segunda-feira, 11 de julho de 2016

Jogos de Azar: Benefício ou Prejuízo para o país? (Por Thiago Muniz)

Pobre do País que aposta na liberação dos chamados "jogos de azar" como uma alternativa para o desenvolvimento. 

O lobby dos cassinos, bingos, jogo do bicho e videojogos vibra com a oportunidade aberta pela crise para aprovar o projeto que será votado esta semana, em regime de urgência, no Senado Federal.

Fala-se em aumento da arrecadação, geração de emprego e renda, e outros supostos trunfos que soam como o canto da sereia em meio a esse maremoto causado pela bancarrota econômica.

Ninguém explica, entretanto, porque essas modalidades de jogos se chamam "de azar". Ainda que seja um tanto óbvio, vale explicar: é que a probabilidade de se ganhar é reduzidíssima, quase infinitesimal. 

O ganho só é certo para o dono do negócio, que atrai mafiosos e se presta a ser uma sofisticada lavanderia de dinheiro sujo.

Também não se comenta o risco dessa provável liberação multiplicar a compulsão pelo jogo, atraindo uma legião de viciados que simplesmente não sabem quando parar e, por conta disso, dilapidam patrimônios, arruínam famílias, se perdem nos labirintos aflitivos da jogatina. 

O ambiente do jogo também costuma atrair agiotas, redes de prostituição e outras "externalidades" não contabilizadas pelos economistas.

Só quem já entrou num cassino e testemunhou as feições vampirizadas de muitos que por ali vão ficando sem se dar conta do dia da semana, da hora, se já anoiteceu ou está amanhecendo, sabe o tamanho da encrenca.

O jogo compulsivo foi inserido no Código Internacional de Doenças da Organização Mundial da Saúde (OMS) junto com várias outras drogas de causam dependência (álcool, cocaína, etc).

Há alguém no Senado preocupado com isso? A ideia de votar o projeto em regime de urgência é do presidente da Casa, Renan Calheiros, cuja "sorte" permitiu se desvencilhar até aqui de múltiplas denúncias, acusações e processos. Será que os nobres senadores estão levando isso em conta? Só percebemos os supostos "bônus" desse negócio, sem considerar os seus riscos?

Enquanto o nosso senado vota a liberação do jogo, a educação vai sendo esquecida. Me lembrou ontem a manifestação dos pais e alunos do CAp-UERJ, sem aulas há quatro meses por conta da greve, em marcha pacífica pela rua Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, indo em direção a casa do governador. 

O chamado era: "Acorda, sociedade! Educação é prioridade!". Mas acho que estamos sob algum efeito entorpecente, já que não conseguimos enxergar que não há política pública em benefício da segurança e da saúde, que não passe pela educação. Uma pena!

Seja como for, as cartas estão na mesa. E a liberação do jogo nunca esteve tão favorável aos que apostam alto no azar. O Brasil merecia políticos mais competentes na busca de soluções para este momento difícil. 

Um exercício, que poucos fazem, para aprender um pouco mais sobre política, é observar detalhadamente quais são os Senadores e partidos que votam contra ou a favor de um projeto como esse. (e observar isso nos projetos que passam pela Câmara de Deputados também). Observar principalmente a autoria e relatores que aprovam ou desaprovam. É só procurar no Google.

Os jogos de cassino podem ser tão prejudiciais porque atacam justamente na chave do vício: o tempo entre a aposta e o resultado. Quanto menor esse tempo, mais viciante o jogo. Por isso ninguém se vicia em loteria, mas perde milhões na roleta. E agora veremos essas tristes histórias aqui no Brasil.

Assim como as drogas, o jogo ilegal movimenta enormes valores no Brasil, como é notório com o bicho, videopôquer, mesas clandestinas, etc. Em países onde o jogo é legalizado, em teoria ocorre um acompanhamento mais transparente destas atividades, diminuindo chances de fraudes e contravenção.

Tanto quanto a discussão moral, o retorno dos cassinos e bingos à legalidade no país talvez esteja na mesma órbita da descriminalização das drogas. Quem sabe até uma coisa leve à outra. A real é que o jogo no Brasil existe e está na mão de grupos que preferem que tudo fique como está.

Os agiotas, a prostituição relacionada ao jogo do bicho, a cassinos clandestinos? Isso já existe, mesmo sem a legalização. Inclusive pessoas viciadas em jogos... Não estou me colocando a favor, só estou aqui pensando que isso já existe, não sei se vai mudar tanto essa realidade que na verdade já está ai... Eu, por exemplo, conheço pessoas que perderam muito dinheiro com jogo... jogo ilegal.

As pessoas também poderiam usar o seu poder de escolha pra não entrar nessa... Se deixar levar tem suas consequências. Por isso, existe o tal do discernimento, que poucas usam.

Realmente Tim Maia estava certíssimo ao dizer que o Brasil não podia mesmo dar certo. E Charles de Gaulle ,quando disse que o Brasil não é um país sério, embora se diga que ele jamais teria dito a frase. Quando espiritualmente estivermos em melhor nível com certeza atrairemos melhores políticos, verdadeiramente interessados no bem comum. 

Por ora a afinidade ,pelo nível espiritual não só do Brasil, mas do mundo, atrai esse tipo de gente e de situações , que vão agir como agentes purificadores. Com sua permissão vou compartilhar seu artigo, por me alinhar com esta linha de pensamento.





























BIO

Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blogs "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.




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