Mas a minha juventude "adolescêntica" se iniciou nos anos 1990, uma década onde começou com um impeachment de um presidente e a era do plano Real para a economia brasileira bastante fragilizada pelas incompetências anteriores.
Como a era FHC priorizou a economia e o lado social ficou de lado, eu pensei de verdade que quando o Lula entrasse para a presidência, os rumos mudassem a favor de um Brasil melhor, mais digno e com a corrupção erradicada.
Por um momento melhorou sim, a classe pobre teve voz, ela recebeu crédito para consumo, acesso ao estudo e subsídios para ter uma vida melhor. Só que política assistencialista deve ter vida útil para existir senão ela se transforma em política coronelista, uma prática comum desde que o Brasil existe.
Para melhorar as condições de uma sociedade, se deve fornecer subsídios e instrumentos capazes dela caminhar sozinha, e não acomodá-la com fomentos.
Nas eleições de 2002 votei sim em Luiz Inácio, eu enxerguei maturidade governamental nele, achei que o Brasil melhoraria de fato, de alguma forma o Gigante cresceria de uma maneira sólida e rugiria para o mundo.
E cresceu de fato, a economia bombeou, a infra-estrutura progrediu, só que...
Surgiu o escândalo do Mensalão! Uma nefasta que existiria até hoje se não fosse a delação inanimada do profeta do PTB. A partir de lá a mídia se movimentou aos poucos contra o governo. E o que surgiram de barbaridades nós perdemos as contas. Surgiu a CPI dos Correios e o Petrolão que quase extinguiu com a Petrobrás.
Mas temos que ter dois pesos e duas medidas; por outro lado o movimento de oposição que busca incessantemente a retomada do poder, ou seja, o PSDB; houve escândalos tão bárbaros quanto os do PT, cito a Privataria Tucana em MG, o escândalo do metrô de SP, o fatídico helicóptero com os 400 kg de cocaína achados numa fazenda em MG, fora o aeroporto na cidade de Claudio-MG. Mas daí eu não vi um grande movimento midiático em prol dessas sujeiras.
A decáda de 2000 começou com esperança e terminou com ceticismo. A década de 2010 começou com ceticismo e sinceramente não sei como terminará.
Naturalmente que diante do quadro desse momento e de tudo que possa vir a acontecer durante o dia, ainda é cedo para tomar qualquer posição.
Só me resta lamentar que algo que seja tão importante para o crescimento do país, da justiça e da democracia esteja sendo usado de forma justamente a colocar a democracia em risco.
As ruas serão tomadas por ambos os lados e poderemos ter conflitos graves, pois a nossa sociedade é intolerante e ignorante, não sabe respeitar as adversidades e as opiniões.
Espero que a mídia tenha consciência da forma perigosa como vem dando suas cartadas.
Há muitas dúvidas sobre o que está por vir: como reagirá Dilma?
E os movimentos sociais? Algumas conclusões já são possíveis: o ambiente político ficará ainda mais envenenado e os protestos do domingo que vem (13 de março), e, consequentemente, o processo de impeachment, ganharão enorme fôlego.
E, muito mais do que 2005, o projeto de poder do PT nunca esteve tão perto do fim.
O Brasil não tem mais jeito.
Infelizmente essa é a minha constatação. A corrupção já está enraizada na cultura, é praticamente impossível combatê-la.
É duro ter esse prognóstico, mas o Brasil é a terra da bagunça e da promiscuidade a céu aberto.
BIO
Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para:thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
Gostei muito do post amigo, só no final eu não concordo plenamente, pq ai tudo perde o sentido de ser. Acho que tudo tem jeito quando se quer mudar. O nosso problema é querer. Abração.
ResponderExcluirMas esse é o problema. A sociedade não quer mudar. Bjs !!!
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