quinta-feira, 18 de maio de 2017

A verdade vindo a tona (Por Thiago Muniz)

"Temos que corrigir nossos erros do qual somos cúmplices pelo sufrágio colocamos esses ladrões no poder. Considerando que emana de nós, povo, temos que saber escolher, votando certo.
(Luiz Carlos Quaresma)

E o Brasil foi dormir tendo certeza que o seu presidente ilegítimo é um corrupto. E aos que continuam céticos, os áudios serão divulgados em breve, não tão rápidos como esperávamos mas surgirão. Se não consegue mais aprovar o que lhe foi delegado, Temer perdeu a função e, por tabela, o único apoio que o sustentava – já que, na sociedade, a impopularidade do atual presidente é comparável às de Collor e Dilma antes de sofrerem o impeachment.

Se perder o apoio dos grandes empresários, o presidente perderá cacife fundamental para sustentar sua fisiológica base parlamentar. Depois de Joesley, quem mais vai topar negociar contribuições financeiras para políticos por indicação de Temer?

E o "salvador da pátria" de 2014, senhor Aécio Neves só não foi preso ainda por ter o tão maligno foro privilegiado, pois sua irmã e seu primo já foram presos pela Polícia Federal. A caveira de Tancredo Neves deve estar se revirando de desgosto.

O momento atual é termos lucidez. Esclarecer aos menos informados de que o momento é delicado no país. Nada é mais urgente do que Fachin derrubar o sigilo sobre as delações da JBS. Isso tem de ocorrer hoje, inclusive para minimizar o impacto do vazamento seletivo.

Sabermos que a Oligarquia já está articulando uma provável saída de Michel Temer e ele vai fazer de tudo para não renunciar. O momento atual não é escolhermos um mártir ou herói e sim sermos protagonistas da história do Brasil.

O momento é de reflexão, pois o atual Congresso é ardiloso e legisla em favor próprio. A sociedade necessita refletir de nossas atitudes.

Colocar os políticos para montar a Reforma Política é o mesmo que colocar criminosos para fazer a reforma no Código Penal, não tem sentido. Essa gente rouba e mata antes de ser delatada. É assim há 500 anos. Sem o fortalecimento das instituições democráticas, essa turma se arvora e toma o poder na marra, como aconteceu há um ano, para continuar roubando e calando quem as denuncia. Quanto mais luz e democracia, menos sombra.

Somente as ruas podem impedir o fim da democracia novamente no Brasil. O povo tem que agir.





































BIO


Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



terça-feira, 16 de maio de 2017

Barra de Guaratiba: o litoral paradisíaco (Por Thiago Muniz)

"Guaratiba" é um termo oriundo da língua tupi que significa "ajuntamento de guarás", através da junção dos termos agwa'rá ("guará") e tyba ("ajuntamento").

Barra de Guaratiba é um bairro litorâneo do município do Rio de Janeiro, onde Situa-se em região de reserva ecológica, entre a Restinga de Marambaia, manguezais e Mata Atlântica. Distante cerca de 60 Km do Centro do Rio de Janeiro, a Barra de Guaratiba é a que fica mais distante, aproximadamente 1h30min de carro dos aeroportos Santos Dumont e Galeão. Mas quem vence a distância acaba encontrando outras compensações.

O bairro de Barra de Guaratiba aparenta ser um recanto, uma rua sem saída, um lugar pequeno e aconchegante, ao chegar próximo do centro ruas estreitas e interessantes, casas construídas a um nível acima e a abaixo da estrada e uma vista deslumbrante. Além da linda praia da Barra de Guaratiba com visual incrível para o mar e a a Restinga de Marambaia.

Ao penetrar na Barra de Guaratiba, vê-se em primeiro plano, as pontes que ligam a região á Restinga da Marambaia; mais adiante o morro da Espia, de onde se descortina o horizonte, e, embaixo, a sua pequena praia banhando o pé do morro. 

Do morro da Espia, com o mar agitado, vê-se um imenso lençol de espuma causado pelas constantes ondas que quebram e rolam até guiriri (espécie de planta que cobre toda a extensão da restinga e produz pequenos cocos), época em que os surfistas aproveitam para estar na crista de todas as ondas, ou penetrando nos “tubos” que ali se formam. 

