O bairro de Barra de Guaratiba aparenta ser um recanto, uma rua sem saída, um lugar pequeno e aconchegante, ao chegar próximo do centro ruas estreitas e interessantes, casas construídas a um nível acima e a abaixo da estrada e uma vista deslumbrante. Além da linda praia da Barra de Guaratiba com visual incrível para o mar e a a Restinga de Marambaia.
Louvado em anotações feitas pelo guaratibano Almir de Carvalho, consta que há fortes indícios de que foi em Barra de Guaratiba que os invasores franceses desembarcaram em 1710, quando o corsário Duclerc percebeu que não poderia vencer a barreira de fogo da Fortaleza de Santa Cruz, para penetrar na Baía de Guanabara. Há fortes indícios, também de que a restinga de Marambaia foi utilizada como local de concentração do tráfico negreiro do século XVIII.
A divisão do Patrimônio histórico, diante das evidências, considerou-a semelhante á região da Barra de Guaratiba, depois de ter examinado uma reprodução do local de desembarque,
A pesquisa teve início quando, estudando a cultura cafeeira na província, tomou conhecimento de que o latifundiário José Joaquim de Souza Breves envolveu-se no comercio do café, para tanto adquirindo a ilha de Marambaia, local utilizado como porto de embarque e desembarque, e, bastante adequado ao acolhimento de embarcações negreiras.
Umas das vistas mais lindas do Rio de Janeiro, Barra de Guaratiba é um bairro muito gastronômico com belos passeios. Você pode alugar um stand up e desfrutar o canal ao lado da restinga. Também pode fazer a trilha da Pedra do Telégrafo e ter uma das mais belas paisagens, mas mantenha a paisagem limpa, ultimamente os visitantes estão deixando o local bastante sujo, o que degrada mais rápido o local. É um destino bem interessante para aqueles que querem ficar bem próximos da natureza. É extremamente encantadora, a paisagem é deslumbrante. Um lugar calmo e com pessoas muito receptivas. Lembra uma aldeia de pescadores, um lugar tranquilo, me sinto a vontade em andar pelas ruas e sem preocupações com violência.
Ao penetrar na Barra de Guaratiba, vê-se em primeiro plano, as pontes que ligam a região á Restinga da Marambaia; mais adiante o morro da Espia, de onde se descortina o horizonte, e, embaixo, a sua pequena praia banhando o pé do morro.
Do morro da Espia, com o mar agitado, vê-se um imenso lençol de espuma causado pelas constantes ondas que quebram e rolam até guiriri (espécie de planta que cobre toda a extensão da restinga e produz pequenos cocos), época em que os surfistas aproveitam para estar na crista de todas as ondas, ou penetrando nos “tubos” que ali se formam.
Com o mar morto, a enseada da praia da Barra de Guaratiba serve de porto para as embarcações, principalmente as traineiras que são ancoradas durante as horas de folga dos pescadores. Na praia, o intercâmbio das canoas e barcos que saem e chegam para a pesca ou passeio é um espetáculo de encher os olhos de quem vê. A acolhida e hospitalidade de seu povo completa a sua beleza.
Em indígena, significa “abundância de guarás”, aves aquáticas pernaltas. A Freguesia de Guaratiba foi criada em 1755, com terras desmembradas da Freguesia de Irajá, por iniciativa de Dom José de Barros Alarcão.
Em Guaratiba, existiam importantes engenhos, como o Engenho Novo, o Engenho de Fora, o do Morgado, o da Ilha, o da Bica e o da Pedra. Duas de suas maiores capelas eram a de Santo Antônio (Engenho da Bica) e a de São Salvador do Mundo, de 1773, doada pelo Capitão Francisco Pais Ferreira, proprietário do Engenho de Fora.
Numa disputa entre Francisco Macedo Vasconcelos, do Engenho do Morgado, e Ana Sá Freire, do Engenho da Ilha, foi aberto um caminho pelo Engenho Novo que se converteu em Estrada Geral, surgindo nela novos engenhos. No bairro há um largo, uma estrada e um morro com a denominação Ilha. Uma das versões é de que “ilha”, seria uma corruptela de William, nome de um oficial inglês da frota de Dom João VI em 1808, que se instalou no local.
Após o ciclo do açúcar e aguardentes em seus engenhos, surgiu a cultura do café, e a fazenda do Engenho Novo, de Pedro Dauvereau, foi a primeira fazenda carioca a usar maquinaria moderna importada. No Governo Washington Luís, o prefeito Antonio Prado Junior levou a Guaratiba, sua primeira estrada moderna, a da Grota Funda, com sinuosas curvas, que dava acesso à baixada de Jacarepaguá. Na década de 1970, foi construída a estrada Rio-Santos, atual Avenida das Américas, cruzando a extensa baixada. Existiu uma linha de bondes ligando Campo Grande ao largo da Ilha.
