade e da democracia - que jamais deixei de resistir, de argumentar e, assim, de evitar o confronto.

Confesso que todo esse processo me enriqueceu bastante. Pude conhecer melhor as pessoas e ver a diferença que existe entre o "gente boa" e o "cidadão". O só "gente boa" é aquele que, na hora H, se deixa levar pelo lugar comum, pelo o que o sistema determina, sem nada questionar, sem de nada desconfiar. O "cidadão", ao contrário, é aquele que resiste, que não se curva diante das unanimidades, que tem como norte o que é legal, no sentido mais amplo da palavra.

Era amigo de muito "gente boa". Não sei se sou mais. Andam encolhidos, envergonhados, ressentidos, como se tivesse feito algum mal a eles por sempre apontar as suas contradições que agora estão mais do que escancaradas. E ao invés de uma autocrítica, de um reconhecimento de que se enganaram, se fazem de desentendidos e fogem do debate. 

Embora lamente, acho graça. Não deixa de ser divertido ver toda aquela empáfia de dono da verdade, de arauto da moralidade, reduzida a pó.

Difícil ainda prever o que acontecerá no nosso país. No entanto, seja lá o que vier, acredito que saímos dessa fortalecidos. A vitória da oposição na votação do senado - simbolizada por este grande político que se chama Paulo Paim - fez o projeto da reforma trabalhista empacar e trouxe um alento para quem via seus direitos serem tomados sem dó nem piedade.

De toda maneira, já sabemos que a lata de lixo da história chegou rapidinho para os três personagens que, a meu ver, simbolizaram esse momento em que se tentou (e ainda tenta) jogar o Brasil nas trevas: Sérgio Moro, Michel Temer e Aécio Neves. E Cunha, Cabral & Cia? Estes, embora também nefastos, são apenas coadjuvantes.






quinta-feira, 15 de junho de 2017

A perda de uma flor (Thiago Muniz)

A perda da flor...
...assim como o amor, 
Causa uma dor.

Circunstâncias da vida
Fatores de risco
A imaturidade se aflora

O encanto no encontro
A troca no olhar
As histórias contadas 

A despedida...
...o beijo
...um possível reencontro

Mas a flor, assim como o amor 
Causa uma dor
Ah! Essa dor que aflora...

E se...o tempo!
Permitisse um regresso 
Faria tudo diferente

A flor não teria dor...

...assim como o amor.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

A verdade vindo a tona (Por Thiago Muniz)

"Temos que corrigir nossos erros do qual somos cúmplices pelo sufrágio colocamos esses ladrões no poder. Considerando que emana de nós, povo, temos que saber escolher, votando certo.
(Luiz Carlos Quaresma)

E o Brasil foi dormir tendo certeza que o seu presidente ilegítimo é um corrupto. E aos que continuam céticos, os áudios serão divulgados em breve, não tão rápidos como esperávamos mas surgirão. Se não consegue mais aprovar o que lhe foi delegado, Temer perdeu a função e, por tabela, o único apoio que o sustentava – já que, na sociedade, a impopularidade do atual presidente é comparável às de Collor e Dilma antes de sofrerem o impeachment.

Se perder o apoio dos grandes empresários, o presidente perderá cacife fundamental para sustentar sua fisiológica base parlamentar. Depois de Joesley, quem mais vai topar negociar contribuições financeiras para políticos por indicação de Temer?

E o "salvador da pátria" de 2014, senhor Aécio Neves só não foi preso ainda por ter o tão maligno foro privilegiado, pois sua irmã e seu primo já foram presos pela Polícia Federal. A caveira de Tancredo Neves deve estar se revirando de desgosto.

O momento atual é termos lucidez. Esclarecer aos menos informados de que o momento é delicado no país. Nada é mais urgente do que Fachin derrubar o sigilo sobre as delações da JBS. Isso tem de ocorrer hoje, inclusive para minimizar o impacto do vazamento seletivo.