Com o mar morto, a enseada da praia da Barra de Guaratiba serve de porto para as embarcações, principalmente as traineiras que são ancoradas durante as horas de folga dos pescadores. Na praia, o intercâmbio das canoas e barcos que saem e chegam para a pesca ou passeio é um espetáculo de encher os olhos de quem vê. A acolhida e hospitalidade de seu povo completa a sua beleza.

Possui uma área territorial de 944,20 hectares e 4.380 habitantes (IBGE/2000).

Além de vários bares e restaurantes especializados em frutos domar e bebidas geladíssimas, há várias traineiras de pescadores que fazem passeios deliciosos pela orla.

No lado direito de sua pequena orla, começa a belíssima restinga de Marambaia, que possui acesso restrito por ser área militar. A praia possui águas calmas e conta com estrutura de casas, bares e um morro urbanizado. O acesso é feito pela estrada Roberto Burle Marx ou estrada da Barra de Guaratiba, com cerca de 45 km de distância do Centro.

Através de trilha no costão de Guaratiba, partindo da Rua Parlon Siqueira, entre Grumari e Guaratiba, é possível ter acesso a praias totalmente desertas e selvagens, como as praias do Perigoso, do Meio, Funda e do Inferno. Para chegar até a praia do Perigoso são cerca de 50 minutos de caminhada e até a praia do Inferno (a última), cerca de 3 horas. 

Para realizar as trilhas, recomenda-se o uso de protetor solar, roupas leves, muita água e o acompanhamento de um guia. Também é indicado fazer a caminhada em grupo em razão do isolamento do local. Aos mais aventureiros, o prêmio, por último, chega-se à Praia do Inferno, de onde se tem uma trilha alternativa para um regresso mais rápido à Barra de Guaratiba. Estima-se um percurso de até duas horas para o retorno.

Barra de Guaratiba é conhecida nacionalmente como centro gastronômico: possui vários restaurantes rústicos na beira da estrada Roberto Burle Marx onde servem crustáceos, frutos do mar e deliciosas peixadas. 

Os restaurantes das tias (Tia Penha e Tia Palmira por exemplo) começaram a despontar nos anos 80 e eram bem rústicos, praticamente o quintal da casa dos pescadores. Hoje atraem gente de longe. Muita coisa mudou, mas a comida que é importante continua de ótima qualidade. 

O Restaurante do Bira é um dos mais famosos restaurantes da região. A especialidade da casa são frutos do mar e o visual é imbatível de frente para a Restinga da Marambaia e o Canal do Bacalhau. Seu preço não é barato, mas as porções são muito fartas, então o ideal é ir com um grupo um pouco maior (ou levar muita quentinha para casa depois).




UMA BREVE HISTÓRIA DO BAIRRO

Em indígena, significa “abundância de guarás”, aves aquáticas pernaltas. A Freguesia de Guaratiba foi criada em 1755, com terras desmembradas da Freguesia de Irajá, por iniciativa de Dom José de Barros Alarcão.

Em Guaratiba, existiam importantes engenhos, como o Engenho Novo, o Engenho de Fora, o do Morgado, o da Ilha, o da Bica e o da Pedra. Duas de suas maiores capelas eram a de Santo Antônio (Engenho da Bica) e a de São Salvador do Mundo, de 1773, doada pelo Capitão Francisco Pais Ferreira, proprietário do Engenho de Fora.

Numa disputa entre Francisco Macedo Vasconcelos, do Engenho do Morgado, e Ana Sá Freire, do Engenho da Ilha, foi aberto um caminho pelo Engenho Novo que se converteu em Estrada Geral, surgindo nela novos engenhos. No bairro há um largo, uma estrada e um morro com a denominação Ilha. Uma das versões é de que “ilha”, seria uma corruptela de William, nome de um oficial inglês da frota de Dom João VI em 1808, que se instalou no local.

Após o ciclo do açúcar e aguardentes em seus engenhos, surgiu a cultura do café, e a fazenda do Engenho Novo, de Pedro Dauvereau, foi a primeira fazenda carioca a usar maquinaria moderna importada. No Governo Washington Luís, o prefeito Antonio Prado Junior levou a Guaratiba, sua primeira estrada moderna, a da Grota Funda, com sinuosas curvas, que dava acesso à baixada de Jacarepaguá. Na década de 1970, foi construída a estrada Rio-Santos, atual Avenida das Américas, cruzando a extensa baixada. Existiu uma linha de bondes ligando Campo Grande ao largo da Ilha.