Grande parte de Guaratiba é ocupada por manguezais que chegam até a orla da Baía de Sepetiba e formam importante ecossistema, com viveiro de peixes e crustáceos. No Bairro foi implantado o atual Centro Tecnológico do Exército. Em sua baixada, atravessada pelos rios Piraquê e Cabuçu, destacando-se os jardins Maravilha, Garrido, Guaratiba, Cinco Marias e Piaí, todos da década de 1950/1960.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
Nos registros pertencentes a matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba, consta que a região da Barra de Guaratiba começou a ser habitada a partir de março de 1579, quando Manoel Velloso Espinha, morador da Vila dos Santos, que lutou ao lado de Estácio da Sá contra os Tamoios, requereu à Coroa portuguesa a doação de uma sesmaria ( medida de terras com que o rei de Portugal agraciava os seus colonos mais fiéis), situada ao norte da ilha chamada Marambaia da Barra (hoje Restinga de Marambaia), ao longo da costa, com duas léguas de comprimento e outras tantas em direção ao sertão, e mais uma ilha de nome Guratiba-Aitinga ou Aratuquacima (hoje Barra de Guaratiba), com todas as águas, entradas e saídas, visto estarem devolutas povoadas, segundo instruções de sua alteza para povoar o Rio de Janeiro.
O referido cidadão justificou o seu pedido de doação, alegando ter usado um navio de sua propriedade, e a sua custa, com sua gente, mais escravos, com muita despesa, conquistando para a Coroa Portuguesa o rio Tamoio-Franceses e Cabo Frio, além de ter contribuído para a derrota dos Tamoios ao lado de Estácio de Sá.
A doação foi concebida, sob a exigência de que o donatário povoasse as terras dentro de um prazo máximo de três anos, com seus herdeiros, ascendentes e descendentes, sem tributo algum, a não ser dizimo devido a Deus e pago à igreja.
Não resta a menor dúvida de que começou a partir dessa época a ocupação das terra de Guaratiba, pelo homem branco, e a formação de seu povo.
A partir do ano de 1750- cento e setenta e um anos depois, Dom Fradique de Quevedo Rondon na época donatário das terras, doou parte delas á matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba.
Possui uma área territorial de 944,20 hectares e 4.380 habitantes (IBGE/2000).
Além de vários bares e restaurantes especializados em frutos domar e bebidas geladíssimas, há várias traineiras de pescadores que fazem passeios deliciosos pela orla.
Barra de Guaratiba é conhecida nacionalmente como centro gastronômico: possui vários restaurantes rústicos na beira da estrada Roberto Burle Marx onde servem crustáceos, frutos do mar e deliciosas peixadas.
No lado direito de sua pequena orla, começa a belíssima restinga de Marambaia, que possui acesso restrito por ser área militar. A praia possui águas calmas e conta com estrutura de casas, bares e um morro urbanizado. O acesso é feito pela estrada Roberto Burle Marx ou estrada da Barra de Guaratiba, com cerca de 45 km de distância do Centro.
Através de trilha no costão de Guaratiba, partindo da Rua Parlon Siqueira, entre Grumari e Guaratiba, é possível ter acesso a praias totalmente desertas e selvagens, como as praias do Perigoso, do Meio, Funda e do Inferno. Para chegar até a praia do Perigoso são cerca de 50 minutos de caminhada e até a praia do Inferno (a última), cerca de 3 horas.
Para realizar as trilhas, recomenda-se o uso de protetor solar, roupas leves, muita água e o acompanhamento de um guia. Também é indicado fazer a caminhada em grupo em razão do isolamento do local. Aos mais aventureiros, o prêmio, por último, chega-se à Praia do Inferno, de onde se tem uma trilha alternativa para um regresso mais rápido à Barra de Guaratiba. Estima-se um percurso de até duas horas para o retorno.
Os restaurantes das tias (Tia Penha e Tia Palmira por exemplo) começaram a despontar nos anos 80 e eram bem rústicos, praticamente o quintal da casa dos pescadores. Hoje atraem gente de longe. Muita coisa mudou, mas a comida que é importante continua de ótima qualidade.
O Restaurante do Bira é um dos mais famosos restaurantes da região. A especialidade da casa são frutos do mar e o visual é imbatível de frente para a Restinga da Marambaia e o Canal do Bacalhau. Seu preço não é barato, mas as porções são muito fartas, então o ideal é ir com um grupo um pouco maior (ou levar muita quentinha para casa depois).
