Mesmo assim no máximo tento me colocar no lugar das pessoas, sentir o que eles sentem, a perda que eles têm.
Fico enojado em como as pessoas, principalmente por meio das redes sociais, o quanto perde tempo em discutir o grau de importância de uma ou de outra.
Pessoas: Uma tragédia não anula a outra!
Só faltava essa: as pessoas relacionarem o torcedor de futebol ao terrorismo. Tenho ouvido de tudo depois desse atentado na França. É um festival de achismos sensacionais. Há até uma certa graça, um encanto. Pensando bem," achar" é muito melhor, é mais salutar do que declarações avalizadas de especialistas. O mundo da opinião, cheio de preconceitos e por isso mesmo mais humano.
Primeiramente, sim, a opinião é sua, o facebook ou twitter é seu, e você pode postar o que quiser nele. Ninguém está te proibindo de sentir compaixão, medo, consternação. Nada te impede de valorizar tanto a vida das vítimas francesas quanto das vítimas de tantos outros crimes (e se você faz isso, então não tem motivo pra se preocupar com as críticas à solidariedade seletiva) e é claro que você pode e deve se preocupar com os atentados de ontem, porque as repercussões serão globais.
Acredite, ninguém quer que você ignore os ataques da França ou a tragédia ambiental de Mariana, até porque quem faz essas críticas geralmente conhece a sensação de ter suas próprias tragédias ignoradas.
Não se trata de promover alienação, e sim de pensar criticamente. Em outras palavras, o que as pessoas devem se perguntar é o porquê de algumas dores te parecerem maiores do que outras.
Portanto, ao invés de dizer "o facebook é meu e eu posto o que eu quiser", ou de sentir-se atacado por "fiscais de compaixão", simplesmente ouça a pergunta que está sendo feita: por que você se sente impelido a colocar a bandeira francesa no seu avatar e não sente a mesma vontade de mostra a sua solidariedade pelos negros mortos pela pm brasileira, ou não vestiu a bandeira do Líbano quando ocorreu um atentado do ISIS por lá essa semana?
A solidariedade no nosso tempo é seletiva?
"Por coincidência (ou não), a Vale doou mais de 20 milhões de reais na última campanha eleitoral. Também por coincidência (ou não), a Vale produz campanhas milionárias nos principais veículos de imprensa do país. Quem paga o DJ escolhe a música!" ( Chico Alencar )
Hoje é 15 de Novembro, dia da Proclamação da República, e ninguém comenta, ninguém comemora, embora seja, em tese, um feriado. Comemorar o quê, afinal? É uma República que não deu certo.
Um Executivo eleito através de um estelionato e do uso da máquina pública.
Um Congresso e um Senado presidido por picaretas e composto por representantes do poder financeiro: a grande maioria apenas preocupada com seu próprio bem estar, enriquecimento e perpetuação no poder.
Impressionante. Apavorante. Desesperador.
Em tempo: Agora, perto da meia-noite (horário de Brasília), os comentaristas começam a chamar atenção para o fracasso das forças de segurança francesas. A 15 dias da Cop-21, elas foram incapazes de detectar a ameaça de ataque. Não impediram nenhum dos múltiplos atentados: invasão de casa noturna, disparos na rua, homens bomba no entorno de um estádio de futebol lotado. Isso num país que sofreu atentados com 17 mortos há dez meses. Hollande terá muito a explicar.
Há lamento e dor que baste para tudo, infelizmente. E há muitos idiotas sobrando no mundo.
A humanidade está doente e esta matando o planeta.
Um Judiciário aparelhado e corporativista onde quem tem os melhores advogados distorce as leis para que o crime siga impune.
Quem dera o nosso problema fossem os terroristas islâmicos.
É tão difícil explicar as coisas, tão difícil se fazer entender.
Me incomoda o fato de pesos e medidas diferentes. Não vi esse tipo de manifestação, como por exemplo, colocar a bandeira de Minas na foto de perfil! Ou eu sou Minas,eu sou Mariana!! Mas todos são Paris. Tá!! Não existe peso diferente para tragédias, existe comportamento deferente, ou indiferente, com relação a elas."
Uma das tragédias foi, apesar dos pesares, apesar da negligência, da canalhice e da irresponsabilidade geral, um acidente. Criminoso, mas acidente: ninguém explodiu a barragem de propósito, por mais que o seu rompimento pudesse ter sido evitado. A outra foi um ato de guerra. Eu não mudo o meu avatar para a cara do Santos Dumont quando cai um avião, por mais que lamente a tragédia, porque tragédias acontecem diariamente perto e longe de nós, e todos os dias eu deveria mudar o avatar. Eu mudo o meu avatar quando a civilização que eu prezo e o meu modo de vida são atacados por fanáticos religiosos, para mostrar de que lado estou.