Grande parte de Guaratiba é ocupada por manguezais que chegam até a orla da Baía de Sepetiba e formam importante ecossistema, com viveiro de peixes e crustáceos. No Bairro foi implantado o atual Centro Tecnológico do Exército. Em sua baixada, atravessada pelos rios Piraquê e Cabuçu, destacando-se os jardins Maravilha, Garrido, Guaratiba, Cinco Marias e Piaí, todos da década de 1950/1960.

Nota: A denominação, delimitação e codificação do Bairro foi estabelecida pelo Decreto Nº 3158, de 23 de julho de 1981 com alterações do Decreto Nº 5280, de 23 de agosto de 1985.

PRIMEIROS HABITANTES

Nos registros pertencentes a matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba, consta que a região da Barra de Guaratiba começou a ser habitada a partir de março de 1579, quando Manoel Velloso Espinha, morador da Vila dos Santos, que lutou ao lado de Estácio da Sá contra os Tamoios, requereu à Coroa portuguesa a doação de uma sesmaria ( medida de terras com que o rei de Portugal agraciava os seus colonos mais fiéis), situada ao norte da ilha chamada Marambaia da Barra (hoje Restinga de Marambaia), ao longo da costa, com duas léguas de comprimento e outras tantas em direção ao sertão, e mais uma ilha de nome Guratiba-Aitinga ou Aratuquacima (hoje Barra de Guaratiba), com todas as águas, entradas e saídas, visto estarem devolutas povoadas, segundo instruções de sua alteza para povoar o Rio de Janeiro.

O referido cidadão justificou o seu pedido de doação, alegando ter usado um navio de sua propriedade, e a sua custa, com sua gente, mais escravos, com muita despesa, conquistando para a Coroa Portuguesa o rio Tamoio-Franceses e Cabo Frio, além de ter contribuído para a derrota dos Tamoios ao lado de Estácio de Sá.

A doação foi concebida, sob a exigência de que o donatário povoasse as terras dentro de um prazo máximo de três anos, com seus herdeiros, ascendentes e descendentes, sem tributo algum, a não ser dizimo devido a Deus e pago à igreja.

Não resta a menor dúvida de que começou a partir dessa época a ocupação das terra de Guaratiba, pelo homem branco, e a formação de seu povo.

A partir do ano de 1750- cento e setenta e um anos depois, Dom Fradique de Quevedo Rondon na época donatário das terras, doou parte delas á matriz de São Salvador do Mundo da Freguesia de Guaratiba.

DESEMBARQUE DE INVASORES

Louvado em anotações feitas pelo guaratibano Almir de Carvalho, consta que há fortes indícios de que foi em Barra de Guaratiba que os invasores franceses desembarcaram em 1710, quando o corsário Duclerc percebeu que não poderia vencer a barreira de fogo da Fortaleza de Santa Cruz, para penetrar na Baía de Guanabara. Há fortes indícios, também de que a restinga de Marambaia foi utilizada como local de concentração do tráfico negreiro do século XVIII.

A divisão do Patrimônio histórico, diante das evidências, considerou-a semelhante á região da Barra de Guaratiba, depois de ter examinado uma reprodução do local de desembarque,

A pesquisa teve início quando, estudando a cultura cafeeira na província, tomou conhecimento de que o latifundiário José Joaquim de Souza Breves envolveu-se no comercio do café, para tanto adquirindo a ilha de Marambaia, local utilizado como porto de embarque e desembarque, e, bastante adequado ao acolhimento de embarcações negreiras.

DICA DO CRONISTA

Umas das vistas mais lindas do Rio de Janeiro, Barra de Guaratiba é um bairro muito gastronômico com belos passeios. Você pode alugar um stand up e desfrutar o canal ao lado da restinga. Também pode fazer a trilha da Pedra do Telégrafo e ter uma das mais belas paisagens, mas mantenha a paisagem limpa, ultimamente os visitantes estão deixando o local bastante sujo, o que degrada mais rápido o local. É um destino bem interessante para aqueles que querem ficar bem próximos da natureza. É extremamente encantadora, a paisagem é deslumbrante. Um lugar calmo e com pessoas muito receptivas. Lembra uma aldeia de pescadores, um lugar tranquilo, me sinto a vontade em andar pelas ruas e sem preocupações com violência.











