O pessimista, um chato.
Bom mesmo é ser um realista esperançoso." (Ariano Suassuna)
O Governador do Rio confirmou hoje que não terá recursos para pagar todos os servidores no próximo dia 16/11, quarta-feira que vem. No calor dos acontecimentos, perde-se de vista a origem da pior crise que já se abateu sobre o Estado do Rio.
A pedido do Bom Dia Brasil, o professor Istvan Kasnar, da Fundação Getúlio Vargas, revelou números impressionantes: a soma das isenções fiscais oferecidas pelo Governo do PMDB nos últimos 8 anos (Cabral/Pezão) chega a inacreditáveis 178 bilhões de reais. Ao abrir mão dessa fortuna em arrecadação de impostos, a expectativa era de que a geração de emprego e renda - e o consumo aquecido das famílias - elevasse a arrecadação estadual.
Mas isso não aconteceu. De forma irresponsável, Governo do PMDB abriu mão de impostos contando com o repasse dos royalties do petróleo.
Chegou-se a retirar desses royalties os recursos necessários para o pagamento de aposentadorias e pensões, sem nenhuma iniciativa para que se discutisse a reforma da Previdência. Em resumo: todo o equilíbrio fiscal e orçamentário foi assentado sobre uma commodity.
Como se sabe, qualquer commodity (soja, aço, petróleo, etc) tem seu preço regulado pelo mercado internacional, sendo impossível que esse valor seja prevísivel ou sujeito a qualquer tipo de controle.
Entre 2013 e 2016 a receita estadual com os royalties caiu 66% e, mesmo com o sinal vermelho piscando na cara dos governantes, demorou-se uma eternidade para tomar as providencias necessárias.
Agora, como chegou a dizer o Governador Pezão, não há plano "B". Culpa de quem?
Não acredito em nenhum plano radical de contenção de despesas públicas que não inclua a desativação da frota de carros oficiais.
Não acredito em nenhum plano radical de contenção de despesas públicas que não inclua a desativação da frota de carros oficiais.
Mesmo em tempos de bonança econômica, os carros oficiais (com seus motoristas, cotas generosas de combustível e custos de manutenção financiados pelos contribuintes) são uma excrescência moral, um resquício abominável de um privilégio que, com raras exceções, seria justificável.
No Estado do Rio, antes de se anunciar a taxação de aposentados e pensionistas, corte de aluguel social, entre outras medidas sem precedentes (e possivelmente inconstitucionais), que tal desativar a numerosa frota de carros oficiais que servem aos secretários de estado, deputados estaduais (nem todos aceitam essa mordomia, é bom frisar!), servidores do Judiciário e de todos os numerosos agregados espalhados por vários órgãos, repartições e autarquias.
No embalo desse movimento em favor da sensatez, que tal suprimir a luxuosa e injustificável carona às nossas custas dos vereadores de todos os 92 municípios fluminenses, bem como de todos os eventuais servidores dos respectivos órgãos públicos dessas cidades? Que peguem táxi, uber, bicicletas, sigam à pé ou (por que não?) transporte público.
Quem sabe assim o Brasil finalmente possa avançar na agenda da mobilidade, com mais "autoridades" sentindo na pele a realidade difícil por que passa quem lhes sustenta.
BIO
Thiago Muniz é colunista do blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor, do blog Eliane de Lacerda e do blog do Drummond. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
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