A serenidade do presidente francês, François Hollande, no pronunciamento duas horas depois dos atentados terroristas em Paris me impressionou. Como um líder pode estar sereno ao falar à população, após o segundo ataque ao país num mesmo ano?
Fala-se em seis tiroteios na cidade e três explosões no entorno do Stade de France, o Maracanã deles. O presidente estava no estádio no momento das explosões, assistindo a um amistoso entre Alemanha e França. Era o escrete campeão do mundo enfrentando a seleção nacional. Havia 80 mil pessoas no estádio.
Já são mais de 100 mortos e uma centena de reféns numa casa noturna. E o presidente faz um pronunciamento sereno?! Os franceses, ainda perplexos, devem estar se perguntando sobre o fracasso retumbante da política antiterror.
Três bombas nos arredores de um estádio com 80 mil pessoas dentro e a polícia não evitou nada, não viu nada, não soube de nada. Seis tiroteios coordenados e nenhuma interceptação.
Quem dera o nosso problema fossem os terroristas islâmicos.
É tão difícil explicar as coisas, tão difícil se fazer entender.
Me incomoda o fato de pesos e medidas diferentes. Não vi esse tipo de manifestação, como por exemplo, colocar a bandeira de Minas na foto de perfil! Ou eu sou Minas,eu sou Mariana!! Mas todos são Paris. Tá!! Não existe peso diferente para tragédias, existe comportamento deferente, ou indiferente, com relação a elas."
Uma das tragédias foi, apesar dos pesares, apesar da negligência, da canalhice e da irresponsabilidade geral, um acidente. Criminoso, mas acidente: ninguém explodiu a barragem de propósito, por mais que o seu rompimento pudesse ter sido evitado. A outra foi um ato de guerra. Eu não mudo o meu avatar para a cara do Santos Dumont quando cai um avião, por mais que lamente a tragédia, porque tragédias acontecem diariamente perto e longe de nós, e todos os dias eu deveria mudar o avatar. Eu mudo o meu avatar quando a civilização que eu prezo e o meu modo de vida são atacados por fanáticos religiosos, para mostrar de que lado estou.
A serenidade do presidente francês, François Hollande, no pronunciamento duas horas depois dos atentados terroristas em Paris me impressionou. Como um líder pode estar sereno ao falar à população, após o segundo ataque ao país num mesmo ano?
Fala-se em seis tiroteios na cidade e três explosões no entorno do Stade de France, o Maracanã deles. O presidente estava no estádio no momento das explosões, assistindo a um amistoso entre Alemanha e França. Era o escrete campeão do mundo enfrentando a seleção nacional. Havia 80 mil pessoas no estádio.
Já são mais de 100 mortos e uma centena de reféns numa casa noturna. E o presidente faz um pronunciamento sereno?! Os franceses, ainda perplexos, devem estar se perguntando sobre o fracasso retumbante da política antiterror.
Três bombas nos arredores de um estádio com 80 mil pessoas dentro e a polícia não evitou nada, não viu nada, não soube de nada. Seis tiroteios coordenados e nenhuma interceptação.
É isso mesmo?
Impressionante. Apavorante. Desesperador.
Em tempo: Agora, perto da meia-noite (horário de Brasília), os comentaristas começam a chamar atenção para o fracasso das forças de segurança francesas. A 15 dias da Cop-21, elas foram incapazes de detectar a ameaça de ataque. Não impediram nenhum dos múltiplos atentados: invasão de casa noturna, disparos na rua, homens bomba no entorno de um estádio de futebol lotado. Isso num país que sofreu atentados com 17 mortos há dez meses. Hollande terá muito a explicar.
Há lamento e dor que baste para tudo, infelizmente. E há muitos idiotas sobrando no mundo.
A humanidade está doente e esta matando o planeta.
Thiago Muniz tem 33 anos, colunista dos blog "O Contemporâneo", do site Panorama Tricolor e do blog Eliane de Lacerda. Apaixonado por literatura e amante de Biografias. Caso queiram entrar em contato com ele, basta mandarem um e-mail para: thwrestler@gmail.com. Siga o perfil no Twitter em @thwrestler.
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