Praias do Canto e Grande visto por cima




Trilha a caminho da Praia do Meio




Trilha a caminho da Pedra da Tartaruga




Praia do Canto




Praia Grande




Pedra do Telégrafo




Pedra da Tartaruga




Praia do Perigoso - visão interna




Ponte antiga




Ponte antiga




Pescadores de Barra de Guaratiba com tubarão de 1.200 Kg. (1931)




Pedra da Tartaruga e Praia do Perigoso





















































BIO


Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



sexta-feira, 12 de maio de 2017

Xangô, o senhor da justiça (Por Thiago Muniz)

Xangô é um Orixá forte, inteligente e criativo. As pessoas que tem sua proteção podem se considera vencedoras.

Costumam tomar decisões certeiras graças à audacia e à justiça que possuem. Gostam de receber elogios pelas coisas que fazem. Xangô também é considerado o Orixá do fogo, já que é poderoso, autoritário e inspira respeito por aonde passa.

Extremamente sensual, ele teve três esposas: Iansã, Oxum e Obá. Como nunca se sentia derrotado, toda sua conquista era realizada de peito aberto. Seu senso de justiça é representado pelo raio e pelo trovão. Embora passe uma imagem repressiva, Xangô sempre soube separar o bem do mal. A mentira e a falsidade são coisas que seus filhos não admitem.

Mesmo autoritários e dominadores, sabem muito bem separar o certo do errado e adoram curtir prazeres que a vida oferece. Diante de qualquer problema, às vezes chegam a criar inimizades pela maneira franca de dizer tudo o que pensam. Mas mesmo assim, são adorados pela maioria das pessoas.

Xangô é o orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. Comemorado no dia 29 de junho, “Dia de São Pedro”.

Xangô teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá (Iansã) , Oxum e Obá.

É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores.

A morte pelo raio é considerada uma punição do Senhor da Justiça. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de Xangô.

Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Xangô foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto deEgungun, muitos Orixás possuem relação com os Egunguns mas, ele é o único Orixá que, verdadeiramente, exerce poder sobre os mortos, Egungun.

Xangô é a roupa da morte, Axó Iku, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

As qualidades de Xangô

Afonjá – Afonjá, o Balé (governante) da cidade de Ilorin. Afonjá era também Are-Ona-Kaka-n-fo, quer dizer líder do exército do império. Segundo a história de Oió, no início do século dezenove, Oió era governada pelo rei Aolé, ele possuía aliados que eram espécies de Generais, que lhe davam todo o tipo de apoio mantendo assim o podes absoluto sobre o Reino Iorubá e os reinos anexados. Mas um dia um desses generais resolveu se rebelar contra Oió e se unir com os inimigos, esse general se chamava Afonjá que era conhecido como Kakanfo de Ilorin. Declarou-se independente de Oió. Com isso o Rei de Oió Aolé se envenenou para não ver o desmembramento do Império. Afonjá traíu o Império Iorubá, mas quando os rebeldes assumiram o poder Afonjá foi decaptado pelo seu novo aliado. Este alegou que se um homem traíu seu antigo rei ele voltaria a trair tantos outros.

Obá Kosso – Título que Xangô recebe ao fundar a cidade de Kossô nos arredores de Oió, tornando-se seu Rei. Título dado também a Aganju, irmão gêmeo de Xangô quando de sua chegada em Oió foi aclamado como o Rei Não se Enforcou, Obá Kô Sô.

Obá Lubê – Título de Xangô que faz referência a todo o seu poder e riqueza, pode ser traduzido como Senhor Abastado.

Obá Irù ou Barù – Título dado a Xangô logo após chegar ao apogeu do império, quando cria o culto de Egungun, é aclamado como a forma humana do Deus primordial Jakutá sobre a terra,senhor dos raios, tempestades, do Sol e do fogo em todas as suas formas. Ele acaba por destroir a capital do Reino numa crise de cólera e depois arrependido, se suicida , adentrando na terra.