UMA BREVE HISTÓRIA DO BAIRRO
Em Guaratiba, existiam importantes engenhos, como o Engenho Novo, o Engenho de Fora, o do Morgado, o da Ilha, o da Bica e o da Pedra. Duas de suas maiores capelas eram a de Santo Antônio (Engenho da Bica) e a de São Salvador do Mundo, de 1773, doada pelo Capitão Francisco Pais Ferreira, proprietário do Engenho de Fora.
Numa disputa entre Francisco Macedo Vasconcelos, do Engenho do Morgado, e Ana Sá Freire, do Engenho da Ilha, foi aberto um caminho pelo Engenho Novo que se converteu em Estrada Geral, surgindo nela novos engenhos. No bairro há um largo, uma estrada e um morro com a denominação Ilha. Uma das versões é de que “ilha”, seria uma corruptela de William, nome de um oficial inglês da frota de Dom João VI em 1808, que se instalou no local.
Após o ciclo do açúcar e aguardentes em seus engenhos, surgiu a cultura do café, e a fazenda do Engenho Novo, de Pedro Dauvereau, foi a primeira fazenda carioca a usar maquinaria moderna importada. No Governo Washington Luís, o prefeito Antonio Prado Junior levou a Guaratiba, sua primeira estrada moderna, a da Grota Funda, com sinuosas curvas, que dava acesso à baixada de Jacarepaguá. Na década de 1970, foi construída a estrada Rio-Santos, atual Avenida das Américas, cruzando a extensa baixada. Existiu uma linha de bondes ligando Campo Grande ao largo da Ilha.
Grande parte de Guaratiba é ocupada por manguezais que chegam até a orla da Baía de Sepetiba e formam importante ecossistema, com viveiro de peixes e crustáceos. No Bairro foi implantado o atual Centro Tecnológico do Exército. Em sua baixada, atravessada pelos rios Piraquê e Cabuçu, destacando-se os jardins Maravilha, Garrido, Guaratiba, Cinco Marias e Piaí, todos da década de 1950/1960.
Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.
PRIMEIROS HABITANTES
O referido cidadão justificou o seu pedido de doação, alegando ter usado um navio de sua propriedade, e a sua custa, com sua gente, mais escravos, com muita despesa, conquistando para a Coroa Portuguesa o rio Tamoio-Franceses e Cabo Frio, além de ter contribuído para a derrota dos Tamoios ao lado de Estácio de Sá.
A doação foi concebida, sob a exigência de que o donatário povoasse as terras dentro de um prazo máximo de três anos, com seus herdeiros, ascendentes e descendentes, sem tributo algum, a não ser dizimo devido a Deus e pago à igreja.
Não resta a menor dúvida de que começou a partir dessa época a ocupação das terra de Guaratiba, pelo homem branco, e a formação de seu povo.
A partir do ano de 1750- cento e setenta e um anos depois, Dom Fradique de Quevedo Rondon na época donatário das terras, doou parte delas á matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba.
DESEMBARQUE DE INVASORES
A divisão do Patrimônio histórico, diante das evidências, considerou-a semelhante á região da Barra de Guaratiba, depois de ter examinado uma reprodução do local de desembarque,
A pesquisa teve início quando, estudando a cultura cafeeira na província, tomou conhecimento de que o latifundiário José Joaquim de Souza Breves envolveu-se no comercio do café, para tanto adquirindo a ilha de Marambaia, local utilizado como porto de embarque e desembarque, e, bastante adequado ao acolhimento de embarcações negreiras.
DICA DO CRONISTA
Umas das vistas mais lindas do Rio de Janeiro, Barra de Guaratiba é um bairro muito gastronômico com belos passeios. Você pode alugar um stand up e desfrutar o canal ao lado da restinga. Também pode fazer a trilha da Pedra do Telégrafo e ter uma das mais belas paisagens, mas mantenha a paisagem limpa, ultimamente os visitantes estão deixando o local bastante sujo, o que degrada mais rápido o local. É um destino bem interessante para aqueles que querem ficar bem próximos da natureza. É extremamente encantadora, a paisagem é deslumbrante. Um lugar calmo e com pessoas muito receptivas. Lembra uma aldeia de pescadores, um lugar tranquilo, me sinto a vontade em andar pelas ruas e sem preocupações com violência.
Praias do Canto e Grande visto por cima |
Trilha a caminho da Praia do Meio |
Trilha a caminho da Pedra da Tartaruga |
Praia do Canto |
Praia Grande |
Pedra do Telégrafo |
Pedra da Tartaruga |
Praia do Perigoso - visão interna |
Ponte antiga |
Ponte antiga |
Pescadores de Barra de Guaratiba com tubarão de 1.200 Kg. (1931) |
Pedra da Tartaruga e Praia do Perigoso |
BIO
Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama Tricolor, Eliane de Lacerda, blog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
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