Sabermos que a Oligarquia já está articulando uma provável saída de Michel Temer e ele vai fazer de tudo para não renunciar. O momento atual não é escolhermos um mártir ou herói e sim sermos protagonistas da história do Brasil.

O momento é de reflexão, pois o atual Congresso é ardiloso e legisla em favor próprio. A sociedade necessita refletir de nossas atitudes.

Colocar os políticos para montar a Reforma Política é o mesmo que colocar criminosos para fazer a reforma no Código Penal, não tem sentido. Essa gente rouba e mata antes de ser delatada. É assim há 500 anos. Sem o fortalecimento das instituições democráticas, essa turma se arvora e toma o poder na marra, como aconteceu há um ano, para continuar roubando e calando quem as denuncia. Quanto mais luz e democracia, menos sombra.

Somente as ruas podem impedir o fim da democracia novamente no Brasil. O povo tem que agir.





































BIO


Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



terça-feira, 16 de maio de 2017

Barra de Guaratiba: o litoral paradisíaco (Por Thiago Muniz)

"Guaratiba" é um termo oriundo da língua tupi que significa "ajuntamento de guarás", através da junção dos termos agwa'rá ("guará") e tyba ("ajuntamento").

Barra de Guaratiba é um bairro litorâneo do município do Rio de Janeiro, onde Situa-se em região de reserva ecológica, entre a Restinga de Marambaia, manguezais e Mata Atlântica. Distante cerca de 60 Km do Centro do Rio de Janeiro, a Barra de Guaratiba é a que fica mais distante, aproximadamente 1h30min de carro dos aeroportos Santos Dumont e Galeão. Mas quem vence a distância acaba encontrando outras compensações.

O bairro de Barra de Guaratiba aparenta ser um recanto, uma rua sem saída, um lugar pequeno e aconchegante, ao chegar próximo do centro ruas estreitas e interessantes, casas construídas a um nível acima e a abaixo da estrada e uma vista deslumbrante. Além da linda praia da Barra de Guaratiba com visual incrível para o mar e a a Restinga de Marambaia.

Ao penetrar na Barra de Guaratiba, vê-se em primeiro plano, as pontes que ligam a região á Restinga da Marambaia; mais adiante o morro da Espia, de onde se descortina o horizonte, e, embaixo, a sua pequena praia banhando o pé do morro. 

Do morro da Espia, com o mar agitado, vê-se um imenso lençol de espuma causado pelas constantes ondas que quebram e rolam até guiriri (espécie de planta que cobre toda a extensão da restinga e produz pequenos cocos), época em que os surfistas aproveitam para estar na crista de todas as ondas, ou penetrando nos “tubos” que ali se formam. 

Com o mar morto, a enseada da praia da Barra de Guaratiba serve de porto para as embarcações, principalmente as traineiras que são ancoradas durante as horas de folga dos pescadores. Na praia, o intercâmbio das canoas e barcos que saem e chegam para a pesca ou passeio é um espetáculo de encher os olhos de quem vê. A acolhida e hospitalidade de seu povo completa a sua beleza.

Possui uma área territorial de 944,20 hectares e 4.380 habitantes (IBGE/2000).

Além de vários bares e restaurantes especializados em frutos domar e bebidas geladíssimas, há várias traineiras de pescadores que fazem passeios deliciosos pela orla.

No lado direito de sua pequena orla, começa a belíssima restinga de Marambaia, que possui acesso restrito por ser área militar. A praia possui águas calmas e conta com estrutura de casas, bares e um morro urbanizado. O acesso é feito pela estrada Roberto Burle Marx ou estrada da Barra de Guaratiba, com cerca de 45 km de distância do Centro.

Através de trilha no costão de Guaratiba, partindo da Rua Parlon Siqueira, entre Grumari e Guaratiba, é possível ter acesso a praias totalmente desertas e selvagens, como as praias do Perigoso, do Meio, Funda e do Inferno. Para chegar até a praia do Perigoso são cerca de 50 minutos de caminhada e até a praia do Inferno (a última), cerca de 3 horas. 