Obá Ajakà – Também intitulado Bayaniym,” O pai me escolheu “, que faz referência a ele por ser o filho mais velho de Oraniã, e ter por direito que assumir o trono, irmão mais velho de Xangô.
Obá Aganjù – Aganju representa tudo que é explosivo, que não tem controle, ele é a personificação dos Vulcões.

Obá Orungã – Filho de Aganju Solá e Iemanjá, Orungã é dono da atmosfera é o ar que respiramos, dono da camada que protege a Terra. Ver mais abaixo.

Obá Ogodô – Muito falado também, é apenas o que se diz sobre Xangô, pois, Ogodô é o verbo bocejar. Então, quando está trovejando, o que se diz é que Xangô está bocejando. Dai Xangô Ogodô, é apenas um título de Xangô.

Jakutà ou Djakutà – Jakutá, é a representação da justiça e da ira de Olorun, míticamente Xangô foi iniciado para este Orixá sendo considerado como a forma divina primordial do mesmo. Ele foi enviado em sua forma divina por Olorun para estabelecer a ordem e submeter Oduduá e Oxalá aos planos da criação durante um momento de conflito entre as divindades. É o próprio Xangô.

Obá Arainã – Oroinã e Oraniã – Personificação do fogo, o magma do centro da terra é o pai de Xangô e de Aganju em sua forma humana.

Olookê – Orixá dono das montanha, em algumas lendas é um dos filho de Oraniã, foi casado com Yemanjá.

O Culto a Xangô:

Saudação: Kawó-Kabiesilé (forma com que os Orixas são reverenciados);
Cores: Vermelho e Branco ou Vermelho e Marrom ou Marrom e Preto ou Marrom e Branco ou somente Marrom ou vermelho.As cores representam os Orixás, e podem variar segundo a linha religiosa;

Dia da Semana: Quarta-Feira;

Elementos: Fogo, Vulcões, Tempestades, Sol, Trovões, Terremotos, Raios, criador do Culto de Egungun, senhor dos mortos, desertos e formações rochosas;

Elemento Livro: os livros representam Xangô porque este orixá está ligado as questões da razão, do conhecimento e do intelecto. Bem como a Justiça e o Direito;

Ferramenta: Oxê, machado duplo de dois cortes laterais feito e esculpido em madeira ou metal;
Pedra: Meteorito;

Domínios: Justiça, Poder Estatal, Questões Jurídicas, Pedreiras;

Oferendas: Amalá, cágado, carneiro, e algumas vezes cabrito. Gosta de Orobô, mas recusa Obi (noz de cola), ao contrário dos demais Orixás;

Dança: Alujá, a roda de Xangô. São vários toques que falam de suas conquistas, seus feitos, suas mulheres e seu poder e domínio como Orixá.

Animais associados a Xangô: Tartaruga, Falcão, Águia, Carneiro e Leão.














 












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Thiago Muniz é roteirista, colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.


terça-feira, 9 de maio de 2017

Perdemos o senso do Caos (Por Thiago Muniz)

Caos significa desordem, confusão e tudo aquilo que está em desequilíbrio.

Na mitologia grega, Caos é considerado o deus primordial do universo, de acordo com a narrativa do poeta grego Hesíodo. Inicialmente, Caos seria interpretado como o “vazio” ou o “ar” que preenchia o espaço entre a Terra e o Éter (céu superior). Este significado se originou a partir da etimologia da palavra “caos”, derivada do grego khaíno, que pode ser traduzido como “separar”.

A relação do Caos com a desordem e o desequilíbrio só foi atribuída pelo poeta romano Ovídio. Caos passou a ser visto como um oposto de seu filho, Eros. Ou seja, enquanto Eros representava a união das forças e elementos, o Caos simbolizava a quebra, cisão e separação. A versão da história mitológica de Hesídio e Ovídio conta que antes da criação de Eros, o universo vivia em constante desordem. Todos os componentes necessários para a criação estavam dispersos e desorganizados.

A partir de então, Caos passou a ser reconhecido como o deus da desordem.

Tudo na vida é uma questão de referência. Ponto.

Na medida em que os meios de comunicação vão se disseminando e se anarquizando, todos ficamos sabendo de histórias que, até pouco tempo, praticamente não saíam de um raio de metros de suas origens.

A arrogância humana é tamanha, no entanto, que se costuma interpretar esse excesso de histórias dramáticas varrendo as redes sociais como uma prova incontestável de que o mundo caminha para uma piora.

