sábado, 26 de novembro de 2016

Fidel Castro, o revolucionário (Por Thiago Muniz)

"Hoje milhões de crianças dormirão na rua, nenhuma delas é cubana." (Fidel Castro)

"Fidel morreu, paz à sua alma. Mas não morreu um humanista ou um democrata, ou sequer um grande estadista, a menos que queiramos considerar dessa forma qualquer vulgar ditador.
(Crónica de Henrique Monteiro, no dia em que Fidel Castro morreu, aos 90 anos)

Hasta siempre comandante!

Ele foi o herói da minha geração de latino-americanos: tanto como líder de revolução, quanto como líder da resistência às forças dos Estados Unidos, e sobretudo como líder de um governo comprometido com a justiça social, sem perder o vigor transformador.

Aliados e adversários concordam que ele foi um dos raríssimos latino-americanos que ficarão na história da humanidade.

Ele foi o herói da minha geração de latino-americanos: tanto como líder de revolução, quanto como líder da resistência às forças dos Estados Unidos, e sobretudo como líder de um governo comprometido com a justiça social, sem perder o vigor transformador.

Líder autoritário ou simplesmente um tirano para meia humanidade, lenda revolucionária e flagelo do “imperialismo ianque” para os mais despossuídos e para a esquerda militante, Fidel Castro era o último sobrevivente da Guerra Fria e certamente o ator político do século XX que mais manchetes de jornal acumulou ao longo de seus 47 anos de domínio absoluto em Cuba, um poder caudilhista que começou no dia 1º. de janeiro de 1959, após derrotar pelas armas o regime de Batista.

Um de seus bons amigos, o prêmio Nobel colombiano Gabriel García Márquez, escreveu certa vez sobre ele que “sua devoção pela palavra” era “quase mágica”. “Três horas são para ele uma boa média para uma conversa comum. E, de três horas em três horas, os dias passam para ele como sopros”, afirmou Gabo. A descrição parece exagerada, mas não é, nem de longe. Qualquer político estrangeiro que tenha tratado com ele pode testemunhar isso, para não falarmos dos milhões cubanos, de qualquer idade, que precisaram deveram dedicar milhares ou dezenas de milhares de horas da sua vida a escutar os discursos e arengas do comandante.

Ditador irresponsável para muitos, último revolucionário do século XX para seus admiradores do Terceiro Mundo, fazia tempo que Fidel não participava das decisões de governo, embora, por seu caráter de símbolo, tenha influído até o último momento nos rumos políticos do regime cubano, demarcando os limites que não deveriam ser ultrapassados. Agora ele já não existe. E desta vez é de verdade.
























BIO


Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.



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