Para realizar as trilhas, recomenda-se o uso de protetor solar, roupas leves, muita água e o acompanhamento de um guia. Também é indicado fazer a caminhada em grupo em razão do isolamento do local. Aos mais aventureiros, o prêmio, por último, chega-se à Praia do Inferno, de onde se tem uma trilha alternativa para um regresso mais rápido à Barra de Guaratiba. Estima-se um percurso de até duas horas para o retorno.

Barra de Guaratiba é conhecida nacionalmente como centro gastronômico: possui vários restaurantes rústicos na beira da estrada Roberto Burle Marx onde servem crustáceos, frutos do mar e deliciosas peixadas. 

Os restaurantes das tias (Tia Penha e Tia Palmira por exemplo) começaram a despontar nos anos 80 e eram bem rústicos, praticamente o quintal da casa dos pescadores. Hoje atraem gente de longe. Muita coisa mudou, mas a comida que é importante continua de ótima qualidade. 

O Restaurante do Bira é um dos mais famosos restaurantes da região. A especialidade da casa são frutos do mar e o visual é imbatível de frente para a Restinga da Marambaia e o Canal do Bacalhau. Seu preço não é barato, mas as porções são muito fartas, então o ideal é ir com um grupo um pouco maior (ou levar muita quentinha para casa depois).




UMA BREVE HISTÓRIA DO BAIRRO

Em indígena, significa “abundância de guarás”, aves aquáticas pernaltas. A Freguesia de Guaratiba foi criada em 1755, com terras desmembradas da Freguesia de Irajá, por iniciativa de Dom José de Barros Alarcão.

Em Guaratiba, existiam importantes engenhos, como o Engenho Novo, o Engenho de Fora, o do Morgado, o da Ilha, o da Bica e o da Pedra. Duas de suas maiores capelas eram a de Santo Antônio (Engenho da Bica) e a de São Salvador do Mundo, de 1773, doada pelo Capitão Francisco Pais Ferreira, proprietário do Engenho de Fora.

Numa disputa entre Francisco Macedo Vasconcelos, do Engenho do Morgado, e Ana Sá Freire, do Engenho da Ilha, foi aberto um caminho pelo Engenho Novo que se converteu em Estrada Geral, surgindo nela novos engenhos. No bairro há um largo, uma estrada e um morro com a denominação Ilha. Uma das versões é de que “ilha”, seria uma corruptela de William, nome de um oficial inglês da frota de Dom João VI em 1808, que se instalou no local.

Após o ciclo do açúcar e aguardentes em seus engenhos, surgiu a cultura do café, e a fazenda do Engenho Novo, de Pedro Dauvereau, foi a primeira fazenda carioca a usar maquinaria moderna importada. No Governo Washington Luís, o prefeito Antonio Prado Junior levou a Guaratiba, sua primeira estrada moderna, a da Grota Funda, com sinuosas curvas, que dava acesso à baixada de Jacarepaguá. Na década de 1970, foi construída a estrada Rio-Santos, atual Avenida das Américas, cruzando a extensa baixada. Existiu uma linha de bondes ligando Campo Grande ao largo da Ilha.

Grande parte de Guaratiba é ocupada por manguezais que chegam até a orla da Baía de Sepetiba e formam importante ecossistema, com viveiro de peixes e crustáceos. No Bairro foi implantado o atual Centro Tecnológico do Exército. Em sua baixada, atravessada pelos rios Piraquê e Cabuçu, destacando-se os jardins Maravilha, Garrido, Guaratiba, Cinco Marias e Piaí, todos da década de 1950/1960.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