O mundo não está ficando pior.

Há pouco menos de 300 anos, Tiradentes foi enforcado em praça pública, esquartejado e teve seus pedaços espalhados pela cidade.

Durante a inquisição, queimar supostas bruxas em praça pública, vendo-as agonizar até a morte, era mais do que uma punição eclesiástica: era a diversão dominical de famílias inteiras que se reuniam, ansiosas, para acompanhar a festa.

Nas cruzadas, as forças cristãs tinham o hábito de catapultar cabeças decepadas de muçulmanos para dentro de suas fortalezas como uma espécie de marketing militar, buscando assustá-los.

No Império Otomano, os sultões e príncipes podiam ter múltiplas esposas e concubinas – sendo que a diferença essencial entre uma e outra era que eles podiam espancar todas o quanto quisessem, mas assassinar as esposas era pouco tolerado.

Nas arenas romanas, ver gladiadores matando-se uns aos outros ou brigando contra leões era tão divertido que fazia a população esquecer de seus problemas ao se deliciar com mortes absolutamente bárbaras.

Hoje, quando algum caso parecido com esses ocorre e é transmitido pela Web ou pela TV – como com o Estado Islâmico ou o Boko Haram – bradamos aos quatro cantos que o mundo está cada vez pior e que a humanidade está fadada sucumbir à sua própria perversidade.

Não discordo de que haja muito pouca bondade na raça humana como um todo – mas é contradizer a história afirmar que a sociedade moderna e multiconectada não tenha sido altamente eficaz em elevar as barreiras éticas e comportamentais e trazer níveis de paz que, embora ainda insuficientes dadas as barbáries que insistem em acontecer, foram responsáveis por transformar o nosso mundo em um lugar cada vez melhor.

E por que, ainda assim, insistimos na tese de que tudo piora a cada dia?

Porque as referências que mais contam são sempre as imediatas, as mais próximas. É o presente, e não o passado remoto, que desenha a nossa percepção de mundo.

É o presente que, quase isoladamente, determina a nossa definição de caos.

Ou você realmente acredita que os genocídios do Boko Haram comoveriam os pacatos cidadãos de uma pequena cidade qualquer na Idade Média, cujos ânimos ficavam ouriçados sempre que podiam testemunhar, como diversão em família, uma suposta bruxa queimando viva no fogo da inquisição?

E assim, no país da bandidolatria e onde a banana come o macaco, vozes das mais variadas matizes surgiram para pleitear igualdade de tratamento a milhares de criminosas detidas atualmente no país.

Ora, nesse país onde multidões saem às ruas para pedir o fim da violência; onde se vestem de branco ou estampam camisetas a cada assassinato, estupro, sequestro, desaparecimento de vítimas, entre outros crimes, por que ao invés de se rebelarem contra a soltura da senhora de alto poder aquisitivo que teve regrada o retorno ao lar no bairro do Lebron, invertem as coisas e direcionam suas energias para postular justamente que outras pessoas criminosas (criminosas!) sejam liberadas?

Abstraia-se esse maniqueísmo pseudomarxista de briga de classes e diferença entre ricos e pobres, antes de continuar o raciocínio e diga:

Se um juiz soltar um jogador de futebol que mata uma mulher de forma bárbara e covarde, e desaparece com o corpo. Solta um assassino que assim agindo pune tanto a vítima como também seus familiares.

Posta em liberdade um criminoso que sem escrúpulos deixa, assim, uma criança recém-nascida sem a proteção, carinho e presença da mãe para o resto de sua vida. É válido então se postular em facebook, em revistas canhestras ou mesmo frente ao Supremo Tribunal Federal, que todos os brasileiros que assassinarem a mãe de seus filhos e que estejam em mesma situação sejam postos em liberdade?

Não parece óbvio que a indignação deve se voltar para que haja o retorno do assassino à cadeia e não a soltura de outros assassinos?

Como na clássica cena do cult “Filadélfia”, protagonizada pelos grandes Denzel Washington e Tom Hanks, até mesmo uma criança de 6 anos saberia que não é porque algo inaceitável e errado foi feito e tenha beneficiado indevidamente alguém que seja certo então se postular a convalidação de atos errados e injustos para também indevidamente beneficiar a outros.

