Tucano é uma ave com bico bem longo, se alimenta com voracidade. Quando há abundância de alimentos, quer mais ainda, o que ocasiona conflito entre sua própria espécie. Para o partido dos tucanos isso não é diferente.
De acordo com interceptações telefônicas realizadas pela Polícia Civil, as ordens para o pagamento de propinas e superfaturamento de contratos para o fornecimento de merenda escolar partiam do ex-assessor da Casa Civil do governo Alckmin, dadas de dentro do Palácio dos Bandeirantes.
De acordo com as investigações da Operação Alba Branca, o tucano Luiz Roberto dos Santos – conhecido como “Moita” – então braço direito do secretário-chefe da Casa Civil do governo Alckmin, Edson Aparecido-PSDB operava para a máfia da merenda de sua sala no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, ou seja, em uma sala no mesmo prédio em que fica o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Segundo relatório policial, o ‘Moita’ mantinha contatos, de seu próprio gabinete, com suspeitos de fraudar licitações e superfaturar produtos agrícolas destinados à merenda escolar. Um dia antes da deflagração da operação, Luiz Roberto foi demitido do cargo de confiança e voltou para sua função de origem, na Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). A CPTM é outra companhia do estado de São Paulo envolvida em grandiosos casos de corrupção.
Os grampos mostram Luiz Roberto dos Santos orientando o lobista Marcelo Ferreira Júlio, que é apontado como operador das propinas da organização que fraudava as licitações. Santos foi flagrado no grampo da Polícia Civil várias vezes dizendo a interlocutores que falava do Bandeirantes.
Se o PT enfrenta dias de inferno astral com a tramitação de um processo de impeachment contra Dilma Rousseff, a perda de aliados e o envolvimento na Operação Lava Jato, em São Paulo, o PSDB também precisa apagar, guardadas as proporções, os seus próprios incêndios à medida que vão avançando investigações sobre esquemas de corrupção envolvendo o partido.
Só nesta semana, dois escândalos ligados à gestão tucana tiveram desdobramentos. A polícia prendeu sete investigados por fraude na merenda escolar do Estado. Em outra frente, a Justiça de São Paulo aceitou denúncia contra sete executivos acusados de cartel e fraude na compra de trens, durante o governo José Serra (PSDB). Soma-se ao cenário a investigação sobre Edson Aparecido. Ex-secretretário-chefe da Casa Civil e braço-direito de Geraldo Alckmin (PSDB), ele deixou o cargo na última sexta-feira para concorrer a vereador. Semanas antes ele passou a ser investigado por enriquecimento ilícito.
BIO
Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para:thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
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