quarta-feira, 1 de junho de 2016

O Brasil merece uma Reforma Política (Por Thiago Muniz)

Impeachment de Dilma não resolve o problema da corrupção, enraizada na política brasileira atual. Quem é realmente contra a corrupção não aposta em impeachment, eufemismo para golpe, aposta na Reforma Política.

A REFORMA POLÍTICA é o primeiro passo (e um movimento social) imprescindível para se iniciar um processo de melhora real e verdadeira na qualidade da política brasileira, no modo de se votar e ser votado e um ato social fundamental para o verdadeiro saneamento da nossa forma de fazer política. A reforma política brasileira é o início de uma boa e eficiente administração pública.

Quais os mecanismos institucionais que devem vigorar num sistema político de sorte a aperfeiçoar as relações entre os poderes executivo e legislativo, em proveito da boa política, fortalecendo os partidos, reduzindo os custos de campanha e os custos decisórios de governo?

A resposta a esta abrangente questão induz a debates dissonantes,sobretudo com políticos aferrados a mandatos conquistados pelasregras atuais.

O novo sempre traz apreensão e desconfiança. Aexpressão “reforma política” refere-se a uma ampla gama de compósitos institucionais cuja principal função é estruturar comportamentosinterativos nos quatro níveis em que se estabelece a ação dos atorespolíticos: eleitor, candidato, legislativo e executivo.

Algo que a semelhança do aparelho econômico tem a ver com os mecanismos de insumo (mercado eleitoral), processador (burocracia estatal) e produto (políticas públicas direcionadas a corrigir falhas de mercado).

Ou seja, uma engenharia constitucional que tem a ver com a mais antiga questão política: como chegar, como usar e como transferir o poder?

O eleitor brasileiro possui um cardápio muito bem servido de motivos para protestar. Fica a gosto do freguês: a corrupção na Petrobrás, o alto preço da cerveja, desemprego subindo, salários congelados, falta d’água. Pode, inclusive, botar a culpa na Dilma, no Lula, ou mesmo no PT de maneira geral.

Mas não deveria pedir impeachment, sabendo do risco a que estaria sujeito: o fortalecimento de figuras como Renan, Cunha, Sarney e cia, igualmente chamadas de corruptas pelas mesmas pessoas que pedem o afastamento da presidente petista.

Não é hora de simplesmente fulanizar o debate sobre um problema que se mostrou maior do que realmente imaginávamos ser com a descoberta do esquema de corrupção na Petrobrás. Obviamente que os responsáveis pelo crime na estatal devem ser punidos. E com rigor. Mas o ideal seria que o crime não voltasse a acontecer.

Pense comigo, metade daqueles que poderiam aprovar essa reforma, abominam ela porque isso significa o fim das tramóias e maracutaias com a lei que já existe. Além disso, as “forças escondidas” estão de olho e vão fazer de tudo para barrar esses projetos, há muito mais por trás disso – em todos os sentidos possíveis – do que eu e você podemos sonhar. E ainda, na outra metade, uma porção morre de medo da primeira e só uma pequena porção é realmente honesta e altruísta. Se eu e você não fizermos algo, a coisa não muda nunca.

O Brasil merece uma Reforma Política.






BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.


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