O mesmo país que gritava por punição aos chamados poderosos e possui neste momento encarcerados alguns dos empresários mais ricos do continente sul americano; que possuí trancafiadas por diversos tipos de crimes figuras políticas que outrora ocupavam os cargos mais importantes da república; que observou essa semana a condenação de mais um agente político que figurava há poucos meses na linha sucessória da presidência desta nação; esse país não pode jamais retroceder quando um caso excepcional e destoante surge para insanamente alguns postularem o liberou geral e previsível caos.

A punição, essa sim, tem que ser democrática, já que a prática de crimes afeta universalmente a todos.



































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Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



domingo, 7 de maio de 2017

O desastre da espanholização no futebol brasileiro (por Thiago Muniz)

Nas últimas rodadas, vimos acompanhando o desempenho esdrúxulo e ridículo dos árbitros e dirigentes em favor de certos clubes, afora a total inércia da grande mídia econômica que, aos poucos, está favorecendo financeiramente alguns clubes e assassinando outros, tão importantes no cenário nacional.

“Espanholização” é o termo cunhado pelo especialista em marketing esportivo Amir Somoggi e que, após a implosão do Clube dos 13, ganhou força entre os times nacionais que passaram a negociar os seus próprios contratos com a detentora dos direitos televisivos – Rede Globo- que, segundo o site Futebol Business, pagou pelo triênio 2012 -2015 R$ 2,7 bilhões pelas partidas da série A, no canal aberto e nos fechados, sem contar o pay-per-view.

O futebol brasileiro caminha em passos largos em direção à espanholização.

O principal motor desse processo é a distribuição das cotas de TV, segundo levantamento do Itaú BBA.

O termo se refere à situação da Liga BBVA (Espanha), na qual Real Madrid e Barcelona abocanham 55% da receita total do campeonato e boa parte dos títulos nacionais.

Em 2011, o Grupo 1, formado por Corinthians, Flamengo, São Paulo, Internacional e Atlético-MG teve receitas de R$ 980 milhões no total, R$ 257 milhões a mais do que recebeu o Grupo 2 (R$ 722 milhões), formado por Santos, Cruzeiro, Palmeiras, Grêmio e Vasco. Em apenas dois anos essa distância dobrou, alcançando R$ 577 milhões.

Isto ocorre porque a emissora carioca aumentou o repasse ao Grupo 1 em um ritmo muito superior ao do pelo Grupo 2. Entre 2011 e 2013, o repasse ao primeiro escalão aumentou 43%, enquanto o segundo cresceu apenas 22%.

A distância para o grupo 3, formado por Fluminense, Botafogo, Coritiba, Atlético-PR e Bahia é ainda maior: de R$ 679 milhões, em 2011, para R$ 877 milhões em 2013. Na média, cada clube do primeiro escalão teve receitas de R$ 281 milhões, contra R$ 106 milhões do terceiro.

Segundo números do consultor Amir Somoggi, com os dados dos balanços financeiros dos clubes de 2014, o Flamengo faturou R$ 115,1 milhões com direitos de TV e o Corinthians R$ 108,7 milhões.

O abismo entre o clube que mais recebeu, Flamengo e o que menos recebeu, Ponte Preta, é de 5,8 vezes. Para o banco, os clubes brasileiros deveriam mirar a Bundesliga alemã, onde o Bayern de Munique recebe apenas o dobro do clube pior colocado da liga, o Greuther Fürth.

Os clubes precisam se unir.

Basta de notas oficiais patéticas quando são beneficiados.

É hora de exigir uma profissionalização capacitada. A partir de quem a comanda.

Não podemos ficar inertes com a futura falência dos grandes do futebol brasileiro.

A partir de 2016, haverá um aumento na cota de TV do Brasileiro, que deve fazer crescer um pouco a diferença entre Corinthians e Flamengo e os demais clubes, mas que ainda ficará longe da perversa realidade do Campeonato Espanhol.

É um absurdo essa diferença de valores e os clubes serem coniventes com isso. É justo que o time com mais torcedores inscritos no pay per view receba valores maiores por isso. Agora, dar de largada uma vantagem de R$ 110 milhões de reais para Corinthians e Flamengo em relação a clubes de fora do Eixo, apenas vai tornar o campeonato cada vez mais desigual. Se continuar assim, chegará o tempo em que apenas Corinthians e Flamengo terão chances de titulo. A continuar esse caminho nefasto, os outros clubes deveriam sair fora e criar um outro campeonato paralelo.