PRIMEIROS HABITANTES

Nos registros pertencentes a matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba, consta que a região da Barra de Guaratiba começou a ser habitada a partir de março de 1579, quando Manoel Velloso Espinha, morador da Vila dos Santos, que lutou ao lado de Estácio da Sá contra os Tamoios, requereu à Coroa portuguesa a doação de uma sesmaria ( medida de terras com que o rei de Portugal agraciava os seus colonos mais fiéis), situada ao norte da ilha chamada Marambaia da Barra (hoje Restinga de Marambaia), ao longo da costa, com duas léguas de comprimento e outras tantas em direção ao sertão, e mais uma ilha de nome Guratiba-Aitinga ou Aratuquacima (hoje Barra de Guaratiba), com todas as águas, entradas e saídas, visto estarem devolutas povoadas, segundo instruções de sua alteza para povoar o Rio de Janeiro.

O referido cidadão justificou o seu pedido de doação, alegando ter usado um navio de sua propriedade, e a sua custa, com sua gente, mais escravos, com muita despesa, conquistando para a Coroa Portuguesa o rio Tamoio-Franceses e Cabo Frio, além de ter contribuído para a derrota dos Tamoios ao lado de Estácio de Sá.

A doação foi concebida, sob a exigência de que o donatário povoasse as terras dentro de um prazo máximo de três anos, com seus herdeiros, ascendentes e descendentes, sem tributo algum, a não ser dizimo devido a Deus e pago à igreja.

Não resta a menor dúvida de que começou a partir dessa época a ocupação das terra de Guaratiba, pelo homem branco, e a formação de seu povo.

A partir do ano de 1750- cento e setenta e um anos depois, Dom Fradique de Quevedo Rondon na época donatário das terras, doou parte delas á matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba.

DESEMBARQUE DE INVASORES

Louvado em anotações feitas pelo guaratibano Almir de Carvalho, consta que há fortes indícios de que foi em Barra de Guaratiba que os invasores franceses desembarcaram em 1710, quando o corsário Duclerc percebeu que não poderia vencer a barreira de fogo da Fortaleza de Santa Cruz, para penetrar na Baía de Guanabara. Há fortes indícios, também de que a restinga de Marambaia foi utilizada como local de concentração do tráfico negreiro do século XVIII.

A divisão do Patrimônio histórico, diante das evidências, considerou-a semelhante á região da Barra de Guaratiba, depois de ter examinado uma reprodução do local de desembarque,

A pesquisa teve início quando, estudando a cultura cafeeira na província, tomou conhecimento de que o latifundiário José Joaquim de Souza Breves envolveu-se no comercio do café, para tanto adquirindo a ilha de Marambaia, local utilizado como porto de embarque e desembarque, e, bastante adequado ao acolhimento de embarcações negreiras.

DICA DO CRONISTA

Umas das vistas mais lindas do Rio de Janeiro, Barra de Guaratiba é um bairro muito gastronômico com belos passeios. Você pode alugar um stand up e desfrutar o canal ao lado da restinga. Também pode fazer a trilha da Pedra do Telégrafo e ter uma das mais belas paisagens, mas mantenha a paisagem limpa, ultimamente os visitantes estão deixando o local bastante sujo, o que degrada mais rápido o local. É um destino bem interessante para aqueles que querem ficar bem próximos da natureza. É extremamente encantadora, a paisagem é deslumbrante. Um lugar calmo e com pessoas muito receptivas. Lembra uma aldeia de pescadores, um lugar tranquilo, me sinto a vontade em andar pelas ruas e sem preocupações com violência.











Praias do Canto e Grande visto por cima




Trilha a caminho da Praia do Meio




Trilha a caminho da Pedra da Tartaruga




Praia do Canto




Praia Grande




Pedra do Telégrafo




Pedra da Tartaruga




Praia do Perigoso - visão interna




Ponte antiga




Ponte antiga




Pescadores de Barra de Guaratiba com tubarão de 1.200 Kg. (1931)




Pedra da Tartaruga e Praia do Perigoso





















































BIO


Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.