Na minha opinião, o modelo ideal no Brasil seria parecido com a da Premiere League: 70% dividido, e os outros 30% de acordo com audiência e posição na tabela. É um modelo que não gera desequilíbrio e nem injustiça, já que no fim das contas o campeão receberia mais que o último colocado, porém o ultimo colocado não receberia uma quantia pífia.

Esse critério de mensurar o tamanho da torcida tem de ser discutido.

No Brasil nunca houve uma pesquisa séria e de qualidade.

Todas são encomendadas e, por isso, muito suspeitas. Ninguém sabe o real tamanho das torcidas. E quem afirmar o contrário estará mentindo.

As mídias oligárquicas paulistanas e cariocas endossam falácias sobre esses dois times (Corinthians e Flamengo) há mais de 40 anos. E não me venham com essa conversa fiada de audiência que é outra mentira. O que determina maior ou menor audiência é a importância do jogo, independente de quem joga.

Não bastasse a diferença financeira administrada com a parcialidade de um torcedor (flamenguista ou corintiano), teremos que aturar e conviver por muitos anos com a parcialidade casuística do STJD.

Como convencer o torcedor descrente a continuar torcendo? Mas ninguém é obrigado a torcer, a ver jogos, a acompanhar o esporte, os ortodoxos me responderão. Se o cidadão colocar na cabeça que aquilo não é sério, ele larga. É um fato.

Cartolas e empresários, acordem! Isso não pode continuar assim.

Pelo bem do futebol brasileiro.























Imagem: portal mídia esporte




Publicado em 12/09/2015 no site Panorama Tricolor


BIO


Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.


quarta-feira, 3 de maio de 2017

Não se vá, Elika! (Por Thiago Muniz)

Pra começo de conversa, uma boa parte da sociedade brasileira é composta por imbecis.

A República dos Imbecis tem a incapacidade de distinguir oportunidade com insanidade, talvez por ignorância ou simplesmente por maldade mesmo.

Conheço a Elika Takimoto há pelo menos 15 anos, eu era um moleque (imbecil) e ela já despontava em sua brilhante carreira como professora de física. Os anos se passaram, eu sou testemunha ocular do cometa que ela se transformou como intelectual e escritora, da maneira transparente como criou e cria os seus filhos e da maneira sublime como encara as circunstâncias da vida.

Seu texto em que ela reposta (LINK), já tem 1 ano e só agora ela vem a tona? Me desculpem mas a ignorância paira sobre a dimensão da ganância e da destruição. Na minha humilde opinião para dar uma ênfase em sua narrativa pode ter errado na mão em alguns pontos mas chegar ao ponto de dizer que ela é racista chega a ser injustiça.

Se de fato os movimentos negros atacaram de fato ela (traduzindo: Haters), pense como se encurrala um doce gato doméstico; ele vai andando para trás e você vai encurralando, encurralando, até o momento que ele te ataca no exato instante em que a adrenalina está altíssima. Este é a impressão que eu tenho, foi o momento propício para os gananciosos de plantão brotarem o terror virtual.

Uma pena vê-la atravessando essa avalanche, deve trazer um sentimento de desamparo, mas frente ao sofrimento só nos resta aprender e tirar consequências.

Vivemos num país incapaz de interpretar e expert em julgar.

É triste ver que os formadores de opinião com mais bom senso dentro do senso crítico comum são cada vez mais calados pela ditadura online. Já não basta tudo o que o Brasil está passando politicamente, nos vejo ainda mais vulneráveis quando aqueles que nos representam mesmo que fora da politica (até porquê lá poucos nos representam), também nos são afastados.

Há o texto dela se retratando publicamente (LINK) e mesmo assim os imbecis estão "largando o aço" para cima dela, já publicaram o seu contracheque, CPF, endereço, transformaram numa criminosa, nem com os criminosos de verba pública fizeram tanta maldade.

Não se vá Elika, por mais que o mundo esteja regredindo, precisamos da capacidade de questionar, e você é especialista nisto.



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Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", dos sites Panorama TricolorEliane de Lacerdablog do Drummond e Mundial News FM. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.